segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Suprema covardia



O chamado mensalão que chegou a um desfecho previsível, com as prisões de José Genoino, José Dirceu e  Delúbio Soares, falta ainda colocar atrás das grades, Pizzolato e João Paulo Cunha, atendeu as expectativas de uma mídia seletiva que clama por moralidade apenas da boca pra fora e tem um histórico de cumplicidade com os grandes e verdadeiros escândalos de corrupção, acobertados em proteção aos governos tucanos responsáveis pelo desvio de bilhões de reais dos cofres públicos, todos engavetados, arquivados, parados ou lentamente investigados para garantir a prescrição dos crimes cometidos e não permitir que a nação conheça seus verdadeiros corruptos, aqueles que pousam de paladinos da ética, atolados num mar de lama oculto por uma blindagem que impede que sejam alcançados pelas mãos da justiça e punidos.

Considero os réus presos políticos diante da publicidade opressiva durante o julgamento da ação penal 470 que entrou na pauta do STF para coincidir com o processo eleitoral e interferir no resultado das urnas, impedir que Haddad fosse eleito e o PT moralmente condenado com uma derrota que não veio. Serra com ajuda da velha mídia e do STF,  perdeu para mais um poste de Lula, em que pese a mais rocambolesca campanha midiática nunca antes vista para convencer o paulistano a rejeitar pelo voto a candidatura de Haddad. Se a velha mídia não logrou êxito em sua cruzada antipetista, conseguiu dobrar as convicções da maioria dos ministros do STF que agiram como prepostos de uma decisão condenatória tomada nas redações dos jornalões muito além das provas que estão nos autos a indicarem que não há elementos para condenação dos réus.

Até uma teoria alienígena foi importada, deformada e aplicada em ofensa aos objetivos que a criaram e que se sustentava em uma ordem expressa de quem numa cadeia de comando teria autorizado que um crime se perpetrasse. O autor que aperfeiçoou o "domínio funcional dos fatos" declarou que nos termos aplicados pelo STF aos réus, simplesmente era uma abjeção e sem provas de que houve uma determinação de quem supostamente estaria no comando das ações, para o STF, José Dirceu, jamais poderia ser aplicada, sob pena de se cometer um grave equívoco, condenar sem provas substantivas um inocente.

O caldo fica mais grosso, quando o erro grotesco de condenar os réus com base na teoria do domínio funcional dos fatos chega somente a José Dirceu. Na verdade, uma tremenda covardia dos ministros togados do STF. Se José Dirceu era o chefe da quadrilha do mensalão, quem era o chefe de José Dirceu? Se José Dirceu teria ordenado que o esquema de compra de votos dos parlamentares da base aliada se efetivasse, ( não há provas de que isso tenha acontecido, não há um ato de ofício que implique José Dirceu nessa tramóia ), quem teria dado a ordem a José Dirceu para que ele comandasse aqueles que estavam na quadrilha do mensalão?

É óbvio que seria Lula. Mas Lula é Lula e os ministros do STF se acovardaram em completar a farsa, em levar adiante a sanha de colocar na cadeia o símbolo maior das mudanças que estão transformando o país e pararam no medo de arrastar uma figura de imensa popularidade, temendo as terríveis consequências que poderiam advir de tamanho absurdo, inclusive da comoção internacional que decorreria de uma decisão que no caso dos réus ora presos já é motivo de grandes contestações e controvérsias em face da forma como se deu o julgamento da ação penal 470, com todos seus vícios de ilegalidades cometidos, uma quebra inaceitável da ordem constitucional vigente.

Isso só agrava e expõe o caráter faccioso do julgamento do mensalão. Se os fatos narrados na denúncia se deram da maneira defendida pelo relator, o ministro Barbosa, que Lula seja também colocado no banco dos réus e assim como os demais petistas preso. Afinal todo esse suposto esquema teve um beneficiário maior no campo da política, o ex presidente. E se não é verdade que houve mensalão que os presos políticos do STF, sejam soltos e inocentados. Dói em mim ver essa grande injustiça ser cometida contra Dirceu, Genoino, Delúbio, Pizzolato e João Paulo Cunha enquanto Lula fica de fora e silente

Se o ex presidente tem convicção de que jamais urdiu, mandou ou preparou tal esquema que venha a público denunciar essa farsa. Que use a covardia dos ministros do STF que não o colocaram no banco dos réus para uma grande cruzada internacional contra esse golpe branco, grite contra essa inominável injustiça, mostre a nação como a corrupção é tratada pelo judiciário, pela imprensa, pelos órgãos fiscalizadores que usam de dois pesos e duas medidas e são seletivos na apuração e investigação que fazem condenando aqueles que interessam condenar e livrando de crimes os corruptos que venderam o país a banca financeira internacional e estão na mídia comemorando a desgraça de homens simples e honestos do povo quando deveriam está atrás das grades.




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