domingo, 20 de maio de 2012

Para Merval Pereira, CPI foi tiro no pé do PT



Para Merval Pereira, CPI foi tiro no pé do PTFoto: DIVULGAÇÃO

COLUNISTA DO GLOBO DIZ QUE PARTIDO NÃO CONSEGUIU EMPASTELAR O MENSALÃO NEM CRIMINALIZAR A REVISTA VEJA E "TOLHER A LIBERDADE DE IMPRENSA"

20 de Maio de 2012 às 07:11
247 – O colunista Merval Pereira, principal articulista das Organizações Globo, argumenta, neste domingo, que o PT pode ser o grande derrotado da CPI do Cachoeira. O partido teria fracassado nas tentativas para empastelar o mensalão, criminalizar a imprensa e emparedar o procurador-geral da República. Segundo ele, o PMDB não estaria disposto a embarcar na aventura petista de tolher a liberdade de imprensa. Detalhe: João Roberto Marinho, um dos donos da Globo, pressionou o vice-presidente Michel Temer e vários deputados do PMDB a evitar a convocação de Policarpo Júnior, de Veja, e de Roberto Civita, da Abril.
Leia trechos da coluna “Tiro no pé”:
Tiro no pé
Merval Pereira
O flagrante da mensagem do deputado petista Cândido Vacarezza garantindo imunidade ao governador do Rio, Sérgio Cabral, é mais uma confirmação de que essa CPI do Cachoeira está se revelando o maior erro dos últimos tempos do grupo político que está no poder.

Convocada estranhamente pela maioria governista, a CPI tinha objetivos definidos pelo ex-presidente Lula e pelo exministro José Dirceu: apanhar a oposição com a boca na botija nas figuras do senador Demóstenes Torres e do governador de Goiás, Marconi Perillo, e desestabilizar o Procurador- Geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela acusação dos mensaleiros no julgamento do Supremo Tribunal Federal.

De passagem, queriam certos petistas criminalizar a revista “Veja” para criar um clima político que favorecesse a aprovação de uma legislação de controle da mídia, como vêm tentando, sem sucesso, desde o início do governo Lula.

Por enquanto, está dando tudo errado. A tentativa de constranger os ministros do Supremo resultou numa reação do Judiciário, que se viu impelido a não deixar dúvidas sobre sua independência.

A vontade de procrastinar o julgamento, quem sabe deixando-o para o próximo ano, quando dois novos ministros estarão no plenário para substituir Cezar Peluso e Ayres Britto, ficou tão explícita que o revisor do processo, o ministro Ricardo Lewandowski, viu-se na obrigação de anunciar que pretende apresentar seu voto ainda no primeiro semestre, permitindo que o julgamento comece logo em seguida.

Até mesmo uma frase banal, que queria dizer outra coisa, teve o efeito de levantar suspeitas.

Quando Lewandowski disse que o julgamento ocorreria “ainda este ano” sabe-se agora que não estava pensando em outubro ou novembro, mas a partir de junho, como fez questão de esclarecer.

Com relação à imprensa, todos os esforços do senador Collor de Mello, o “laranja” da tramoia petista, têm sido em vão, e as relações do PT com o PMDB estão azedando, na definição de Vaccarezza, porque o PMDB não está disposto a embarcar nessa aventura petista de tolher a liberdade de imprensa.

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