sexta-feira, 27 de junho de 2014

Morador de rua está preso há 1 ano por ter participado dos protestos de Junho de 20013



Nem um dos manifestantes que insuflou esse pobre coitado a fazer parte do grupo que foi pras ruas praticar atos de vandalismo, ou mesmo os movimentos organizados como o tal dos pelegos do MPL e movimentos sociais engajados, bem como os coletivos que apareciam na mídia para mostrarem insatisfação contra tudo o que está aí, levantaram um só cartaz contra a injustiça de que foi vítima esse ser desvalido que não tem voz nesse mundo iníquo. Inocente útil em meio a playboys de classe média que tomaram as ruas para se divertirem em sua rave que quase acaba em um golpe branco de Estado. Deveriam aproveitar o momento de insistir com os protestos para organizar uma manifestação em favor desse morador de rua, o único que se encontra condenado pela justiça por participar das manifestações de junho de 20013, o símbolo de uma justiça pervertida. Nem mesmo o Mauricinho que detonou um explosivo que matou o repórter da bandeirantes foi condenado pela justiça. Continua impune. Esse descamisado paga o pato de uma sociedade injusta e desigual. 


Um ano de prisão
Por Wadih Damous

Morador de rua foi condenado a cinco anos e dez meses por "porte de artefato explosivo" em manifestação; trata-se de um vidro com pinho sol e água sanitária; ele seria condenado se fosse da classe média ou da elite?

Rafael Braga Vieira era um morador de rua, que ganhava a vida catando latas. Foi preso no dia 20 de junho de 2013, depois de encerrada uma manifestação no Centro do Rio de Janeiro.

Como aconteceu no término de outros protestos, naquele dia houve quebra-quebra promovido por grupos de mascarados e a polícia efetuou prisões.

Entre os detidos estava Rafael Braga Vieira. Ele tinha consigo, além de latas de cerveja amassadas, com que buscava seu sustento, recipientes com restos do desinfetante Pinho Sol e de água sanitária. Ao contrário dos demais, ficou preso preventivamente.

No dia 2 de dezembro o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal, o condenou a cinco anos e dez meses de prisão em regime fechado, por "porte de artefato explosivo". Serviu como agravante para a condenação o fato de Rafael já ter sido condenado duas vezes por roubo.

Segundo o magistrado, laudo pericial "atesta que uma das garrafas tinha mínima aptidão para funcionar como coquetel molotov". "O etanol encontrado dentro de uma das garrafas pode ser utilizado como combustível em incêndios, com capacidade para causar danos materiais, lesões corporais e o evento morte", afirmou o juiz. A Defensoria Pública recorreu.

Mas Rafael teria sido condenado se fosse de classe média?

O desinfetante encontrado em seu poder tem, de fato, álcool em sua composição. Aliás, como os demais produtos do gênero vendidos em supermercados. Mas, daí a condenar quem o tem consigo por porte de "artefato explosivo" é evidente exagero.

Estamos diante de um bode expiatório. Para isso, nada melhor do que um humilde morador de rua, catador de latas.

Semana passada, Rafael completou um ano de prisão.

Esperamos que esse aniversário não se repita e que a injustiça de que foi vítima
seja reparada o quanto antes. 


http://www.brasil247.com/.../Um-ano-de-prisão.htm

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