quarta-feira, 16 de maio de 2012

Delegado da 'guerra suja' sofre atentado no ES



Delegado da 'guerra suja' sofre atentado no ESFoto: Montagem/247

NO DIA DA INSTALAÇÃO DA COMISSÃO DA VERDADE, CLAÚDIO GUERRA, QUE CONFESSOU ASSASSINATOS E A INCINERAÇÃO DE PRESOS POLÍTICOS DURANTE A DITADURA EM "MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA", TEVE A CASA CERCADA POR TRÊS HOMENS; UM DELES AMEAÇOU ATIRAR; SENADOR PAULO PAIM PEDE SEGURANÇA: GUERRA É "UM ARQUIVO VIVO DOS CRIMES DA DITADURA E QUER DEPOR NA COMISSÃO DA VERDADE"

16 de May de 2012 às 16:58
247 – O senador Paulo Paim (PT-RS) subiu à tribuna da tarde desta quarta-feira 16 para denunciar um atentado ocorrido nesta madrugada contra o ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) Cláudio Guerra. Segundo Paim, três homens cercaram a casa de idosos no interior do Espírito Santo, onde o delegado estava, e um deles ameaçou atirar.
O ataque ocorre no mesmo dia em que foram empossados os sete membros da Comissão da Verdade, instalada para investigar os crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura militar, e semanas depois do lançamento do livro "Memórias de uma guerra suja", dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, no qual Guerra confessa o assassinato e a incineração de presos políticos – e a participação em atentados a bomba como o do Riocentro, denunciando, inclusive, os nomes de comparsas.
À coluna Poder Online, do Portal IG, Paim destacou a "tentativa de homicídio" (assista ao vídeo abaixo). "Achei da maior gravidade. Ele tinha sido convocado para fazer um depoimento na Comissão de Direitos Humanos amanhã (quinta-feira) pela manhã, assim como os autores do livro. Provavelmente eles não virão amanhã", disse.
"Fiz o registro na tribuna do Senado para que o Ministério da Justiça e o nosso ministro deem toda a segurança. Os crimes cometidos são fatos, são reais, ele reconhece. Agora, ele pode ser um instrumento fundamental para a Comissão da Verdade, que foi instalada hoje. No livro ele diz que se dispõe a depor na Comissão da Verdade. É um arquivo vivo dos crimes da ditadura, por isso tem de haver segurança", completou.

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