domingo, 24 de junho de 2012

TV pública tem sinal cortado e manifestantes culpam Franco




ISABEL FLECK
ENVIADA ESPECIAL A ASSUNÇÃO

A TV pública paraguaia, que se tornou o epicentro dos embates entre o novo governo e os apoiadores de Fernando Lugo, saiu do ar por cerca de 20 minutos nesta tarde --o que levou os manifestantes a acusarem o novo presidente, Federico Franco, de censura.

"Acabamos de ser vítimas da forma mais evidente de censura. A perda de sinal não foi acidental, foi programado, e temos provas já circulando nas redes sociais", disse Diego Segovia, gerente de projetos da emissora.

O corte se deu enquanto a TV transmitia ao vivo, da frente da sede da emissora, discursos inflamados contra os "golpistas". Desde o fim da tarde de ontem, apoiadores de Lugo ocupam a rua Alberdi e se revezam no palanque do programa "Microfone Aberto", instalado no meio da rua.

Por ele, já passaram o próprio Lugo, o senador e ex-ministro do Interior Carlos Filizzola, membros da recém-criada Frente para a Defesa da Democracia -que reúne partidos e movimentos sociais, como o dos campesinos­- e dezenas de apoiadores do ex-presidente.

A TV se transformou na sede dos "indignados" depois que o diretor da emissora, Marcelo Martinessi, foi ordenado a se retirar do posto. "O que mais nos espantou foi a rapidez com que vieram para cima de nós. Uma hora e meia depois da posse de Franco, já havia gente sua aqui para se informar sobre a grade de programação e a forma de operar a emissora", disse Martinessi à Folha.

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