sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

DUDU LANÇA “PROCURADOR DO SERRA”


Avelar faz parte do “núcleo duro” das atividades suspeitas do Padim

Dudu e Avelar: escondido atrás da câmera, o Padim


Reportagem da Folha (*) da última terça-feira (28) noticiou que o PSB de Dudu e Bláblá quer lançar o Procurador da República Mário Lúcio de Avelar ao governo de Tocantins.

Aguiar atua há três anos no Ministério Público Federal do Estado de Goiás. Antes, passou pelo Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins.

A atuação do procurador Avelar em defesa da pauta Verde – clique aqui para ler “Teles Pires e os Verdes” – , o teria qualificado entre os bláblárineiros.

Ele foi um dos responsáveis pela operação “Curupira” contra o desmatamento em Mato Grosso, em 2005, quando Bláblárina era ministra do Meio Ambiente e se tornou bagróloga.

Avelar, porém, transcende o Verdismo.

No espectro das cores, ele se inclina para o azul-amarelo da ave tucana.

Ele é um dos heróis do “caso Lunus”, na campanha a Presidente de 2002.

Roseana Sarney, naquele momento, fins de 2001 e começo de 2002, era a candidata à sucessão presidencial de FHC que tinha mais chance de derrotar Lula.

O Padim Pade Cerra estava atrás dela, embora fosse o candidato do Príncipe da Privataria, pois dela participou com armas e bagagens – clique aqui para ler sobre a Privataria Tucana.

No dia da operação “Lunus”, os policiais federais, comandados pelo delegado Paulo Tarso de Oliveira Gomes, entraram no escritório da empresa Lunus, com uma equipe do Jornal Nacional.

Encontraram lá 1,3 milhões de reais em dinheiro, que foram devidamente empilhados para uma imagem celebre, que se repetiria anos depois no flagrante dos ”Aloprados”.

A operação foi numa sexta, mas no sábado a revista Época da Globo Overseas já estampava a foto com o dinheiro na capa.

É provável que o dinheiro fosse ligado a uma Caixa Dois – como se sabe, o PSDB é o único partido do Brasil que não emprega recursos da Caixa Dois.

O delegado Oliveira Gomes mandou, do próprio escritório da Lunus, no Maranhão, um fax para o Palácio do Planalto com a informação: ”missão cumprida”.

Mais tarde, a imprensa demonstrou que toda a operação foi gestada na CEME (Central de Medicamentos), órgão do ministério da Saúde, que havia sido convertido em uma central de inteligência pelo então ministro Cerra.

O chefe da Inteligência no Ministério da Saúde (sic) era o notável delegado da Polícia Federal Marcelo Lunus Itagiba, depois ínclito presidente da CPI do Amigos de Dantas (Daniel), que tentou escorraçar o destemido Juiz Fausto De Sanctis.

Na arapongagem atuou uma empresa chamada Fence Consultoria Empresarial. 

A Fence era contratada do Ministério para fazer “varreduras” nas comunicações do prédio – e reaparece, gloriosa, no livro Privataria Tucana, já que o governador Cerra a levou para São Paulo.

Fazia arapongagem com dinheiro público.

No clã do Cerra, o dono da Fence, um coronel reformado do Exército, era chamado de “Dr Escuta” !

A empresa recebia por varredura. Foi a própria Veja quem revelou que, no mês de janeiro de 2002, às vésperas da operação na Lunus, o “Dr Escuta” recebeu 210 mil reais do Ministério.

Só que para receber isso, a empresa precisaria ter feito 14 varreduras por dia naquele mês.

No Ministério Público, Cerra contava com os valiosos préstimos do subprocurador José Roberto Santoro.

Neste caso, o trabalho de Santoro foi acionar Mário Lúcio de Avelar.

Na época, a Folha publicou: ”Uma das primeiras atitudes do Procurador Mário Lúcio Avelar, do Tocantins, ao colocar as mãos na documentação apreendida foi disparar telefonemas para o procurador Santoro, considerado o mais próximo do candidato Serra:

“Gente, querem dizer que isso é do Serra? Então escreve: sou o procurador do Serra”, teria dito, republicanamente, o Procurador da República (sic) Avelar.

Segundo a Folha do dia 17 de março de 2002: ”Santoro coordenou informalmente o pedido de busca e apreensão de documentos no escritório da pré-candidata pefelista e governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Trocou ideias com o procurador Mário Lúcio Avelar, que foi o autor do pedido, e orientou a estratégia a ser adotada.”

O estrago político do caso Lunus foi imenso, mas tudo acabou arquivado no STF por falta de provas.

A candidatura Roseana foi para o brejo.

E está tudo devidamente descrito no livro “Código da Vida”, de Saulo Ramos, ministro da Justiça de Sarney.

Nem Cerra nem o Príncipe da Privataria processou Saulo, que morreu intocado pela honra deles.

Em 2004, Avelar voltou a comandar um caso de dimensão política, o do assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz. Outra vez Avelar se encontra com Santoro.

Como se sabe, o “escândalo” Waldomiro Diniz foi sustentado por um vídeo gravado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, onde Diniz, ex-presidente da Loterj, recebia uma propina do bicheiro.

A fundamentação da investigação contra o assessor de José Dirceu acabou sendo revelada “involuntariamente” pelo próprio Santoro, no Jornal Nacional.

O jornal exibiu um grampo revelador entre Santoro e Cachoeira, gravado numa madrugada de negociação, dentro da Procuradoria Geral da República. Santoro já tinha uma cópia da fita, mas queria receber do próprio Cachoeira, para poder usá-la como prova.
Santoro: “Daqui a pouco o Procurador Geral chega … ele chega às seis horas … Ele vai ver o carro. Ele vai vir aqui na minha sala. E vai me ver tomando um depoimento prá desculpe a expressão, prá ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da Republica, o homem mais poderoso do Governo […]

”Ele vai chegar aqui e vai dizer: ” o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT. Pra isso arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro, e resolveram, na calada da noite tomar um depoimento’.”

Na época, o Procurador Geral da República, Claudio Fonteles, pediu à Corregedoria do Ministério Público uma investigação sobre Santoro. “É uma atitude lamentável e deplorável,” disse Fontelles.

Outro escândalo investigado por Mário Lúcio de Avelar foi o ”Dossiê dos Aloprados”. 

Na véspera da eleição de 2006, pessoas ligadas à candidatura de Aloizio Mercadante a governador de São Paulo foram presas, em flagrante, em um hotel de São Paulo, por um delegado federal, ao tentarem comprar um suposto dossiê contra José Serra.

O dossiê pertencia ao empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoim.

O suposto dossiê de Vedoim, era, na verdade, um vídeo, onde José Serra aparecia,ainda ministro da Saúde, ao lado do sucessor na pasta, Barjas Negri.

Eles entregavam ambulâncias superfaturadas pelo esquema dos Sanguessugas, uma das maiores fraudes da história política do país, e que, por coincidência, também era investigada pelo procurador Márcio Lúcio Avelar, “o procurador do Serra”.

Luiz Antônio Trevisan Vedoim, era sócio da Planam, empresa que superfaturava ambulâncias compradas pela gestão Serra no ministério da Saúde.

Um delegado Bruno, da Polícia Federal, vazou o monte de dinheiro apreendido, e com a providencial ajuda do Gilberto Freire com “ï” (**) levou a reeleição de Lula para o segundo turno.

Clique aqui para ler “O Golpe do primeiro turno já houve. Falta o segundo”.

O ansioso blogueiro, então no iG, revelou que o delegado Bruno – por onde andará ? – criou a versão de que as imagens haviam sido furtadas dentro da PF – com a cumplicidade dos repórteres do PiG.

Na ocasião, ele ressalta a importância das imagens que saíram no Jornal Nacional, ainda naquela noite.

O PiG – que blinda o trensalão e até a próstata de tucanos – conseguiu transformar as ambulâncias superfaturadas na jestão Cerra no escândalo dos aloprados do Mercadante …

Quando se fala em “aloprado” não se toca em ambulância super-faturada…

Como se percebe, Avelar faz parte de um conjunto de varões cerristas que enobrece o Ministério Público – será o MP o DOI-CODI da Democracia?

Ou, como diria o Mino Carta, é tudo a mesma sopa.

Que agora se transfere do PSDB para o pic-nic no bosque com o Dudu e a Bláblá.

Estamos, de novo, na mesma sopa …

Que se enriquecerá com a contribuição do professor Giannetti, no Meio Ambiente, aquele que se preocupa com a flatulência dos bovinos; de Andre Lara Resende, do Banco Matrix, aquele 10 vezes pior que  o Opportunity na Pasta da Fazenda; e, no Itamaraty, de José Viegas, o amigo íntimo de Montesinos e Fujimori quando embaixador do Brasil em Lima, na iluminada presidência de Fernando Henrique .


Paulo Henrique Amorim, com pesquisa de Murilo Silva


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”. 
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/01/31/dudu-lanca-procurador-do-serra/

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