sábado, 15 de março de 2014

Sem provas e em "off", Veja aponta regalia de Dirceu



Quando pensamos que todo estoque de canalhice da Veja atingiu o limite máximo e nada mais há para se fazer em matéria de degradação de jornalismo marrom, eis que somos surpreendidos com uma Capa que é o suprassumo da mais sórdida campanha persecutória para impedir a progressão do regime penal para o qual Dirceu foi condenado e ilegalmente permanece preso em regime diverso, o fechado, não obstante decisão da mais alta corte de justiça pelo regime semiaberto com a intenção descarada de manter Dirceu preso e se possível transferido para um presídio de segurança máxima.

Se o juiz da vara de execuções penais de Brasília julgar que Dirceu deve continuar mantido preso no regime fechado com base no que publica Veja, definitivamente chegamos ao fosso do que concebemos como justiça. 

O OFF é um recurso excepcionalmente utilizado pelo jornalista para proteger sua fonte que concorda em dá declarações se tiver garantido o anonimato. A liberdade de imprensa assegura que o jornalista não pode revelar sua fonte mesmo sob ordem judicial. 

Diz o artigo 5º, inciso 14: “É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. 

Assim, mesmo que as declarações apresentadas na revista tenham sido realmente dadas pelas fontes nas quais se baseiam a matéria não podem servir como prova para embasar decisão judicial contrária a Dirceu sem antes se fazer uma rigorosa apuração dos fatos relatados. 

Aí está o busílis da questão. A pretexto de apurar o teor da matéria publicada em Veja, o juiz da VEP pode protelar a decisão de avaliar o pedido de Dirceu de trabalhar durante o dia e dormir na prisão a noite como determina sua sentença. 

Como Veja é useira e vezeira em distorcer, manipular e até inventar informações, a matéria tem cheiro de mais uma daquelas armações da revista. A salvo da obrigação de revelar quem deu as informações para a matéria publicada, o repórter da revista pode muito bem a ter inventado com o propósito declarado de influir na decisão do juiz da VEP. Uma matéria encomendada com objetivos escusos, próprios do jornalismo de esgoto que a Veja pratica. É a degradação total de uma revista que tanto apregoa ética e moral.



Sem provas e em "off", Veja aponta regalia de Dirceu

 Reportagem deste fim de semana sobre José Dirceu, por quem Veja nutre um estranho fascínio, é mais um exemplo da esculhambação da imprensa e da Justiça no País; todo o texto está ancorado em relatos de supostos servidores da Papuda que teriam falado sem se identificar, o que configura o chamado "off" no jornalismo; essas "fontes" teriam dito que Dirceu vem tendo direito a picanha e lanches do McDonald's na Papuda, além de um podólogo para tratar uma unha encravada; reportagem de Veja será usada numa manobra para enviar Dirceu a um presídio de segurança máxima, contrariando a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, que lhe garante o regime semiaberto


247 - A revista Veja, que já invadiu um quarto de hotel em Brasília, numa operação feita em parceria com o bicheiro Carlos Cachoeira, entrega, neste fim de semana, mais uma armação jornalística a seus leitores, com o objetivo de manipular o Poder Judiciário. O alvo, mais uma vez, é o ex-ministro José Dirceu, por quem Veja nutre um estranho fascínio, tantas as capas que lhe foram dedicadas. Desta vez, a reportagem trata de supostos privilégios que Dirceu estaria recebendo na Papuda.

Em resumo, os privilégios seriam picanha, lanches do McDonald's, visitas fora de horário e acesso a um podólogo, para tratar uma unha encravada. As provas... bem, as provas, elas não existem. Todo o texto de Veja está ancorado em declarações em "off" de supostos servidores da Papuda. 

Ou seja: supostas fontes que se mantêm no anonimato. "Nas últimas semanas, VEJA ouviu funcionários da Papuda que, sob a condição de anonimato, revelaram detalhes do regime especial a que estão submetidos os mensaleiros. 'Aqui já teve até picanha e peixada feitas exclusivamente pra eles', conta um servidor", diz um trecho da reportagem.

Notícias desse naipe, sem nenhuma comprovação factual, atingem seus objetivos. Foi a suspeita de uso de um celular no presídio, lançada na imprensa mas negada por uma sindicância interna, que impediu a análise do pedido de trabalho externo de José Dirceu. Foi também uma nota sobre uma feijoada o argumento usado pelo juiz Bruno Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB no Distrito Federal, para mandar Delúbio Soares de volta para a Papuda.

Com a capa desta semana, Veja tem alguns objetivos. Um deles é garantir a volta de José Genoino à prisão. "Numa conversa entreouvida por um servidor, um médico que atendia Genoino revelou ter escutado do próprio petista a admissão de que deixara de tomar alguns remédios para provocar uma arritmia cardíaca e, assim, poder pleitear a prisão domiciliar", diz Veja. A prova? Mais uma vez, uma "conversa entreouvida".

No caso de Dirceu, o que move a publicação é mais grave. Veja pretende manipular a Justiça para que um réu condenado ao semiaberto e recentemente inocentado da acusação de formação de quadrilha seja enviado a um presídio de segurança máxima – o que contraria a própria decisão do Supremo Tribunal Federal. "A Justiça está analisando um pedido do Ministério Público para que, diante da impossibilidade de controlar os privilégios concedidos aos mensaleiros pelo governo petista de Brasília, todos eles sejam transferidos para um presídio federal."

Nos próximos dias, o Brasil saberá se uma reportagem da insuspeita Veja, em off, será acolhida como prova pelo Poder Judiciário. Esculhambação? Sim, esculhambação total.

 http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/133288/Sem-provas-e-em-off-Veja-aponta-regalia-de-Dirceu.htm

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