domingo, 21 de setembro de 2014

Dilma em coletiva: "Quem fala em tarifaço está mal intencionado"




A presidenta Dilma Rousseff lembrou hoje do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada. Ela disse que “o Brasil precisa de todas as pessoas, sem discriminação” e apresentou um balanço do programa “Viver sem Limites”, lançado em 2011, para eliminar as barreiras e garantir direitos a oportunidades para pessoas com deficiência. Dividido em quatro eixos - acesso a educação, saúde, inclusão social e acessibilidade, objetiva garantir a autonomia necessária para as pessoas com deficiência. 
Na educação, Dilma destacou a parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que hoje responde por 23% das matrículas para as pessoas com deficiência. “(As APAES) garantem acesso para 194.400 matrículas e nós repassamos, desde 2011, quando o Viver sem Limites foi lançado, até hoje, cerca de R$ 5,9 bilhões, para garantir matrículas, sustentabilidade das escolas, processos especiais, incluindo todas as necessidades”. Nas escolas públicas, foram 648 mil matrículas e também garantidos recursos para adaptar 25,7 mil escolas para fortalecer a rede para esse público.
De acordo com a presidenta, 1,1 mil municípios se inscreveram no Viver sem Limites. Desses, mil receberam 1,4 mil veículos adaptados. Além disso, 114 universidades foram adaptadas para o ensino da pessoa com deficiência. Quanto ao Pronatec, foram reservadas 15,3 mil matrículas para pessoas com deficiência e também ampliado a educação bilíngue (letras e libras). Foram 13 cursos criados e outros 9 deverão ser entregues até o fim do ano. Para 2015, estão previstos mais 5.
No eixo da saúde, Dilma destacou os 102 Centros Especializados de Reabilitação – CER e todos contam com veículos acessíveis para o transporte. Também, 460 Centros Especializados de Odontologia (CEO) foram adaptados com equipamentos especiais, bem como 81 hospitais, e a garantia do teste do pezinho em todos os hospitais no país.
Em inclusão social, a presidenta lembrou que hoje a lei garante o Benefício de Prestação Continuada (BPC) a pessoa com deficiência que perdeu o emprego. Ou seja, se antes já recebia e conseguiu um emprego, deixou de receber, caso demitido, o BPC volta a ser pago.
Na acessibilidade, há grandes conquistas, como a inauguração do Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistida, em Campinas e a linha especial de microcrédito para as pessoas poderem comprar seus equipamentos. “É financiado com juros subsiadíssimos. Quem não gosta de juros subsidiados não gostaria nem um pouco dessa linha especial”, provocou Dilma durante a coletiva. Segundo a presidenta, já foram feitas 21,5 mil operações envolvendo R$ 131 milhões.
Ainda nesse eixo da mobilidade, ela lembrou do impacto para famílias que encontram moradia adaptada pelo programa Minha Casa Minha Vida. São 925,3 mil moradias adaptadas, uma parte ainda em construção e outra entregue para famílias com pessoas com deficiência. Por último, lembrou do primeiro Centro de Treinamento de cão guia do país, localizado em Camboriú, uma grande conquista.
Em dia descontraído, vários outros tópicos surgiram durante a entrevista. Por exemplo, a presidenta destacou que gosta de toda a energia que vem das ruas, em função dos eventos de campanha onde tem contato com o povo. No entanto, dedicou especial atenção aos selfies, que se tornaram marca de sua campanha. “É Roussellfie que eles falam para mim”, disse.
A presidenta também corrigiu os jornalistas sobre alegada declaração da presidenta acerca do papel da imprensa. Muitos veículos estamparam em suas páginas que Dilma teria dito que não cabe à imprensa o papel de investigar. Ela disse que a frase ficou fora de contexto e explicou que o jornalismo investigativo fornece elementos (indícios), mas que juridicamente só são aceitas as provas e que essas são colhidas pela Polícia Federal, Ministério Público etc.
“A imprensa investiga, investiga para informar, investiga até para fornecer indício como é o caso da Garganta Profunda, do Watergater”, declarou a presidenta, lembrando do codinome que ficou conhecido um informante dos jornalistas do Washington Post, em escândalo que levou a queda do presidente Richard Nixon, nos Estados Unidos. Segundo ela, o que defendeu na ocasião e que provocou o mal entendido por parte da imprensa, foi o fortalecimento institucional e legal, para combater a impunidade e a corrupção.
Outro assunto abordado foi a inflação. Mais uma vez, Dilma explicou que até o fim do ano o percentual voltará para o centro da meta e que o mercado também confirma essa expectativa. Assim como os analistas, lembrou que a seca prolongada motivou o uso das térmicas e que isso pesou no reajuste da tarifa de energia, ação necessária e que evitou o racionamento de energia que ocorreu durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Quem fala em tarifaço está mal intencionado”, pontuou a presidenta.
http://www.mudamais.com/daqui-pra-melhor/dilma-em-coletiva-quem-fala-em-tarifaco-esta-mal-intencionado

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