sexta-feira, 12 de setembro de 2014

De um leitor do blog do Nassif sobre suas preocupações com a eleição de Marina



Talvez no início isto vá chocar, mas apesar de tudo que uma eleição de um Aécio pode causar de ruim a política brasileira, fico muito mais preocupado com a eleição de Marina.
Não vou comparar os dois em termos de características de honradez e outras características de personalidade, pois todos nós sabemos que Marina apesar de COMPLETAMENTE equivocada me parece que ela acredita bem mais do que Aécio no que ela fala.
Porém como diz o ditado, o inferno está cheio de boas intensões, e vejo em Marina queimando neste inferno metafórico por aquilo que ela está pensando.
Para mim é claro que a candidata embalada por um espírito messiânico e crente de suas convicções ambientais adotou o que se chama uma postura Ecocentrista, esta postura que para alguns pode não levar a nada é extremamente perversa para a população de menor renda.
Não é por acaso que Marina tem um desempenho péssimo no estado que lhe deu o mandato de senadora, é exatamente por centrar a sua política numa sustentabilidade completamente equivocada que ela pode levar o Estado brasileiro a um verdadeiro desastre.
Uma postura ecocentrista não se apoia na visão que temos que recuperar o homem da miséria para com isto atingirmos a possibilidade de uma verdadeira sustentabilidade, uma visão ecocentrista considera os homens como mais um elemento da indissociável da natureza e não como alguém como interdependente da mesma.
Posso chocar alguns veganos que leiam este texto, mas não chegamos ainda ao ponto de dispensarmos de ser um orientador ou administrador do nosso meio ambiente e não mais um dos membros desta comunidade de seres vivos.
Esta visão, ecocentrista leva a políticas que causam espanto quando pronunciadas por seu guru econômico, o filósofo e economista Eduardo Giannetti da Fonseca, de aceitar o decrescimento econômico da mesma forma que em sociedades abundantes e perdulárias como a economia norte-americana ou europeia aceitam.
Parece paradoxal, mas vejo além dos problemas de não aceitar um governo com partidos e de se lançar numa aventura de um banco central independente, o problema da definição da sustentabilidade. O seu pouco caso com o aproveitamento do pré-sal não é uma estratégia que se encerra em tentativas privatistas, é pior, é baseada na falsa ideia que aproveitar um combustível fóssil para a riqueza do Brasil seria um crime ambiental contra o mundo. Esta concepção não leva em conta que tirando da miséria e da ausência das mínimas condições de sobrevivência estas mesmas pessoas que agridem o meio ambiente por absoluta falta de condições de sobreviver doutra forma tem que fazer o que na cidade o que consideramos crime ao meio ambiente uma agricultura de queimadas. Cito por exemplo o Acre, onde Marina adotou a mesma intolerância que deveria ter com grileiros grandes proprietários de terras com os seus antigos companheiros de luta sindical.
Não querer agredir a natureza é um consenso nos dias atuais, mas para chegarmos a condições dignas ao povo brasileiro teremos que necessariamente minimizar e não zerar esta agressão. Não adianta pensarmos que tecnologias caras, totalmente importadas e sem capacidade de sustentar a atividade econômica, substituirão tecnologias limpas e que nós dominamos na geração de energia.
Para mostrar o total despreparo do programa de governo, mesmo no que ele tem de mais importante para quem se preocupa com a sustentabilidade, são citados num aparente copiar-colar como hipótese de energias alternativas a energia geotérmica, energia de ondas e energia de marés. Isto pode se deixar passar por alguém que copia um texto de segundo grau para fazer um trabalho de escola, mas propor uma energia que não existe no Brasil (geotérmica), outra que não existe em lugar nenhum do mundo em operação comercial (ondas) ou outra que precisa que haja na natureza de forma vigorosa (marés) para que possa ser aproveitada, não dou a permissão para quem fala tanto em sustentabilidade e aproveitamento de energias alternativas escreverem algo tão infantil como isto.
Vejo em Marina a maior improvisação que se quer fazer politicamente em todo o mundo, e improvisar desta forma com uma Nação sem que isto tenha passado pela experiência numa escala menor, um verdadeiro enfrentamento da lógica e do princípio da precaução, tão amado pelos ambientalistas. Chamo a atenção, que lançar um país num sonho sem a mínima experimentação em escala menor, pode resultar em verdadeiras tragédias que atrasam décadas a vida deste país ou pior levam a grandes fomes ou convulsões.
Parece até um verdadeiro pesadelo, procurar em nome de uma pseudo salvação do planeta, lançar um país num caminho nunca trilhado com imensas chances de dar errado, exatamente um país que menos precisa provar aos outros o seu respeito com o meio ambiente. Deixemos para que economias que exauriram suas terras, que eliminaram sua biodiversidade, que exploraram os países mais pobres retirando seus recursos naturais que provem o remédio amargo da doença que ainda não temos, pois como até os mais radicais defensores da natureza sabem que em termos de economia sustentável o Brasil pode ser um exemplo de compatibilização entre crescimento voltado para o seu povo e conservação ambiental.
http://jornalggn.com.br/blog/antonio-barbosa-filho/carta-aberta-a-minha-amiga-luiza-erundina-por-antonio-barbosa

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