segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Virei à tribuna todos os dias para me defender"



Foto: Agência Senado

SENADOR DEMÓSTENES TORRES SOBE À TRIBUNA DO SENADO PARA AVISAR QUE VAI APROVEITAR O ESPAÇO DO PLENÁRIO PARA FAZER SUA DEFESA, POIS TERÁ APENAS 20 MINUTOS PARA FAZÊ-LO NA QUARTA-FEIRA 11, QUANDO OS COLEGAS DECIDEM SE ELE PERMANECE NO CARGO

02 de Julho de 2012 às 16:26
247 - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) prometeu, nesta segunda-feira 2, defender-se diariamente no plenário do Senado até a quarta-feira da próxima semana, quando terá apenas 20 minutos para se defender do processo que pode cassar seu mandato. "Virei até a próxima quarta-feira, todos os dias, para me defender", avisou. "Assim o faço porque na próxima quarta-feira (11) disporei de 20 minutos mais 10 (minutos). pouquíssimo tempo para (alguém) se explicar", completou.
"Há quatro meses vivo um calvário sem trevas", reclamou o senador, que voltou a se defender das acusações de manter ligação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso desde o dia 29 de fevereiro. "Fui amigo de Carlinhos Cachoeira, mas nunca tive negócios legais ou ilegais com ele", disse, reclamando do tratamento que a imprensa vem dando ao caso. "Quando os temas se exaurem, requentam tudo. Nenhum cidadão merece tal castigo", reclamou. "No âmbito jurídico, sequer fui acusado, mas no tribunal das manchetes já fui denunciado, julgado e condenado", completou.
Demóstenes repetiu que não tem sociedade "nem nada a ver" com os delitos investigados pelas Operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. "Foi o que concluíram os policiais e procuradores da República que aturam no caso", disse, acrescentando que não colocou o mandato a serviço de Cachoeira. "Não me pesa a consciência, ela continua limpa. Na mídia, aparece contra mim um incrível repertório de ofensas. A campanha é recorde em seu tamanho e incalculável em seu volume", disse. "É difícil mensurar e impossível descrever a dor que esses ataques causam em mim. A tática dos detratores é implodir o edifício da hombridade construído ao longo de anos", lamentou.
Contagem de tuítes
O senador que deixou o DEM depois da emersão das denúncias chegou a contar as mensagens contra ele no Twitter para comprovar a campanha de difamação da qual ele alega ter sido alvo. “Houve período de 50 tuítes por segundo me ofendendo”, disse. “Assim, de vazamento em vazamento, de grão em grão, foi moída a história de uma vida honrada”, completou. "Fui ao fundo do poço, mas, graças a Deus, me levantei. Vencia a maior das guerras, aquela travada no meu próprio inconsciente. A todos reafirmo a minha inocência", defendeu-se. 
Ao fim de seu discurso, o senador pediu desculpa a cada um dos 44 parlamentares que apartearam o discurso em que ele disse não manter relações de negócio com Cachoeira, mas apenas familiar. “É de peito aberto que volto aqui pedindo perdão pelos erros que cometi”, disse Demóstenes, antes de citar nominalmente os parlamentares. "Peço perdão pelos constrangimentos que por ventura causei", completou. 
A defesa de Demóstenes foi feita apenas diante de quatro colegas: Ana Amélia (PP-RS), Pedro Taques (PDT-MT), Aníbal Diniz (PT-AC) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). "Não vou dar plateia para ficar ouvindo mentira. Errar uma vez é humano. Errar duas é burrice", explicou Alvaro Dias (PSDB-PR), que deixou o plenário antes do discurso.

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