domingo, 4 de março de 2012

Demóstenes Torres, Marconi Perillo, Roberto Marinho. Deu zebra: Terno de grupo do grupo de terno




No jogo de bicho, terno de grupo é a modalidade em que você escolhe três animais e vence, caso eles sejam sorteados entre os cinco primeiros.

Demóstenes Torres, Marconi Perillo e Roberto Marinho não são animais, nem grupos de animais do jogo de bicho. Ao contrário, são seres éticos, têm em comum a defesa da moral e dos bons costumes. São contra a contravenção, a corrupção, verdadeiros vestais num mundo em degradação.

Mas não é que agora a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo e descobriu que Demóstenes Torres (senador do DEM) e Marconi Perillo (tucano governador de Goiás) têm ligações estreitas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira?

Demóstenes Torres (aquele do grampo sem áudio com Gilmar Mendes) ganhou de presente de casamento do bicheiro uma cozinha completa (segundo a investigação), ou apenas fogão e geladeira, segundo o senador. Curiosa é a explicação do senador para justificar por que aceitou os mimos:

“Sou amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha mulher”, diz Demóstenes. “Depois do escândalo Waldomiro Diniz, eu pensei que ele tivesse abandonado a contravenção, e se dedicasse apenas a negócios legais” [Fonte].

A ingenuidade do senador nos espanta porque ele já foi Secretário de Segurança de Goiás. E diz que é amigo do bicheiro há anos. Desde a época da Secretaria? Como Procurador e Secretário, não poderia estar tão mal informado assim sobre as atuais atividades de Carlinhos Cachoeira.

Mas a operação da PF não flagrou apenas o senador. Descobriu também que o atual governador de Goías, o tucano Marconi Perillo, vendeu uma casa de sua propriedade para o mesmo bicheiro.

Aqui, fecha-se o terno de grupo com o falecido fundador da Rede Globo, que também vendeu sua cobertura na Av. Atlântica para um bicheiro.

Como separar o dinheiro sujo da contravenção e de sangue dos homicídios (geralmente envolvidos nesse tipo de negócio) do usado para comprar casa, cobertura e a cozinha completa (ou apenas o fogão e a geladeira) do senador?
http://blogdomello.blogspot.com/2012/03/demostenes-torres-marconi-perillo.html

Polícia carioca faz busca em campus da UFF



Sobre a invasão do Campus do Gragoatá, da UFF (Universidade Federal Fluminense) pela Polícia Militar

do Vírus Planetário, em 03.03.2012, sugerido pelo Pedro Pinheiro
Confira nota publicada pelos Diretórios e Centros Acadêmicos da UFF sobre o caso:
No dia 1º de março, por volta das 11h da manhã, estudantes e servidores foram surpreendidos pela invasão de uma viatura da PM (12º BPM) ao campus do Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense (UFF). De acordo com a Constituição, a Polícia Militar não tem permissão para atuar em território federal, cabendo somente à Polícia Federal tal responsabilidade. Além de invadir o Campus da Universidade, os PM’s também invadiram as salas dos Diretórios Acadêmicos de Ciências Sociais e de Filosofia. Os militares justificaram a ação a partir de uma suposta denuncia anônima de que no local haveria drogas e coquetéis Molotov preparados pelas “lideranças” da manifestação contra o aumento da tarifa das barcas, que ocorrera pouco antes na Praça Araribóia.
No mesmo dia em que o governador Sérgio Cabral colocou a PM e o BPChoque para intimidar manifestantes contrários ao abusivo aumento da passagem da barca, uma viatura da PM visitava o “campus” Gragoatá da UFF. Para ser mais exato, fazer o que mesmo? Com autorização de quem? Quando um governante suscita mais dúvidas do que certezas, é chegada a hora de pensar se ele não controla mais a vida da população do que o povo, o mandato dele. Foto: Pró-Reitoria de Graduação/UFF
Cabe destacar que os PM’s entraram acompanhados por um responsável pela segurança do campus. Várias intimações foram realizadas pela 76 ª DP, que possui um dossiê feito pela concessionária com os perfis dos manifestantes. Também entraram com um processo na empresa Google, para que retirassem do canal Youtube vídeos que convocam os protestos.
No dia 29 de fevereiro, o Tribunal de Justiça do Estado concedeu parecer favorável a uma liminar da Barcas S\A tentando impedir a participação do PSOL e de um professor da rede estadual na manifestação. Compreendemos, portanto, que este fato é mais um de uma série de ações repressivas, que buscam intimidar as manifestações contra o aumento abusivo das tarifas da Barcas S\A, e foram todas pacíficas. Entendemos que este processo de repressão faz parte de uma conjuntura de criminalização dos movimentos sociais e também da pobreza no país, vide a brutal desocupação de Pinheirinho e de diversas ocupações no centro do Rio, as fortes repressões às passeatas contra os aumentos das tarifas de ônibus, e a dura repressão que professores e os próprios PM’s e bombeiros sofreram em diversos estados quando reivindicaram aumentos salariais.
A recente experiência da militarização da USP demonstra que em vez de mais “segurança”, só aumentou a repressão aos movimentos, com cenas de violência por parte dos militares.
Exigimos o imediato esclarecimento da reitoria da UFF sobre como foi possível a esta viatura entrar ilegalmente no campus do Gragoatá, acompanhada por um responsável da administração da universidade. Exigimos também esclarecimentos do comandante do 12º BPM. Por fim, exigimos uma imediata moção de repúdio assinada pelo reitor sobre o ocorrido, além das medidas legais necessárias por parte da universidade para apuração e responsabilização sobre o fato. Não nos intimidaremos e continuaremos a ocupar a universidade como espaço de defesa da liberdade de expressão e livre organização.
Diretório Acadêmico Raimundo Soares – Ciências Sociais – UFF
Diretório Acadêmico de Psicologia – UFF
Centro Acadêmico Evaristo da Veiga – Direito – UFF
Centro Acadêmico de Letras – UFF
Diretório Acadêmico de Comunicação Social – UFF
Diretório Central dos Estudantes Livre da UFF Fernando Santa Cruz

Uma página em branco




Do Valor Econômico
Maria Cristina Fernandes
Entre a campanha presidencial de 2010 e a decisão de candidatar-se à Prefeitura de São Paulo, José Serra foi colunista de jornal. Escreveu 21 artigos em "O Estado de S.Paulo" e dez em "O Globo". A íntegra desses artigos está no seu site (www.joseserra.com.br), onde também se encontram discursos feitos em encontros partidários de que participou nesse período, comentários sobre a conjuntura e um artigo sobre goleiros publicado pelo jornal "Lance!".
Os artigos revelam o ex-candidato à Presidência da República, o ex-senador e, eventualmente, o ex-governador do Estado de São Paulo. Em nenhum momento, porém, avoca sua experiência de um ano e três meses frente à prefeitura da capital.
São textos fluidos e ácidos com raras concessões ao lirismo, como no texto em que revela sua simpatia pelos goleiros: "Vê seu time sempre pelas costas e o adversário pela frente. Trabalha com as mãos no esporte dos pés".
Faz revelações de sua infância ao rememorar os 50 anos da renúncia de Jânio. Sua mãe entusiasmou-se pela campanha do tostão contra o milhão. As mulheres consideravam Jânio um político diferente dos outros. O jovem Serra também. Achava que havia feito um bom governo em São Paulo, "operoso e sem escândalos" e, por isso, tinha lhe dado o primeiro voto de sua vida. O pai era contra por sua gestão na prefeitura, quando os fiscais cobravam caixinha dos feirantes do Mercado Municipal.
Serra fez duas estreias. Na imprensa começou com um "Oposição para quê?", em que faz referências não tão veladas à proeminência que o senador Aécio Neves havia adquirido no partido. Diz que o PSDB não sabe fazer oposição e considera razoável o eleitor imaginar que "não sabe governar quem não sabe se opor". Sugere os 10 Mandamentos como cartilha para a oposição e sugere o 11º: "Não ajudarás o adversário atacando teu colega de partido".
Faltou São Paulo nos artigos de José Serra
Ao abrir o site, em um pequeno artigo com o título "Minha primeira vez", cita um conto de Machado de Assis: "As palavras têm sexo, unem-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas chama-se estilo".
Na internet e nos jornais o que predomina são os textos de crítica ao governo federal. Desindustrialização, câmbio e infraestrutura são os temas econômicos mais frequentes. Recorre à terceira colocação do Brasil no índice do Big Mac mais caro para fazer suas críticas ao câmbio sobrevalorizado. Reclama de uma política mais agressiva para o turismo, capaz de competir pelos R$ 16 bilhões que os brasileiros gastaram em 2010 no exterior.
Considera o trem-bala "o pior projeto da história" e diz que as concessões petistas das rodovias federais "não foram "a preço de banana", foram de graça mesmo" para concluir que "a pior ideologia é a incompetência".
Faz um único elogio à política econômica, reservado ao site. Quando o Copom baixa meio ponto da Selic defende a credibilidade do Banco Central e o direito de a presidente conversar com seus diretores e ministros da área econômica sobre os rumos da política monetária.
Volta e meia analisa a economia internacional. Diz que o Euro foi o "maior erro de política econômica em escala internacional na segunda metade do século XX".
Faz críticas recorrentes a corrupção e a loteamento de cargos, queixa-se dos rumos da reforma política e do que avalia como abandono do tema dos direitos humanos na política externa. Faz um artigo sobre saúde, relembrando sua atuação no ministério e defendendo a vinculação de recursos. Já este ano escreveu um artigo sobre o Enem em que critica a iniciativa petista de tentar mudar a forma de ingresso nas universidades transformando-o num vestibular gigantesco e mal administrado.
Nos 12 meses em que escreveu Serra não falou do transporte público, das creches, das AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais) ou da limpeza urbana da cidade de São Paulo.
Ele avisara, ao estrear como articulista, que estaria ocupado com o "futuro do Brasil e dos brasileiros". Na carta que entregou ao diretório municipal do PSDB reconheceu que os 44 milhões de votos que recebera em 2010 lhe estimularam a voltar sua atenção a questões nacionais.
Em sua primeira entrevista como pré-candidato, Serra disse que apresentava sua postulação por "necessidade política e por gosto de ser prefeito".
Se nem ele nem seu partido acreditavam ter alternativa, foi efetivamente por necessidade que resolveu se apresentar. Mas que a prefeitura mobiliza seus gostos não havia como adivinhar.
Esta é, no PSDB, uma das principais preocupações de sua campanha. Serra terá, provavelmente, a vantagem de liderar a mais robusta aliança partidária da sucessão paulistana. Além disso, conta com o histórico eleitoral de uma cidade que favorece candidaturas de centro-direita. Apesar disso tudo, porém, esta deve ser uma campanha mais difícil do que aquela em que venceu Marta Suplicy em 2004.
Naquele ano Serra ainda tinha fresco na memória do eleitor a passagem, havia dois anos, pelo Ministério da Saúde, quando fez uma gestão inovadora.
Agora já se passaram dez anos desde que deixou a Saúde. A avaliação é que lhe faltam marcas e sobram desgastes acumulados numa polêmica campanha presidencial. Aquilo que fez na rápida passagem pela prefeitura acabaria sendo creditado na conta de Gilberto Kassab, que ruma para concluir seu segundo mandato no posto. Também é difícil evitar que o que restou de sua administração como governador de Estado durante dois anos e três meses não se diluísse nos mais de sete anos que Geraldo Alckmin já acumula no cargo.
Até pode ser verdade, como diz Serra, que na eleição paulistana disputam-se os rumos da política nacional, dado o peso que os dois principais partidos do país jogam na parada. Mas não parece tão claro que a mão inversa funcione com a mesma fluidez. A blindagem do regime sírio, o futuro do euro, o nó cambial, o loteamento da Funasa ou a reforma política talvez tenham pouca influência sobre o voto paulistano.
Não que se deva esquecer o que escreveu. Há muitos momentos de lucidez nos artigos de Serra. A questão agora é preencher a página de São Paulo que ficou em branco.
Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras

Clarissa Garotinho confirma que será vice de Rodrigo Maia





O anúncio oficial será na quinta-feira (08), que é o Dia Internacional da Mulher, na reunião da Frente Republicana Democrática e Popular (PR e DEM). Mas em entrevista ao jornal O Dia, Clarissa confirmou que aceitou ser vice do deputado Rodrigo Maia.





http://www.blogdogarotinho.com.br/lartigo.aspx?id=10260

PSB estadual e municipal declaram apoio a Serra




CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

A cúpula do PSB de São Paulo se encontra neste domingo (4) com o pré-candidato do PSDB, José Serra, para declarar apoio ao tucano na disputa pela prefeitura da capital.
O PSB paulistano também fechará apoio ao pré-candidato do PSDB.


A decisão dos diretórios estadual e municipal vai contra diretrizes da executiva nacional. Aliado de Lula e da base do governo Dilma, o presidente do PSB, Eduardo Campos, desembarca hoje na capital paulista com a tarefa de levar seu partido a apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad.

O prefeito Gilberto Kassab e o governador Geraldo Alckmin intervieram diretamente para angariar o suporte do PSB local à candidatura tucana. Houve uma corrida contra o tempo para fechar com Serra antes da chegada de Campos a São Paulo.

O presidente nacional da sigla já disse, por intermédio da assessoria, que o partido deve fechar com Haddad. Mas resiste a usar a prerrogativa que a executiva tem para decidir na capital de São Paulo.

Clarissa Garotinho confirma que será vice de Rodrigo Maia



A deputada estadual Clarissa Garotinho (PR-RJ) confirmou, em entrevista publicada neste domingo (4) no jornal "O Dia", que aceitou ser a vice de Rodrigo Maia (deputado federal pelo DEM-RJ) na disputa pela Prefeitura do Rio, em outubro.

Os pais dos candidatos, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), antes adversários ferrenhos, já haviam anunciado na semana passada uma aliança para as eleições municipais em todo o Estado, visando enfraquecer o governador Sérgio Cabral (PMDB).

"Tive muita dificuldade no início pelo fato de nossos pais terem sido adversários durante muito tempo. Meu pai chegou a dizer para mim: 'Olha, se eu fui capaz de superar essas diferenças, você também tem que ser'", disse a deputada.

"Ele [Rodrigo Maia] me chamou e disse: 'Clarissa, eu quero governar junto com você'. Nós nunca discutimos qual seria minha função no governo. Mas eu gostaria de ser a fiscal número 1 de nosso governo", disse ela.

A chapa que disputará contra o atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), deverá ser oficializada na próxima quinta-feira.

Gilmar desmerece ministros do STF, juízes e Congresso


O Estadão, como se sabe, depois da Globo, é a zona de conforto do ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*).

Neste domingo, 4 de março, páginas adiante de o Farol de Alexandria defender a Privataria – que outro papel lhe cabe nessa quadra da vida ? – o ex-Supremo aplica a sua notável elegância para desmerecer Ministros do Supremo, Juízes em geral e os parlamentares.

Os parlamentares e os Ministros do Supremo, porque deram força de Lei à Lei da Ficha Limpa, e ela é um monstrengo, “um camelo”:

“Quem passou por perto dela tem que ter vergonha. Quem trabalhou na sua elaboração tem que ter vergonha. Porque ela é uma lei extremamente mal feita”, diz o ex-Supremo.

E quem trabalhou na sua elaboração ?

O Congresso, as duas casas do Congresso, que por votação esmagadora a aprovaram.

E a maioria do Supremo que a tornou Lei.

Uns parvos …, na douta opinião do ex-Supremo.

Afinal, o Supremo, como disse ele, não tem que ser sensível à opinião pública:

“Foi aquilo que, numa brincadeira, disse: o papel do tribunal não é bater palma para maluco dançar. Nós estamos na rota errada quando um juiz diz que tem que atender a anseios populares”. 

Clique aqui para ler “Será Weber o maluco ?”.

Por fim, nessa mesma trilha de desmerecer pares e congressistas, ela avança sobre a honradez dos juizes, uns fracos (senão, venais) :  

“Não devemos ser ingênuos a ponto de não imaginarmos que pode haver manipulação. Imaginemos que um político importante seja condenado em primeiro grau numa ação de improbidade. Alguém desconhece a pressão que haverá sobre o tribunal para julgar também nesse sentido e torná-lo inelegível? Pressão eventualmente política, inclusive”, disse ele.

Recentemente, o ex-Supremo desqualificou a Justiça de Primeira Instância – não funciona.

(Devia ter o De Sanctis no inconsciente.)

Logo se vê que os juízes não funcionam, o Supremo (a maioria) não funciona, o Congresso não funciona, além do Ministério Público e a Polícia não funcionarem há muito tempo, como ele não se cansa de dizer.

O que funciona, então, para o ex-Supremo ?

ELE !

Clique aqui para ler reportagem de Leandro Fortes sobre ex-assessor de Lalau, Gilmar e Marco Aurelio (Collor de) Mello.

E, a seguir, trechos dessa inesquecível entrevista de alguém que, segundo o destemido advogado Piovesan – (clique aqui para ler a ação com que Piovesan entrou no Senado e no Supremo para obter o impeachment de Gilmar) – , não tem condições morais de sentar-se no Supremo.

(…)


O Congresso deveria mudar a lei?

Me parece que a Lei da Ficha Limpa vai causar vítimas em todos os partidos com essa amplitude. É uma roleta russa com todas as balas no revólver, feita pelos partidos. Ainda vamos ouvir falar muitas vezes da Lei da Ficha Limpa. Vamos ter muitas peripécias. Acredito que o Congresso, passado o momento eleitoral, terá que rever essa lei, porque são muitas as perplexidades. O Congresso terá de assumir a responsabilidade em face da opinião pública. O Congresso talvez venha a se conscientizar de que não pode ficar aprovando leis simbólicas.


Que problemas o sr. vê na lei?

Por exemplo, os prazos de inelegibilidade são elásticos e infindáveis. A inelegibilidade pela rejeição de contas de prefeitos, por exemplo, pelos tribunais de contas. Será que isso é bom? Nós sabemos que temos problemas hoje nos tribunais de contas. Há uma excessiva politização e partidarização dos tribunais de contas. Ou nós não sabemos disso?


O senhor considera que possa haver julgamentos direcionados?

Não devemos ser ingênuos a ponto de não imaginarmos que pode haver manipulação. Imaginemos que um político importante seja condenado em primeiro grau numa ação de improbidade. Alguém desconhece a pressão que haverá sobre o tribunal para julgar também nesse sentido e torná-lo inelegível? Pressão eventualmente política, inclusive. Quem conhece a estrutura de alguns tribunais sabe que isso pode ocorrer e vem ocorrendo.


O sr. citaria exemplos disso?

Lembre-se de episódios que foram revelados sobre a antiga composição do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. O TRE do Rio foi o primeiro a sustentar a necessidade da Lei da Ficha Limpa. À falta de critérios, o tribunal os ia inventando. O que se diz hoje? Que determinados escritórios de advocacia conseguiam limpar a ficha das pessoas no TRE. Isso é objeto hoje de investigação no CNJ. Será que queremos reproduzir esse quadro?


(…)


Ao se julgar a Lei da Ficha Limpa, falou-se que havia uma pressão popular em favor da lei. Como o senhor vê isso?

Não me preocupa a decisão em si sobre a Ficha Limpa, tendo em vista esse alinhamento com a opinião pública. O que me preocupa são fundamentos nesse sentido de que o tribunal deva se curvar à opinião pública. Aí me parece extremamente preocupante, porque isso decreta o falecimento dos argumentos constitucionais. Foi aquilo que, numa brincadeira, disse: o papel do tribunal não é bater palma para maluco dançar. Nós estamos na rota errada quando um juiz diz que tem que atender a anseios populares.


(…)


O sr. considera que isso ocorreu na votação da Ficha Limpa?

Olhando a Lei da Ficha Limpa, veremos que ela não teria esse aplauso que teve no passado se fosse votada hoje. Aquele foi um momento muito específico. Era um período pré-eleitoral, a maioria dos membros do Congresso concorreria às eleições e não queria ficar contra a opinião pública. Foi por isso, inclusive, que se produziu essa lei que é, do ponto de vista jurídico, um camelo. É uma lei mal feita. Quem passou por perto dela tem que ter vergonha. Quem trabalhou na sua elaboração tem que ter vergonha. Porque ela é uma lei extremamente mal feita. Não merece o nome de jurista quem trabalhou nessa lei. E o debate no STF serviu para mostrar isso.

Navalha
O profeta Tirésias já disse que, condenado à Minoria e, portanto, a notável insignificância, é inevitável que o ex-Supremo se aposente, breve, para dedicar-se à nobre Advocacia.
Fará uma carreira de sucesso !

Paulo Henrique Amorim




(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

“Se quisesse ter uma casa do tamanho do Morumbi, eu faria”, diz sultão da TV



“Se quisesse ter uma casa do tamanho do Morumbi, eu faria”, diz sultão da TVFoto: Divulgação

A FRASE É DO SULTÃO DA REDETV!, AMÍLCARE DALLEVO, QUE CONSTRUÍA A MAIOR MANSÃO DO BRASIL E COMPRAVA VACAS MILIONÁRIAS, AO MESMO TEMPO EM QUE ATRASAVA O SALÁRIO DOS SEUS FUNCIONÁRIOS; PARA SAIR DO BURACO, ELE APOSTA NO HUMORISTA RAFINHA BASTOS

04 de Março de 2012 às 14:56
247 – O empresário Amílcare Dallevo, dono da RedeTV!, gosta de ser retratado como um exemplo do “self-made man”. Alguém que veio de baixo e chegou ao topo graças ao esforço. Diz ele que trabalha desde os 12 anos de idade, pelo menos 12 horas por dia. E que, portanto, tem o direito a possuir o que bem entender. Neste fim de semana, ele deu uma entrevista à revista Veja São Paulo, a Vejinha. E demonstrou estar muito mais próximo do estereótipo do novo-rico do que do empreendedor. “Se eu quisesse fazer uma casa do tamanho do estádio do Morumbi, faria”, disse ele.
Sua casa não é do tamanho do Morumbi, mas chega perto. Com 17.800 metros quadrados, será a maior do Brasil e terá uma réplica do Jardim de Luxemburgo, de Paris, além de dois helipontos e garagem para 50 carros. Ali morarão três pessoas: ele, a esposa Daniela Albuquerque e a futura herdeira Alice. Até aí, nada demais. Se o dinheiro foi ganho honestamente, cada um que faça o que bem entender. O problema é que Dallevo vinha atrasando os salários dos seus funcionários – problema que motivou a saída dos humoristas do Pânico, que se transferiram para a Band.
Na entrevista à Vejinha, Dallevo minimizou a crise interna e disse que os salários foram colocados em dia. Disse ainda que o Pânico não gerava muito lucro, em função do alto custo de produção, e que a empresa vem tendo uma receita anual de R$ 350 milhões, mais do que confortável para administrar a dívida que, segundo ele, é de R$ 100 milhões. A aposta, agora, é o humorista Rafinha Bastos, que irá apresentar uma versão brasileira do Saturday Night Live, programa de humor norte-americano. Ou seja: em vez de produção nacional, um enlatado de fora, com um toque local.
Leia, abaixo, reportagem recente do 247 sobre a casa de Dallevo:
247 - Dois helipontos, 18 quartos, 14 banheiros, duas piscinas e um cinema com capacidade para 50 pessoas. Essas são algumas das características da mansão que o empresário Amílcare Dallevo, dono da RedeTV!, está construindo nas cercanias do condomínio Alphaville 9. O palácio será o maior da Grande São Paulo, com área construída de 17 mil metros quadrados. Uma mansão mais suntuosa do que a do banqueiro Joseph Safra e tão chamativa quanto a que pertenceu ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira.
Nesta casa, viverão Amílcare, a esposa Daniela Albuquerque e os cães do casal, além dos futuros herdeiros. Antes de construir a mansão, Amílcare se destacou como um dos grandes compradores de vacas de elite do Brasil. São animais de alta genética, que permitem elevar as produtividades dos rebanhos. Nos leilões, Amílcare era sempre um dos mais entusiasmados compradores, adquirindo vacas avaliadas em mais de R$ 2 milhões.
É uma situação que contrasta completamente com a realidade vivida por suas empresas. Nesta semana, o programa Pânico, que era a principal atração da emissora, anunciou sua transferência para a Rede Bandeirantes. Alguns humoristas tiveram de vender bens pessoais para honrar compromissos financeiros. No jornalismo, o atraso salarial foi também denunciado pela apresentadora Rita Lisauskas, que foi sumariamente demitida.
Até agora, Dallevo não deu sinais de que pretende mudar seu estilo de vida. E talvez só a Justiça possa fazer com que ele abra os olhos para a realidade de seus funcionários. Recentemente, algumas das vacas adquiridas em leilões foram arrestadas para pagamentos de dívidas trabalhistas da antiga TV Manchete, que deu origem à Rede TV!. O problema é que, agora, além das dívidas herdadas da Manchete, há também o endividamento gerado por Dallevo na própria Rede TV!. Os humoristas do Pânico, por exemplo, já preparam uma megaação judicial contra o antigo patrão, que hoje leva vida de sultão (leia mais aqui).