A foto em destaque é do governador Geraldo Alckmin com o atual
presidente do Sindicato dos Condutores de São Paulo, Valdivan Noventa.
Durante todo o processo eleitoral do sindicato, o governador recebeu
tanto Noventa quanto o ex-presidente e membro da atual diretoria
Edvaldo Santiago, que eram candidatos da chapa de oposição. O histórico desses sindicalistas é público e certamente Alckmin sabia a quem emprestava sua imagem. Edivaldo, por exemplo, já foi preso pela Polícia Federal e é acusado de assassinato do ex-presidente do Sindicato dos Condutores de Guarulhos, Maurício Cordeiro.
Edvaldo Santiago também era o presidente do sindicato quando houve a
greve de nove dias que transformou a cidade num caos durante o governo
Luiza Erundina. E liderou a resistência contra a implantação do Bilhete
Único e da licitação do sistema na gestão Marta Suplicy. É uma
liderança acostumada a dinamitar com movimentos supostamente de cunho
social administrações progressistas.
Pela conversa que este blogue teve com um observador político que
conhece a ação desse grupo, essa atual paralisação combina a revolta
contra a direção do sindicato, que prometeu índices bem maiores de
reajuste e negociou com os patrões sem ouvir a categoria, com uma
manobra de Edvaldo para desestabilizar Noventa, o atual presidente do
sindicato.
A Santa Brígida, onde a greve continua, por exemplo, é a garagem de
origem de Edvaldo. E ele mantém excelente relação com os donos da
empresa. Por isso, não se pode descartar que essa viação e a Gato Preto
tenham interesse em desestabilizar o acordo que foi assinado pelo setor
empresarial.
O quadro é bem mais complexo do que parece. Não é, como alguns
gostariam, uma greve articulada por um grupo de trabalhadores mais
indignados e de luta.
Além dessa disputa interna na direção da entidade, há um jogo de
empresários e ainda há possibilidade concreta de que interesses
político-partidários estejam vitaminando essa ação de desestabilização
do governo Haddad. A foto de Alckmin com os sindicalistas que estão no
meio dessa história e a sua declaração de que a greve é culpa da prefeitura podem significar muito mais do que a vã filosofia pode explicar.
Renato Rovai
http://www.contextolivre.com.br/2014/05/alckmin-estaria-por-tras-da-greve-dos.html
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