domingo, 8 de julho de 2012

O rodoanel chega à CPI



Comissão convoca os ex-diretores da Dersa, Paulo Preto, e do 

DNIT, Luiz Antônio Pagot. O objetivo é esclarecer denúncia de 

desvios de recursos para campanhas do PSDB em 2010

Pedro Marcondes de Moura
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ACUSAÇÃO
Paulo Preto teria pressionado o ex-diretor do DNIT, Luiz Antônio Pagot,
a liberar aditivos irregulares para o Rodoanel
Integrantes da CPI do Cachoeira deram os primeiros sinais de sintonia com a opinião pública. Depois de mais de dois meses de sessões marcadas pelo silêncio e até pelo deboche de depoentes, os parlamentares aprovaram, na quinta-feira 5, uma série de convocações que poderão, finalmente, esclarecer como atuava a organização criminosa apontada pela Polícia Federal. Entre os chamados a depor está Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Quem também foi convocado a prestar esclarecimentos foi o ex-diretor do DNIT, Luiz Antônio Pagot. Em entrevista concedida à ISTOÉ em junho, Pagot disse que foi pressionado pelo governo de São Paulo, em 2010, a liberar aditivos irregulares a empreiteiras envolvidas na construção do eixo sul do Rodoanel. Entre elas, a Delta. De acordo com Pagot, empresários envolvidos no projeto lhe disseram que porcentagens das obras eram desviadas para as campanhas tucanas de José Serra e Geraldo Alckmin e para o prefeito Gilberto Kassab (PSD). Um dos que o teriam pressionado pela liberação dos recursos seria Paulo Preto, então diretor de engenharia da Dersa, empresa do governo paulista responsável pelo Rodoanel. 

O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), comemorou a convocação de Paulo Preto. “O Pagot imputa ao Paulo Preto a prática de um crime”, afirmou Odair. Paulo Preto ganhou notoriedade depois que a então candidata do PT em 2010 à Presidência da República, Dilma Rousseff, citou o suposto desvio de R$ 4 milhões do caixa de campanha de José Serra num debate televisivo. Segundo reportagem de ISTOÉ, baseada em depoimentos de integrantes da campanha tucana, o dinheiro teria sido arrecadado por Paulo Preto junto às empreiteiras e depois desaparecido. Outra importante resolução da CPI, durante a semana, foi a convocação de Fernando Cavendish, dono da Delta. Se abrir o jogo à CPI, Cavendish pode ampliar o alcance da investigação.
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