sábado, 26 de abril de 2014

Por que a mídia manipula? 

Somos uma sociedade majoritariamente formada por analfabetos políticos, uma categoria de indivíduos que não procura informar-se com isenção e que recebe da velha mídia acriticamente e como verdadeiro aquilo que é publicado, muito embora o viés partidário esteja impregnado no denuncismo dirigido a um só espectro do lado político, a saber, a membros e ao próprio partido dos trabalhadores.

Temos em pauta, caminhando a passos céleres, a desconstrução da candidatura de Alexandre Padilha, único candidato com chances reais de impedir a reeleição do governador Geraldo Alckmin a um terceiro mandato e consequentemente colocar um fim no projeto político do PSDB em São Paulo que governa o Estado há 18 anos sucessivamente.

A engrenagem que põe em movimento esse esquema conta com o apoio de forças poderosas encravadas na velha mídia, no MP e justiça paulistanas que não agem com a mesma determinação quando se trata de divulgar escândalos tucanos. O tratamento dado a um e a outro salta aos olhos pelo tamanho da desfaçatez.

Há um imenso escândalo de corrupção fartamente documentado com intensa participação dos governos tucanos, duramente investigados pelo Ministério Público da Suíça, comprovando o desvio de cifras bilionárias do dinheiro público, pagamentos de propinas a altos dirigentes do tucanato, inclusive com ofícios adredemente engavetados pelo MP paulistano para não dá maiores consequências as investigações, tratados como se fossem coisas corriqueiras, divulgados sem o estardalhaço que caracteriza a cobertura dada quando o alvo de tais investigações tem o PT na alça de mira.

É desnecessário mencionar que se o investigado fosse o PT ao invés do PSDB no propinoduto tucano do caso Alston/Siemens, CPIS já teriam sido abertas tanto em SP quanto no congresso nacional, com ampla cobertura espalhafatosa dos veículos de comunicação da velha mídia cobrando providências, imputando responsabilidades e culpas antecipadas a quem deveria investigar e não o faz trazendo para os holofotes o procurador De Grandis que prevaricou no munus a que está investido ao "esquecer numa gaveta" um oficio de capital importância para a elucidação das investigações, enviado pelo MP suíço.

Isso não passaria em brancas nuvens como está a passar agora porque o investigado é o PSDB e não o PT. Uma falha imperdoável é ignorada tão somente porque o investigado não é o mesmo de sempre, alvo de uma campanha persecutória que não tem freios e prossegue como locomotiva descarrilhada, a qual ninguém é capaz de prever onde vai colidir.

Vazamentos de operações policiais sigilosas são recebidos alvissareiramente e publicados seletivamente sem se questionar a origem, o crime da violação do sigilo funcional, um vale tudo, aceitos por encontrarem potencial para ferir de morte o Partido dos Trabalhadores, tratamento diametralmente oposto dado aos vazamentos da Operação Satiagraha, cujo delegado responsável por aquela famigerada operação policial Protógenes Queiroz foi condenado a mais de três anos por crime de quebra de violação de sigilo funcional, ocasião em que essa mesma velha mídia discutia não o teor das investigações, os dados apurados, os indícios, provas e documentos que comprovavam um dos maiores crimes de corrupção que essa República presenciou, mas os vazamentos que eram tratados como crimes imperdoáveis. Hoje isso não tem nenhuma relevância. Não se concentram mais nos vazamentos e nos crimes de violação do sigilo funcional.

Agora o importante é o teor dos vazamentos e não a quebra do sigilo funcional por uma razão muito simples: o investigado são membros ou aliados de governos petistas contra os quais tudo é válido desde o tratamento imbecilizante, contraditório e cínico, assimilado por um séquito de indignados de ocasião, de moral muito particular e seletiva que querem a todo custo por fim a República "Petralha", ao descaramento de vir com uma pauta que não muito tempo atrás era repelida com veemência e tinha como pivô central Daniel Dantas, arquivo vivo da privataria tucana.

Assim uma suposta indicação do ministro Alexandre Padilha de um funcionário para um laboratório torna-se um escândalo maior do que o trensalão que pode conter inclusive as digitais do governador tucano de São Paulo e que envolve o desvio de bilhões de reais, a precarização do serviço de transporte metroviário, o mais problemático da América latina, completamente ignorado porque não se está em campanha pela moralização dos costumes políticos, pelo combate à corrupção. 


Corrupção que por essa lógica é coisa do PT. Aos olhos dessas vestais o PSDB não pratica corrupção, seus membros são uma congregação de Carmelitas. Essa tentativa de alvejar a candidatura de Padilha com a denúncia de uma suposta indicação de um funcionário inexpressivo de terceiro escalão tem o condão de preservar a incompetência dos governos tucanos que deixaram o paulistano sem água, às portas de um racionamento, à mercê de um estrepitoso escândalo de corrupção nos trens de SP que não recebe o mesmo tratamento investigatório com a presença  dos holofotes da velha mídia voltados para o  acompanhamento e cobrança de punição para os responsáveis como sói acontecer quando o PT é quem está na berlinda.

A velha mídia ainda consegue causar tanta celeuma com seu denuncismo tosco e inconsistente, alimentado por forças corporativas de dentro da polícia federal que estão a vazar informações seletivas de inquéritos sigilosos, numa clara quebra de sigilo funcional, crime tipificado em lei, porque sua cobertura não é acompanhada detidamente e seus métodos de atuação contraditórios para uma mesma situação que dependendo do ângulo observado muda de acordo com as conveniências e interesses, variando sem que seu público seja capaz de perceber a sutileza da manipulação da qual é vítima.


E sem a menor capacidade de formar uma opinião própria repete sofismas, frases feitas que embutem insinuações criminosas, sem a menor cerimônia, mesmo não entendendo patavinas daquilo que diz, apenas pelo prazer de apapagaiar mentiras, em rodas de amigos, mesas de bares, salas de aulas e locais de trabalho, tais como dizer que o ex presidente Lula ou seu filho dependendo do interlocutor é dono da Friboi, desconhecendo a existência de um inquérito policial aberto no septuagésimo distrito policial de SP para apurar a fonte da boataria criminosa que segundo apurações partiram de dentro do IFHC a partir de postagens feitas pelo filho de Xico Graziano. E assim se deixam manipular porque não querem buscar fontes alternativas para formar com segurança sua própria opinião.

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