domingo, 3 de junho de 2012

Marconi, um governador fora da zona de conforto



Marconi, um governador fora da zona de confortoFoto: Edição/247

BUSCA FRENÉTICA POR INFORMAÇÕES DA IMPRENSA NACIONAL SOBRE SUAS LIGAÇÕES COM CACHOEIRA DEIXA O GOVERNADOR DE GOIÁS, ACOSTUMADO A UMA IMPRENSA ALIADA OU AMEDRONTADA, NERVOSO E AGITADO E AGRESSIVO, COMO MOSTRAM AS CENAS DE TERROR VIVIDAS POR ESTUDANTES DO #FORAMARCONI

02 de Junho de 2012 às 17:53
Vassil Oliveira_Goiás 247 – Acostumado a lidar com uma imprensa amiga e a inibir no nascedouro qualquer reação negativa a atos e ações de seu governo, o governador Marconi Perillo (PSDB) se vê agora obrigado a lidar com uma miríade de perdigueiros à caça de informações sobre seu patrimônio e de manifestantes cobrando respostas e criticando-o.
Na última semana, foi intensa a busca por informações em Goiás. Jornalistas de veículos nacionais estiveram na cidade fazendo o seu trabalho: investigando as relações entre Marconi, Demóstenes e o contraventor Carlinhos Cachoeira. Não passaram despercebidos. Foram acompanhados passo a passo por policiais a paisana e por assessores ligados ao governo.
Nas redes sociais os tuiteiros marconistas ocuparam espaço com ataques, indiretas e defesas atravessadas. Todos que questionam, que perguntam, são tratados como inimigos, e viram alvo da fúria governista. Tal comportamento já deu muita dor de cabeça a Marconi, e não muda. É uma estratégica de comunicação de sua equipe.
O ataque direto a jornalistas e a reação imediata a toda e qualquer contrariedade são práticas comuns no governo Marconi desde o primeiro dia. A cada reportagem assinada que contraria interesses, sempre há uma resposta de um assessor ou contratado nas redes para tentar, mais que desmentir, desqualificar o repórter. Isso seguido de notas oficiais duras, às vezes até agressivas.
Exemplo claro disso está na nota que o governo enviou à Organização Jayme Câmara, que edita o jornal O Popular e é afiliada da Globo no Estado, criticando a cobertura no caso Cachoeira. “Causa-nos preocupação e decepção a insistência com que a maioria dos veículos da OJC, especialmente a TV Anhanguera, vem de forma sistemática tentando desestabilizar o atual governo, através de notícias maldosas e desconectadas dos fatos e da realidade”, disse o governador por meio de nota. “A grande quantidade repetida de equívocos, como os dois casos aqui mencionados, demonstra a indisposição de alguns profissionais da OJC com o atual governo.” (leia mais aqui)
Sim, a questão é tratada como pessoal. Daí a dificuldades hoje dos marconistas em lidar com a imprensa nacional, que não se intimida e não se contenta com explicações que pouco explicam, mas que ameaçam muito. A repetição da prática adotada em Goiás apenas evidencia um governo sem preparo para o diálogo, fora da área de conforto.
Em resumo: uma coisa é reprimir uma nota, impedir uma reportagem, aumentar ou sonegar uma verba publicitária para um veículo, ou contratar um incômodo jornalista com salário alto no governo, com tudo isso se restringindo ao Estado; outra é lidar com O Globo, Estadão, Folha, Carta Capital, Época, Congresso em Foco, Brasil 247, entre outros, que não se intimidam com bravatas e muito menos sucumbem por tostões ou bravatas.
O resultado é um governado nervoso porque suas ameaças não intimidam, contrariado porque seus factoides não repercutem como gostaria (sua visita surpresa à CPMI ficou longe de mostrar coragem e lisura, como ele gostaria), surpreso porque contestado pela população (a oposição nem existe, mas os atos populares persistem), e agressivo porque se sentindo ameaçado.
Este último caso é evidenciado por sua reação em Catalão (com ameaças e pressão sobre um líder popular que não lhe fez as vênias devidas) e, agora, Itumbiara, onde manifestantes do ForaMarconi apanharam de sua polícia, vivendo dias de terror (leia aqui).
Este é Marconi. Marconi Perillo. O verdadeiro.

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