quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Um bispo e muitas polêmicas



Dom Dadeus Grings coleciona declarações controversas e confusões na Justiça. A última causará um prejuízo de R$ 1,2 milhão à Igreja

Flávio Costa
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TOPETE
Aos 75 anos, o líder da arquidiocese de Porto Alegre desafia a Justiça a prendê-lo
Aos 75 anos, o bispo dom Dadeus Grings tem apetite pela polêmica. De sua boca já saíram declarações controversas a respeito de temas espinhosos, como holocausto, homossexualismo e pedofilia. Mas a ausência de temperança do atual arcebispo de Porto Alegre custou caro à Igreja Católica, que terá de desembolsar perto de R$ 1,2 milhão para indenizar por danos morais um trio de advogados acusados por ele de “falta de lisura” nos anos 1990. Mesmo diante da derrota judicial, dom Dadeus se nega a calar. Divulgou recentemente uma carta na qual afirma que o Judiciário brasileiro é corrupto e o desafia a prendê-lo. “Não posso, por coerência e dever de consciência, acatar esta sentença inválida e desrespeitosa”, escreveu.

O processo judicial que resultou na condenação do religioso e da diocese paulista de São João da Boa Vista deu início em 1997, após uma família da cidade de Mogi-Guaçu obter um alto valor indenizatório da prefeitura local, decorrente da desapropriação de um terreno para a construção de um trecho da Rodovia dos Trabalhadores (atual Ayrton Senna). Bispo da região, entre 1991 e 2000, dom Dadeus se indignou com o valor e atacou os advogados da família beneficiada, afirmando em carta que eles não deixavam impressão de lisura. “Equivalia a mil carros populares, na época, o dinheiro que a prefeitura precisava pagar, estava muito acima do que valia o terreno”, afirmou dom Dadeus à ISTOÉ. Os advogados o interpelaram judicialmente e o religioso se recusou a rever a acusação. Pelo contrário, ele intensificou as críticas em artigos publicados em jornais da região e durante as missas nas paróquias da diocese.

Nos autos do processo por injúria e difamação, os advogados Gildo Vendramini Júnior, Débora de Almeida Santiago e Gastão Dellafina de Oliveira, autores da ação, afirmam ter sofrido constrangimento público e prejuízos profissionais, pois chegaram a ficar um ano sem clientes por conta dos vitupérios de dom Dadeus. “Entreguei-os (os advogados) a Satanás”, afirmou o religioso. A condenação em primeira instância saiu em 2007 e obrigava o bispo e a diocese a pagar R$ 15 mil cada, acrescidos de juros, e mais 10% do valor como honorários. Os autores da ação recorreram ao Tribunal de Justiça de São Paulo e a corte paulista aumentou a indenização para R$ 300 mil. A decisão já transitou em julgado, o que impossibilita qualquer tipo de recurso. O cálculo atualizado chegou este mês a R$ 1,2 milhão. “Agi como cidadão e também não poderia me furtar ao meu dever de pastor”, diz dom Dadeus. “Esta decisão da Justiça é intromissão nos assuntos da Igreja e fere meu direto à liberdade de expressão.” 

A Associação de Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) reagiu publicamente às acusações do arcebispo contra o Poder Judiciário. dom Dadeus já havia sido processado quase uma década atrás por uma magistrada gaúcha por chamá-la de ignorante. “Não podemos permitir que autoridades manifestem ofensas genéricas contra a Justiça brasileira pelo simples fato de não terem sido atendidas em suas demandas judiciais”, afirma o juiz João Ricardo Costa, presidente da Ajuris. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não quis se pronunciar sobre o caso, por considerar o assunto circunscrito à Diocese de São João da Boa Vista. A entidade já havia apagado outro incêndio provocado por dom Dadeus no ano passado, quando, durante assembleia geral, ele disparou contra homossexuais e acusou a sociedade de ser pedófila. Outras vítimas da incontinência verbal do religioso foram os judeus. Em maio de 2009, a comunidade israelita sentiu-se ofendida quando ele declarou que morreram mais católicos do que judeus na Segunda Guerra Mundial.

Em outro escândalo, o arcebispo teve uma postura meritória. Há poucos meses, a arquidiocese de Porto Alegre foi o epicentro de uma confusão em torno do sumiço de R$ 2,5 milhões, entregues a uma ONG portuguesa para custear reformas em igrejas gaúchas. Investigações da polícia do Rio Grande do Sul acabaram por indiciar pelo desvio o ex-vice-cônsul português na capital Adelino Vera Cruz Pinto. Ele tentou subornar dom Dadeus com dinheiro e promessas de promoção a cardeal para convencê-lo a não investigar a fraude na igreja. O religioso recusou a oferta e o diplomata é considerado, desde então, foragido da Justiça brasileira.

Procurado por ISTOÉ, o trio de advogados que ganhou a ação contra o arcebispo preferiu não falar publicamente, para “não fomentar mais polêmicas”. Para evitar a penhora de bens, a diocese de São João da Boa Vista ofereceu a eles um pagamento inicial de R$ 150 mil, três terrenos que valeriam outros R$ 250 mil e o parcelamento do restante da dívida. A negociação ainda está em andamento. “Quem sofre são os pobres beneficiados pelas ações sociais da diocese, que não é pródiga em recursos”, diz Vanderley Fleming, advogado da Igreja Católica local. Como está com 75 anos, dom Dadeus é obrigado a colocar seu cargo à disposição do Vaticano, que deverá transformá-lo em arcebispo emérito. Resta saber se a aposentadoria aquietará sua controversa eloqüência.
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Vaticano entra com ação legal contra propaganda da Benetton


O Vaticano anunciou nesta quinta-feira que vai buscar ações legais contra a fotomontagem divulgada pela Benetton na qual o papa Bento 16 beija na boca o imã sunita de Al Azhar, anunciou nesta quinta-feira a Secretaria de Estado da Santa Sé.

"Encarregamos nossos advogados para que empreendam na Itália e no exterior as oportunas ações legais para impedir a circulação nos meios de comunicação da fotomontagem realizada no âmbito de uma campanha de publicidade da Benetton", anunciou o Vaticano em uma nota oficial.

Na quarta-feira, o grupo italiano Benetton anunciou sua decisão de retirar de circulação uma campanha publicitária mostrando com a fotomontagem.

As relações entre o Papa e o imã de Al Azhar são difíceis, principalmente depois que Bento 16 expressou solidariedade às vítimas do atentado que fez 21 mortos numa igreja de Alexandria, no dia 1º de janeiro passado.

A peça publicitária inclui, também, um beijo trocado entre Hugo Chávez e Barack Obama, em nome da luta "contra o ódio" e uma cena tórrida entre Barack Obama e o presidente chinês, Hu Jintao, colocada primeiramente em um banner diante da catedral de Milão.

Divulgação/Benetton
Papa Bento 16 dá um beijo em Ahmed Mohamed el Tayeb, imã da mesquita de Al Azhar no Cairo
Papa Bento 16 dá um beijo em Ahmed Mohamed el Tayeb, imã da mesquita de Al Azhar no Cairo

montagens nas quais aparecem outros chefes de Estado ou de governo na mesma posição carinhosa, como a troca de beijos calorosos entre Nicolas Sarkozy e Angela Merkel e entre Mahmoud Abbas e Binyamin Netanyahu.

"Lembramos que o sentido desta campanha era exclusivamente combater a cultura do ódio sob todas as formas", comentou, em comunicado, um porta-voz do grupo.
A nova campanha da United Colors of Benetton, chamada "Unhate" ("não ódio"), foi apresentada, oficialmente, no início da tarde de quarta-feira, por Alessandro Benetton, vice-presidente do Benetton Group, em Paris.

O Vaticano reagiu imediatamente à campanha considerando a publicidade "uma falta de respeito grave ao Papa".

O grupo Benetton e seu fotógrafo Oliviero Toscani tornaram-se célebres por suas fotos provocadoras nos anos 90, entre elas a de uma irmã de caridade sedutora, que se apresenta vestida num hábito branco beijando um jovem padre de batina preta.

Deputada acusa Agnelo de usar máquina para comprar testemunha


A deputada distrital Celina Leão (PSD) acusou nesta quinta-feira (17) um integrante do primeiro escalão do governo do Distrito Federal de participação na divulgação de um vídeo para livrar o governador Agnelo Queiroz (PT) da suspeita de recebimento de propina.
Celina apresentou imagens do circuito interno da Câmara que mostram o chefe da Casa Militar do governo, coronel Rogério Leão, entrando no gabinete do líder do PT na Casa, Chico Vigilante, com uma sacola, minutos antes de o deputado distribuir o vídeo favorável ao governador.

Tratava-se do segundo vídeo protagonizado pelo lobista Daniel Tavares e divulgado na semana passada. No primeiro, em depoimento à deputada Celina Leão, ele acusou o governador de receber propina e, como prova, apresentou um comprovante de depósito de R$ 5.000 na conta de Agnelo.

No segundo, distribuído por Vigilante, o lobista dizia que o dinheiro era devolução de um empréstimo feito por Agnelo, a mesma explicação que o governador havia dado quando a denúncia foi divulgada.

As imagens apresentadas ontem mostram que o coronel chega à Câmara às 14h53, Chico Vigilante sai do gabinete às 15h02, e Rogério Leão, às 15h09. O vídeo foi distribuído por volta das 16h.

"Está claro que houve a compra de uma testemunha e o uso da máquina pública", afirmou Celina. "Se fosse uma reunião de trabalho, ele (Rogério Leão) não iria de sacola, sem assessores, e o deputado não teria deixado o coronel sozinho no gabinete."

A deputada, contudo, admite que apenas uma investigação da Polícia Federal pode comprovar se houve a participação de pessoas do governo na produção do vídeo favorável ao petista. O vídeo do circuito interno já foi entregue à PF e ao Ministério Público Federal.
Um outro delator de esquema de corrupção, o policial militar João Dias Ferreira, que foi aliado de Agnelo e é suspeito de desviar dinheiro do Ministério do Esporte quando o petista era ministro, disse em seu blog em outubro que Daniel Tavares é amigo do tio do coronel.

OUTRO LADO

Chico Vigilante nega a acusação da colega. Ele afirmou ter se encontrado rapidamente com Rogério Leão para tratar da reestruturação da carreira de policial militar. "Como eu estava de saída, encaminhei ele para meu chefe de gabinete", disse o deputado. "Não é a primeira vez que ele vai ao meu gabinete, foi mais de dez vezes."

Em nota, o coronel Rogério Leão confirmou a versão de Chico Vigilante. "A passagem pela Câmara Legislativa é absolutamente rotineira e nada tem de irregular. Tenta-se, mais uma vez, estabelecer uma farsa, uma versão contaminada por uma luta política desleal."

CONTRADIÇÃO

Chico Vigilante disse que o vídeo foi entregue a ele, por uma "fonte", na manhã de terça-feira da semana passada --horas depois ele entregou as imagens. Naquele dia, no entanto, ele deu outra versão. Disse, em plenário, que o vídeo teria sido entregue na segunda-feira à tarde. O próprio vídeo desmente esta versão, pois mostra imagens de um site com notícias das 19h de segunda-feira.

"Nem me lembro se disse que foi segunda-feira, mas afirmo que foi na terça de manhã. Ou seja, antes de eu encontrar o coronel Leão", afirmou Chico Vigilante.

VÍDEOS

Veja abaixo os vídeos que mostram o assessor de Agnelo Queiroz chegar à Câmara e ir ao gabinete de Chico Vigilante minutos antes de o deputado distribuir um DVD favorável ao governador. Os dois afirmam que foi uma reunião de trabalho:


Indícios de irregularidades no convênio Prefeitura-Instituto Ronaldinho Gaúcho podem originar CPI



Por Paulo Muzell
Ao todo, foram seis convênios assinados entre junho de 2007 e maio de 2010, totalizando a preços históricos 5,8 milhões de reais transferidos pela Prefeitura ao Instituto Ronaldinho Gaúcho (IRG). Corrigidos monetariamente, expressos a preços de hoje, seu montante ultrapassa os 7 milhões de reais. O objeto dos convênios era prestar atendimento a crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. O primeiro convênio estabelecia que a Prefeitura arcaria com todos os custos nos primeiros seis meses, cabendo ao IRG assumi-los a partir de janeiro de 2008, o que não aconteceu: no primeiro semestre de 2008 o IRG recebeu da Prefeitura recursos significativos. Estranhamente este primeiro convênio não especificava valores.
Através do segundo convênio, assinado três meses depois a Prefeitura repassou à Procempa 382 mil reais (470 mil a preços atuais) destinados à aquisição de mesas, cadeiras, computadores, máquinas fotográficas, DVDs, aparelhos de som, de tevê, dentre outros. O primeiro questionamento é saber o porquê da compra ter sido efetuada pela Procempa. A Prefeitura tem uma central de compras e poderia perfeitamente realizar as aquisições, ressalte-se, gozando de imunidade, o que não acontece com a Procempa que, como empresa de economia mista, paga todos os tributos incidentes nas compras. Por que se optou por pagar mais caro? Além disso, não há registro da saída do material permanente do patrimônio da Prefeitura e de seu posterior retorno no fim da parceria Prefeitura-IRG.
O terceiro convênio, no valor de 2,3 milhões, foi firmado em setembro de 2008 e através dele a Prefeitura repassou ao IRG as obrigações que assumira com o Ministério da Justiça, custeado com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (PRONASCI) com a finalidade de promover os “Jogos Gaúchos de Verão” .Dentre os encargos assumidos pela Prefeitura com o Ministério da Justiça e delegados ao IRG, constava o da elaboração de um Programa Municipal de Segurança Pública (PMSG). Perguntamos: o PMSG foi elaborado? Teria o IRG reconhecida experiência e competência para elaborar tal plano?
O quarto, o quinto e o sexto convênios, assinados entre junho de 2008 e maio de 2010 indicam a existência de superfaturamento. O custo mensal de atendimento de uma criança que em 2008 foi de 130,29 reais (quarto convênio), subiu para 197,93 no ano seguinte, quando foi firmado quinto. Um aumento de 51,9%. Em 2010, no sexto convênio o custo mensal subiu mais ainda, atingiu 229,13 reais. Em apenas dois anos um inexplicável e absurdo acréscimo de 75,8%.
E a coisa não fica aí. Tem mais. O Ministério da Justiça delegou tarefas e transferiu recursos para a Prefeitura de Porto Alegre que, por sua vez, transferiu os recursos – públicos – ao IRG, uma ong recém criada, sem estrutura, vendável e atraente para o mercado político por se esconder, mas ao mesmo tempo convenientemente trazer na fachada o nome de um craque de fama internacional. E o IRG delegou partes dos seus encargos a uma segunda ong, o Instituto Nacional América (INA). Tudo isso sem licitação, passando por cima da lei 8.666 e com nenhum ou pelo menos insuficiente controle. Montado o cenário perfeito para a ocorrência de superfaturamento e desvios de recursos públicos.
Para piorar ainda mais e aumentar os indícios de irregularidades, a ong INA tem péssima biografia. O Estadão noticiou recentemente que ela está sendo investigada pela Controladoria Geral da União por suspeita de irregularidades em convênios e contratos com a União. Está sendo investigada, também, pela Polícia Federal como uma das ongs e empresas “fantasmas” envolvidas nos desvios ocorridos na ULBRA. Em um dos pedidos de informação formulados pelo vereador Mauro Pinheiro (PT) constatou-se a existência de notas fiscais seriadas de elevados valores (200 mil, 130 mil, 48 mil), emitidas com intervalo de vários meses. Exemplificando: no dia 20 de janeiro de 2007 a INA emitiu a nota fiscal 050, no valor de 131,8 mil reais. Apenas no dia 5 de agosto do mesmo ano – sete meses e meio depois – a INA emitiu a nota seguinte, no valor de 200 mil reais. O IRG apresentou na sua prestação de contas doze notas fiscais de supostos serviços prestados pela INA no valor total de 1 milhão e 33 mil reais, em princípio todas sob suspeição.
O vereador Mauro Pinheiro (PT) está coletando assinaturas para instalar CPI e até o final da quarta feira já conseguira dez das doze assinaturas necessárias.

PM que atirou na juíza diz: “foi um momento de raiva”



PM que atirou na juíza diz: “foi um momento de raiva”Foto: Divulgação

O CABO SÉRGIO COSTA JÚNIOR REAFIRMOU QUE PARTICIPOU DA MORTE DE PATRÍCIA ACIOLI, E DISSE QUE O TENENTE DANIEL SANTO BENITEZ LOPES USOU UM REVÓLVER CALIBRE 38,TAMBÉM PARA ATIRAR NA JUÍZA

17 de Novembro de 2011 às 20:14
No quarto dia de audiência de instrução e julgamento dos onze acusados de assassinar a juíza Patrícia, o cabo da Polícia Militar, Sergio Costa Júnior reafirmou, hoje (17), que participou da morte da magistrada. Ele admite ter efetuado disparos com duas armas calibres 40 e 45. Ele ainda afirmou que o tenente Daniel Santo Benitez Lopes usou um revólver calibre 38, também para atirar na juíza.
"Me arrependi muito, muito. Hoje eu não faria isso. Acabei fazendo essa besteira em um momento de raiva", lamentou o PM, que confessou ter matado Patrícia Acioli quando soube que seria preso com outros policiais sob acusação do assassinato do jovem Diego Beliene, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Costa Júnior já havia confessado o crime à Divisão de Homicídios (DH).
Durante a audiência, o juiz Peterson Barroso Simão determinou a retirada do plenário de parentes de um dos réus, pois não se comportava de maneira adequada.
Costa Júnior é o primeiro réu a depor na 3ª Vara Criminal de Niterói. Pela manhã foram ouvidas testemunhas de defesa. Patrícia Acioli foi executada com 21 tiros, em agosto, ao chegar a sua casa, em Piratininga, Niterói, na Região Metropolitana. Por determinação do juiz Barroso Simão, a segurança no Fórum foi reforçada.
No total, 13 testemunhas de defesa foram ouvidas: cinco do ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Claudio Luiz Silva Oliveira, três do tenente Daniel Benitez, quatro do soldado Handerson Lents e uma do cabo Alex Ribeiro Pereira.

A carta da mulher de Lupi


Caso Lupi: a outra versão da história
Você tem direito de ter a sua verdade. Para isso você precisa conhecer todas as versões de uma história para escolher a sua. A deles é fácil, é só continuar lendo a Veja, O Globo, assistindo ao Jornal Nacional. A nossa vai precisar circular por essa nova e democrática ferramenta que é a internet.
Meu nome é Angela, sou esposa do Ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi. Sou jornalista e especialista em políticas públicas. Somos casados há 30 anos, temos 3 filhos e um neto. Resolvi voltar ao texto depois de tantos anos porque a causa é justa e o motivo é nobre. Mostrar a milhares, dezenas ou a uma pessoa que seja como se monta um escândalo no Brasil.
Vamos aos fatos: No dia 3 de novembro a revista Veja envia a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho algumas perguntas genéricas sobre convênio, ONGS, repasses etc. Guarda essa informação.
Na administração pública existe uma coisa chamada pendência administrativa. O que é isso? São processos que se avolumam em mesas a espera de soluções que dependem de documentos, de comprovações de despesas, prestação de contas etc. Todo órgão público, seja na esfera municipal, estadual ou federal, tem dezenas ou centenas desses.
Como é montado o circo? A revista pega duas pendências administrativas dessas, junta com as respostas da assessoria de imprensa do ministério dando a impressão de que são muito democráticos e que ouviram a outra parte, o que não é verdade, e paralelamente a isso pegam o depoimento de alguém que não tem nome ou sobrenome, mas diz que pagou propina a alguém da assessoria do ministro.
No dia seguinte toda a mídia nacional espalha e repercute a matéria em todos os noticiários, revistas e jornais. Nada fica provado. O acusador não tem que provar que pagou, mas você tem que provar que não recebeu. Curioso isso, não? O próprio texto da matéria isentava Lupi de qualquer responsabilidade. Ele sequer é citado pelo acusador. Mas a gente não lê os textos, só os títulos e a interpretação, que vêm do estereótipo “político é tudo safado mesmo”.
Dizem que quando as coisas estão ruins podem piorar. E é verdade. Na terça-feira Lupi se reúne na sede do PDT, seu partido político em Brasília para uma coletiva com a imprensa. E é literalmente metralhado não por perguntas, o que seria natural, mas por acusações. Nossa imprensa julga, condena e manda para o pelotão de fuzilamento.
E aí entra em cena a mais imprevisível das criaturas: o ser humano. Enquanto alguns acuados recuam, paralisam, Lupi faz parte de uma minoria que contra ataca. Explode, desafia. É indelicado com a Presidenta e com a população em geral. E solta a frase bomba, manchete do dia seguinte: “Só saio a bala”. O que as pessoas interpretaram como apego ao cargo era a defesa do seu nome. Era um recado com endereço certo e cujos destinatários voltaram com força total.
Era a declaração de uma guerra que ainda não deixou mortos, mas já contabiliza muitos feridos. Em casa, passado o momento de tensão, Lupi percebe o erro, os exageros e na quinta-feira na Comissão de Justiça do Congresso Nacional presta todos os esclarecimentos, apresenta os documentos que provam que o Ministério do Trabalho já havia tomado providências em relação às ONGs que estavam sendo denunciadas e aproveita a oportunidade para admitir que passou do tom e pede desculpas públicas a Presidenta e a população em geral.
A essa altura, a acusação de corrupto já não tinha mais sustentação. Era preciso montar outro escândalo e aí entra a gravação de uma resposta e uma fotografia. A resposta é aquela que é repetida em todos os telejornais. Onde o Lupi diz “não tenho nenhum tipo de relacionamento com o Sr Adair. Fui apresentado a ele em alguns eventos públicos. Nunca andei em aeronave do Sr Adair”.
Pegam a frase e juntam a ela uma foto do Lupi descendo de uma aeronave com o seu Adair por perto. Pronto. Um novo escândalo está montado. Lupi agora não é mais corrupto, é mentiroso.
Em algum momento, em algum desses telejornais você ouviu a pergunta que foi feita ao Lupi e que originou aquela resposta? Com certeza não. Se alguém pergunta se você conhece o Seu José, porteiro do seu prédio? Você provavelmente responde: claro, conheço. Agora, se alguém pergunta: que tipo de relacionamento você tem com o Seu José? O que você responde? Nenhum, simplesmente conheço de vista.
Foi essa a pergunta que não é mostrada: que tipo de relacionamento o Sr tem com o Sr Adair? Uma pergunta bem capciosa. Enquanto isso, o próprio Sr Adair garante que a aeronave não era dele, que ele não pagou pela aeronave e que ele simplesmente indicou.
Quando comecei na profissão como estagiária na Tribuna da Imprensa, ouvi de um chefe de reportagem uma frase que nunca esqueci: “Enquanto você não ouvir todos os envolvidos e tiver todas as versões do fato, a matéria não sai. O leitor tem o direito de ler todas as versões de uma história e escolher a dele. Imprensa não julga, informa. Quem julga é o leitor”.
Quero deixar claro que isso não é um discurso para colocar o Lupi como vítima. O Lupi não é vítima de nada. É um adulto plenamente consciente do seu papel nessa história. Ele sabe que é simplesmente o alvo menor que precisa ser abatido para que seja atingido um alvo maior. É briga de cachorro grande.
Tentaram atingir o seu nome como corrupto, mas não conseguiram. Agora é mentiroso, mas também não estão conseguindo, e tenho até medo de imaginar o que vem na sequência.
Para terminar queria deixar alguns recados:
Para os amigos que nos acompanham ou simplesmente conhecidos que observam de longe a maneira como vivemos e educamos os nossos filhos eu queria dizer que podem continuar nos procurando para prestar solidariedade e que serão bem recebidos. Aos que preferem esperar a poeira baixar ou não tocar no assunto, também agradeço. E não fiquem constrangidos se em algum momento acompanhando o noticiário tenham duvidado do Lupi. A coisa é tão bem montada que até a gente começa a duvidar de nós mesmos. Quem passou por tortura psicológica sabe o que é isso. É preciso ser muito forte e coerente com as suas convicções para continuar nessa luta.
Para os companheiros de partido, Senadores, Deputados, Vereadores, lideranças, militantes que nos últimos 30 anos testemunharam o trabalho incansável de um “maluco” que viajava o Brasil inteiro em fins de semana e feriados, filiando gente nova, fazendo reuniões intermináveis, celebrando e cumprindo acordos, respeitado até pelos adversários como um homem de palavra, que manteve o PDT vivo e dentro do cenário nacional como um dos mais importantes partidos políticos da atualidade. Eu peço só uma coisa: justiça.
Aos colegas jornalistas que estão fazendo o seu trabalho, aos que estão aborrecidos com esse cara que parece arrogante e fica desafiando todo mundo, aos que só seguem orientação da editoria sem questionamento, aos que observam e questionam, não importa. A todos vocês eu queria deixar um pensamento: reflexão. Qual é o nosso papel na sociedade?
E a você Lupi, companheiro de uma vida, quero te dizer, como representante desse pequeno nucleozinho que é a nossa família, que nós estamos cansados, indignados e tristes, mas unidos como sempre estivemos. Pode continuar lutando enquanto precisar, não para manter cargo, pois isso é pequeno, mas para manter limpo o seu nome construído em 30 anos de vida pública.
E quando estiver muito cansado dessa guerra vai repousar no seu refúgio que não é uma mansão em Angra dos Reis, nem uma fazenda em Goiás, sequer uma casa em Búzios, e sim um pequeno sítio em Magé. Que corrupto é esse? Que País é esse?

Novelista aponta piriguetes em jornais e causa mal-estar



Novelista aponta piriguetes em jornais e causa mal-estarFoto: DIVULGAÇÃO

AGUINALDO SILVA AINDA DEU A DICA: "GERALMENTE, SÃO AS QUE CASAM COM OS EDITORES". TEVE GENTE NA GLOBO QUE NÃO GOSTOU

17 de Novembro de 2011 às 13:33
Uma declaração de Aguinaldo Silva à revista Veja desta semana criou um tremendo mal estar na Globo. A pergunta foi sobre a jornalista assanhada Marcela, vivida por Suzana Pires, em “Fina Estampa” (a personagem dá em cima de quem precisar para se dar bem na carreira). O autor disse que deu risada quando alguém comentou que não existe jornalista atirada como a da novela. “Trabalhei 18 anos como repórter. Desde os meus tempos, existem jornalistas periguetes nas redações. Geralmente, são as que casam com os editores...”
Segundo a jornalista Fabíola Reipert, do Portal R7, isso caiu como uma bomba no jornalismo da Globo. Afinal, Patricia Poeta, apresentadora do “Fantástico”, se casou com o diretor Amauri Soares quando ele era editor dela. Lembrando também que Patrícia Kogut, colunista do jornal O Globo e atual desafeto-mor de Aguinaldo, é casada com Ali Kamel, o todo-poderoso do jornalismo da TV Globo.

Vídeo dos globais é cópia de filme dos EUA



Vídeo dos globais é cópia de filme dos EUAFoto: Divulgação

CAMPANHA "GOTA D'ÁGUA" FOI INSPIRADA - E RESPIRADA - EM VÍDEO DE 2008, PRODUZIDO PARA ESTIMULAR ELEITORES NORTE-AMERICANOS A VOTAR

17 de Novembro de 2011 às 17:20
Diego Iraheta_247 – A campanha Gota D'Água, protagonizada por estrelas globais contra Belo Monte, teve dedo de um dos maiores diretores norte-americanos da atualidade. Não, Steven Spielberg não dirigiu a turma de Maitê Proença no protesto contra a usina hidrelétrica em construção no Pará. Mas a ideia dele foi copiada pelos produtores do vídeo brasileiro. Os cortes, as poses dos atores e até parte do strip-tease de Maitê foram mais do que inspirados no filme da iniciativa “Don’t Vote” (Não Vote), de 2008. Essa ação de título irônico buscava estimular os norte-americanos a votar - afinal, nos EUA, voto não é obrigatório. O objetivo era emplacar a vitória do Partido Democrata, de Obama.
No caso dos EUA, um time de astros hollywoodianos foi convocado para mobilizar a opinião pública. Leonardo DiCaprio, Jennifer Aniston, Dustin Hoffman e outras estrelas de primeira grandeza das telonas mundiais minaram a apatia dos jovens norte-americanos na tentativa (bem-sucedida) de derrotar o Partido Republicano, de Bush. “Este é um dos maiores desastres financeiros de todos os tempos. Por que você iria votar? A economia está no brejo, e eu já tenho mesmo muito dinheiro”, satirizava um dos artistas participantes do vídeo (assista abaixo)
Esta é a linha de Gota D'Água: por meio da ironia, mostrar como a construção da Usina de Belo Monte é um assunto importantíssimo – tal como as eleições nos Estados Unidos. Mas, em vez de garantir o voto, a cúpula do movimento “pró-sustentabilidade” no Brasil quer assegurar a assinatura para uma petição capaz de paralisar as obras da hidrelétrica. O próprio ator Sérgio Marone compara: "Eu não sou o DiCaprio, mas assina."
Para a montagem ficar à brasileira, é claro que um bom óleo de dendê tinha que ser adicionado à mistura de interpretações globais (algumas meramente lidas no teleprompter, como de Ísis Valverde). Pensou certo se apostou em apelo erótico. Maitê Proença diz que vai tirar o sutiã para ficar mais à vontade. Imitou a comediante Sarah Silverman, do vídeo norte-americano. A diferença: a brasileira ficou “mais seminua”, encantando a plateia de iminentes aliciados pela nobre causa global.
Assista aos vídeos e compare:
De Spielberg:
Da Gota D:

Algumas das frases irônicas do elenco norte-americano foram:
“Quem se importa com analfabetismo? E a educação dos filhos?”
“Quem dá a mínima pra terrorismo?”
“A menos que você se importe com assistência à saúde, segurança, controle de armas, educação, direitos das mulheres, não vote”.

Lupi fala por mais de três horas no Senado



Lupi fala por mais de três horas no SenadoFoto: Wilson Dias/Agencia Brasil

E SAI DE LÁ AINDA MINISTRO. LUPI DISSE QUE NÃO QUIS DIZER QUE NÃO CONHECIA O DIRIGENTE DE ONG COM QUE VIAJOU EM 2009, MAS APENAS QUE OS DOIS NÃO TINHAM RELAÇÃO PESSOAL; PDT CANCELOU REUNIÃO PARA TRATAR DA CRISE

Por Agência Estado
17 de Novembro de 2011 às 14:25Agência Estado
Durou três horas e meia o depoimento do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, aos senadores da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para explicar o voo em um jato particular durante agenda oficial e partidária que ele cumpriu em dezembro de 2009, para o Maranhão. Lupi também respondeu às acusações da oposição de que teria mentido ao afirmar que não conhecia o presidente da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira, que teria providenciado o voo ao Maranhão, e que mantém R$ 14 milhões em contratos com o ministério do Trabalho.
No final do depoimento, Lupi, que é presidente licenciado do PDT reafirmou aos jornalistas que não quis dizer que não conhecia o dirigente da ONG, mas apenas que não tinha relação pessoal ou de amizade com ele.
Para o senador pedetista Pedro Taques (MT), Lupi "saiu-se bem" no depoimento de hoje. No entanto, voltou a defender que ele se afaste temporariamente do cargo até o final das investigações contra ele. Taques defende que o PDT continue na base aliada do governo, mas sem ministério ou cargo no governo.
A líder do PSD, Kátia Abreu (TO), que fez os questionamentos mais veementes ao ministro, acusou Lupi de ser um "profissional da mentira" e afirmou que "este ministro do PDT" não tem mais condições de permanecer no cargo.
PDT cancela reunião
O presidente em exercício do PDT, André Figueiredo, informou que não haverá mais a reunião da Executiva do partido que estava marcada para ser realizada hoje e cujo assunto seria a situação atual do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Segundo Figueiredo, o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, está doente e não pôde embarcar para Brasília.
Depois de defender a saída de Lupi do Ministério do Trabalho, diante das denúncias de irregularidades na pasta, Figueiredo disse que cabe à presidente Dilma e ao próprio Lupi decidir sobre a permanência ou não dele no cargo.
"Não iríamos constranger o ministro (na reunião do PDT) e dizer que ele tem de sair. Temos convicção de que cabe à presidente Dilma decidir sobre o futuro dos ministros", disse Figueiredo ao lembrar que o PDT hoje está dividido em relação à permanência do ministro na pasta.