segunda-feira, 29 de setembro de 2014

RBS discute Dilma, Estado Islâmico e manipulação da informação, por Charles Leonel

Impressiona como os funcionários da RBS fazem todo esforço possível para agradar os seus patrões. Sempre que possível, manipulam as informações. E, por vezes, passam ao largo da verdade.
O jornalista Tulio Milman, na sua coluna Informe Especial, veiculada na edição de hoje do jornal Zero Hora/RBS, distorce pronunciamento da Presidenta Dilma, espertamente ligando-a ao nazismo e ao fundamentalismo.
Conforme é possível ler no texto de Milman (acima), o subalterno da família Sirotsky acusa Dilma de indicar diálogo com o grupo terrorista que se autodenomina “Estado Islâmico”, o que seria uma proposta irresponsável.
Milman, almejando demonstrar que sua “crítica” é embasada em alguma erudição, recomenda à Dilma a leitura de um livro cujo enredo é o hipotético retorno de Hitler a Berlin em pleno 2006.
Assim, em poucos traços, o lacaio da RBS tratou Dilma como uma pessoa irresponsável e que flerta com ideias fundamentalistas e nazistas.
Evidentemente que Milman tem a prerrogativa de opinar sobre o que pensa em relação à Dilma, bem como o dever funcional de redigir sua coluna, afinal é pago para trabalhar na RBS. O que não pode é manipular a informação, distorcer fato da realidade. Não agiu como jornalista, foi panfletário da inverdade.
Segundo matéria ao final dessa postagem, publicada na Folha SP virtual e assinada por Mariana Haubert, Dilma esclarece, não pela primeira vez, que não defendeu diálogo específico com o grupo fundamentalista autodenominado “Estado Islâmico”.
Na verdade, a presidenta do Brasil afirmou, em entrevista concedida dia 24 último, depois de seu discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU, que o melhor caminho para a superação de conflitos não é guerra, mas o diálogo.
Dilma, corajosamente, questionou os ataques dos EUA à Síria e ao Iraque, em suposta ofensiva contra o “Estado Islâmico” e o terrorismo. Dilma sustentou que lançar bombas e empregar mecanismo de invasão não resolve o problema do terrorismo, caso contrário o ataque ao Iraque seria suficiente, mas deu no que deu.
Pois eu estou com Dilma. Invadir países sob o pretexto de combater o terrorismo é uma farsa, é a busca inescrupulosa do butim. Ganha a indústria de armas e as empresas encarregadas de “reconstruir” o país devastado (sem falar dos futuros contratos para “gerir” os recursos naturais dos “derrotados”). Mas o custo de vidas humanas – principalmente de crianças – é enorme. E esse tipo de ação, no final das contas, só faz reforçar o discurso fundamentalista e as práticas terroristas.
O fundamentalismo (e as pessoas fundamentalistas) não se aniquila, isola-se. E seu isolamento requer esforço mundial para mostrar aos seus seguidores que a democracia é boa para todos, não somente para quem agrega capital. Tem de injetar dinheiro lá, levar para aquelas pessoas educação, saúde e renda. Que se dê um emprego e dignidade, não bombas! Que se dê escolas para aquelas crianças, não a morte!
Recomendo ao Túlio Milman que leia alguns livros de História. Se os patrões permitirem, é claro.

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