Os dois, como estivessem a fazer uma comédia pastelão, divertiram-se com a tragédia alheia, com a dor de quem se defende de punições que certamente vão lhes levar à cadeia
A vilania está presente na
humanidade. Sem sombra de dúvida. Em algumas pessoas a perversidade é
marcada em suas almas como a tatuagem marca a pele. Se comportar como
biltre em público é sinal que tal pessoa renunciou de vez a compostura,
e, por seu turno, o sentimento de pudor deixou de ser importante para os
valores e princípios do ser vivente que substituiu a prudência pela
imprudência e o respeito pelo escárnio.
Há muito tempo os jornalistas
Merval Pereira e Carlos Alberto Sardenberg militam como políticos nos
diversos meios de comunicação privados. Eles pertencem a um sistema de
imprensa de mercado que combate sistematicamente e de forma
intransigente os políticos, partidos e governos que os seus patrões, no
caso os irmãos Marinho, são inquestionavelmente inimigos, e que, se
pudessem, derrubariam, sem titubear, os governantes trabalhistas que
assumiram o poder da República desde o ano de 2003.
Merval Pereira, juntamente com o diretor-geral
de Jornalismo e Esportes da TV Globo, Ali Kamel, abriu mão de ser um
analista ou comentarista político e passou a fazer política, com a
autorização de seus patrões, no decorrer desses 11 anos em que o
ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff administram o Brasil e
paulatinamente tentam modificar o panorama de miséria material e
violência social que aflige há séculos parcela enorme da população
brasileira.
Com canais abertos com juízes do
STF, Merval Pereira se tornou portador de recados de alguns magistrados,
aposentados ou não, que lhes passam informações de coxia e, por
intermédio delas, cobra, sem ter autoridade e conhecimento para isso, a
prisão de pessoas que ele chama, propositalmente, de mensaleiros, a fim
de desqualificá-los perante a sociedade e, consequentemente, tentar
fazer com o público acredite piamente em sua opinião publicada ou
irradiada pela CBN e Globo News.
Merval deve se considerar o 12º
juiz do Supremo Tribunal Federal. Com trânsito junto a juízes e
ex-juízes conservadores, a exemplo de Gilmar Mendes, Cézar Peluso, Ayres
Britto, Luiz Fux, Ellen Grace, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio de
Mello, o colunista de O Globo deita e rola e manda recados e,
irresponsavelmente, cobra prisões dos políticos do PT, bem como comemora
o possível cárcere daqueles que ele e seus patrões consideram como
inimigos políticos, a serem derrotados, humilhados e presos, se possível
em Guantánamo, com as cabeças encapuzadas e os punhos e os tornozelos
algemados com grossas correntes.
Este é o Merval Pereira, aquele
que faz aposta ao vivo com o jornalista ultradireitista da CBN, Carlos
Alberto Sardenberg. Os dois, como estivessem a fazer uma comédia
pastelão, divertiram-se com a tragédia alheia, com a dor de quem se
defende de punições que certamente vão lhes levar à cadeia. Políticos
históricos, que há 40 anos enfrentam uma das piores e mais cruéis elites
econômicas e políticas do planeta.
A burguesia violenta, privatista e
individualista, rentista e consumista, de passado escravocrata e que
sempre foi cúmplice, sabotadora e criminosamente golpista, a exemplo de
1932, 1938, 1945, 1955, 1964 e 2005, judicializou a política e
criminalizou o PT, partido forjado nas lutas populares, de essência
socialista e trabalhista e que mudou as condições de vida do povo
brasileiro para muito melhor e em apenas dez anos, como demonstram,
irrefutavelmente, os números e índices governamentais e acadêmicos.
Por isto e por causa disto, surgem
figuras moralmente dantescas e politicamente andrajosas, como, por
exemplo, o Carlos Alberto Sardenberg, porta-voz dos interesses de
banqueiros nas Organizações(?) Globo e irmão de Rubens Sardenberg,
economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban),
instituição que tem grande interesse na manutenção de juros altos no
Brasil e que atualmente, por intermédio do Itaú-Unibanco, tenta vencer
uma queda de braço com o Governo trabalhista de Dilma Rousseff, que já
deixou claro aos banqueiros que elevar ou baixar os juros é uma política
de estado e não, como acontecia no passado, uma ação meramente
monetária e financeira para atender aos interesses de uma classe
banqueira apátrida, alienígena e que não tem nenhum compromisso com o
desenvolvimento social de qualquer povo ou país.
O jornalista neoliberal e
adversário das políticas públicas desenvolvimentistas na verdade critica
a estabilidade do poder de compra do real e, por conseguinte, dos
cidadãos e consumidores brasileiros, porque não quer um sistema
financeiro sólido e eficiente e que rejeita há 11 anos a jogatina do
mercado bancário e financeiro que levou o Brasil e todos os países da
América Latina à insolvência e à total dependência de recursos
financeiros oriundos de bancos internacionais e cobrados com juros
escorchantes.
Sardenberg é irmão de banqueiro.
Como tal, sua relação familiar denota um conflito de interesse em sua
posição como jornalista de economia, o que é comprovado através de suas
intervenções como comentarista e colunista que, recorrentemente, pede
(quase exige) a elevação dos juros, além de defender o que é
indefensável, justificar o que é injustificável, que é apregoar a
efetivação do estado mínimo, a regulação do mercado pelo mercado sem a
intervenção quando necessária do Governo, e cortar os investimentos
sociais e estruturais.
Esta é a cabeça de Sardenberg e do
partido que ele e o Merval Pereira apoiam, o PSDB, agremiação
conservadora que vendeu o patrimônio público do Brasil e mesmo assim
teve de ir pedir esmolas ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires nas
mãos. O Sardenberg e o Merval que defendem, diuturnamente, um Brasil
atrelado e subserviente aos interesses dos Estados Unidos, pois
colonizados e portadores lamentavelmente orgulhosos de um inenarrável,
pois inacreditável complexo de vira-lata.
Pouco antes de a crise mundial
explodir em 2008 e derreter as economias dos países que esses
jornalistas colonizados tanto admiram como macacos de auditório, um
deles, que é o Sardenberg, disse: “A economia mundial segue em marcha de
sólido crescimento. Sólido porque não é nenhuma bolha financeira”.
Meses depois veio o tsunami que levou à bancarrota as economias
“sólidas” de Sardenberg e fez com que cidadãos e empresários de inúmeras
nacionalidades se suicidassem. É mole ou quer mais?
Esse é o jornalismo de esgoto
elaborado e calculado por jornalistas como Carlos Alberto Sardenberg e
Merval Pereira, este o 12º juiz do STF e que, debochadamente, apostou,
em viva voz na CBN, quando seriam presos os “mensaleiros” e quantos irão
para a cadeia. A conversa entre ambos é de uma desfaçatez que deixaria a
pessoa mais insensata ou sem noção negativamente admirada com tanta
leviandade e infâmia a serem irradiadas de uma só vez. Isto acontece
porque eles não fazem jornalismo e, sim, política.
Os dois sequazes dos políticos
petistas julgados e condenados pelo “mensalão”, que é o mentirão, pois o
tempo vai cuidar de dar transparência à verdade desse julgamento
tendencioso e seletivo, comportaram-se como torcedores em estádio e mais
uma vez, de maneira arrogante e pérfida, apostaram jantar e vinhos e
ainda consideraram realizar uma enquete para que os ouvintes da CBN
escolhessem a marca do vinho a ser paga pelo perdedor da aposta.
A dupla dinâmica do mau jornalismo
trata a vida de pessoas que estão a se defender politicamente com uma
insanidade que deixaria um cidadão com problemas psicológicos graves
estupefato e realmente surpreso com tanta mediocridade de jornalistas
que são considerados importantes pelo establishment, mas que na verdade
são dois capatazes a serviço do sistema de capitais, dos seus patrões e
de tudo aquilo que não condiz com o jornalismo, que é buscar a verdade,
defender a sociedade e lutar pelos que podem menos. Merval Pereira e
Carlos Alberto Sardenberg são as antíteses do que é ser razoável,
prudente e ajuizado. O dom do escárnio e da vilania. É isso aí.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/112732/A-vilania-de-Merval-e-Sardenberg.htm
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