quinta-feira, 17 de maio de 2012

De vilão a premiado com cargo na CEDAE




Capa do Extra sobre a Operação Guilhotina
Capa do Extra sobre a Operação Guilhotina


Em fevereiro do ano passado, a Polícia Federal desencadeou a Operação Guilhotina que resultou na prisão do delegado Carlos Alberto Oliveira então subsecretário da Ordem Pública e homem de confiança do prefeito Eduardo Paes, mas que anteriormente foi o subchefe da Polícia Civil do governo Cabral. A Polícia Federal descobriu um esquema que envolvia a cúpula da Polícia Civil com as milícias e o tráfico. O secretário Beltrame atacou duro o Chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski que foi obrigado a deixar o cargo. Beltrame pessoalmente chamou a imprensa para dar detalhes que desabonavam Turnowski.

Mas em 24 horas tudo mudou quando Allan Turnowski mandou recado a Beltrame e a Cabral que não cairia sozinho e jogaria no ventilador gravações que dispunha que comprometiam políticos do PMDB. Turnowski chegou a denunciar que um dos homens de confiança de Beltrame, o diretor da DRACO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), delegado Cláudio Ferraz tinha montado um esquema de extorsão a prefeitos do interior que fizeram licitações fraudulentas.


Reprodução da capa do Globo
Reprodução da capa do Globo


Tudo mudou a partir daí. Beltrame que foi dormir acusando Turnowski acordou se oferecendo para depor a favor dele na Polícia Federal. Ele e Cabral sabiam que o delegado Allan Turnowski podia revelar muitos esquemas políticos corruptos do governo Cabral e de seus amigos, além de envolvimento deles com o jogo do bicho.


Nota publicadas no jornal O Globo na época da Operação Guilhotina
Nota publicadas no jornal O Globo na época da Operação Guilhotina


Desesperado, Cabral recorreu até ao ex-presidente Lula e ao ex-diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa para montar uma operação abafa. O que se viu em seguida foi um escândalo. O delegado da Polícia Federal que comandou a Operação Guilhotina foi transferido do Rio para Rondônia. O superintendente da PF no Rio de Janeiro foi mandado para Roma como adido policial. E as investigações pararam por aí para salvar a cabeça de Cabral, Paes e seus amigos.

Agora conforme podem ver na reprodução do Diário Oficial do Estado, o delegado Allan Turnowski recebe o seu prêmio por ter ficado calado. Acaba de ser nomeado na CEDAE. E olha que eu denunciei com exclusividade aqui no blog, que ele foi flagrado pela Polícia Federal na Operação BANESTADO com contas no exterior com milhares de dólares (uma conta em seu nome e outra em nome de seu pai).


Reprodução do Diário Oficial
Reprodução do Diário Oficial


Muitos de vocês devem estar se perguntando o que um delegado tirado da Polícia Civil por suspeita de envolvimento com um esquema criminoso e com contas não declaradas no exterior foi fazer na CEDAE? Bem, na CEDAE bem que precisava de um delegado diante do mar de lama. Mas não vai ser essa a função de Turnowski.

Pasmem, mas inventaram na CEDAE o cargo de Coordenador de Ações Anti-Terroristas. Ou seja, esperaram um ano para baixar a poeira da Operação Guilhotina e sem fazer alarde, na surdina, premiaram o delegado que ameaçou jogar no ventilador o mar de lama do governo Cabral. Turnowski vai agora vigiar os esgotos da CEDAE para evitar ações terroristas. Essa é a alegação. O Rio de Janeiro virou uma grande piada de mau gosto. 

Nenhum comentário: