segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”



“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoaram nesta segunda-feira (6) manifestantes concentrados em frente à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), contrários ao processo de privatização dos aeroportos.
O protesto reuniu militantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos Populares (CMP), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Pátria Livre (PPL), que se pronunciaram contra a entrega do patrimônio público nacional. A privatização dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, de Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, que juntos respondem por 30% da movimentação dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro foi denunciada como um “crime de lesa-Pátria”.
“É preciso falar o português claro, pois não tem sentido nenhum dar dinheiro público para os estrangeiros virem tomar o que é nosso. Infelizmente é o patrimônio do Brasil que está sendo entregue pelo governo que nós ajudamos eleger. É a pauta dos derrotados, vindo com força”, denunciou Francisco Lemos, presidente do SINA.
Lemos lembrou que primeiro o governo disse que não havia dinheiro para modernizar os aeroportos diante da urgência da Copa do Mundo – e que era preciso garantir a participação estrangeira no leilão. Depois, o BNDES foi acionado para financiar a desnacionalização, o que é totalmente absurdo.
Como sintetizou o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Vagner Freitas, “a privatização dos aeroportos representa um descarrilhamento do governo”. “A proposta neoliberal de sucateamento do patrimônio público e abertura ao capital internacional foi derrotada nas urnas, pois todos sabemos o que significou a privatização da telefonia, da energia e da siderurgia. Neste momento em que o país precisa crescer e se desenvolver para enfrentar os impactos da crise internacional, não podemos permitir o retrocesso. Ao privatizar os aeroportos, o governo não está sendo leal com o voto das urnas e a CUT não vai admitir esta violência”, ressaltou Vagner.
“Coerente com o que defendemos e pensamos quando enfrentamos a polícia e a repressão nos anos 90, estamos aqui hoje para denunciar o absurdo que é entregar o filé do transporte aéreo brasileiro, os melhores e mais lucrativos aeroportos à iniciativa privada. E pior, com 80% dos investimentos oferecidos pelo BNDES, que é um banco público”, acrescentou Quintino Severo, secretário geral da CUT Nacional.
Representante da CMP, Luiz Gonzaga (Gegê) denunciou a privatização como um retrocesso lamentável e defendeu a mais ampla mobilização da sociedade brasileira para impedir o prosseguimento de tal crime.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira destacou a importância da unidade das centrais e do movimento social para a luta em defesa do Brasil. “Nós precisamos de um Estado cada vez mais forte e atuante em defesa dos interesses do nosso povo, do desenvolvimento nacional. Privatizar é o oposto disso, é abrir mão da soberania”, condenou Bira.
Para o diretor executivo da CUT Nacional, Júlio Turra, o momento exige dos movimentos sindical e social uma ação mais contundente, “para não dar vida fácil aos privatistas e aos que querem continuar perpetrando crimes como este contra o patrimônio público”. “Não vamos permitir que continuem metendo a mão em recursos públicos, em dinheiro do BNDES, para dar lucro garantido a meia dúzia de assaltantes”, acrescentou o secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes (Joãozinho).
Membro da direção nacional do PT, Marcos Sokol lembrou que um serviço público essencial, como e o caso dos aeroportos brasileiros, funciona na base de subsídio cruzado, onde a parte lucrativa garante a deficitária. “Agora querem privatizar o filé, deixando o osso para o Estado. Isso é um crime, uma concessão ao capital internacional, é a volta dos que não foram, na realidade. Se há males que vêm para o bem, posso dizer que esse crime contra a nação brasileira não ficará impune”, acrescentou Sokol.
Em nome da Juventude Pátria Livre (JPL), Antonio Henrique denunciou que a privatização dos aeroportos é “um ato praticado pelas viúvas de FHC, que depois de terem vendido 121 estatais lucrativas querem agora continuar entregando aos estrangeiros a nossa fronteira aérea, dilapidando a nossa empresa de infraestrutura aeroportuária”. “O que precisamos é de mais Estado, de empresas públicas para fazer o Brasil crescer”, concluiu.

Vencedores de leilão de aeroportos usarão recursos do BNDES


MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO 
Os consórcios que venceram nesta segunda-feira o leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília confirmaram que irão utilizar recursos do BNDES para financiar o negócio. Os três grupos vencedores vão pagar R$ 24,5 bilhões pela concessão.


"Seguramente iremos buscar, na primeira etapa [que vai até 2014], dinheiro do BNDES. O BNDES já disponibilizou os recursos e não tem porque não utilizá-los", afirmou o presidente da Triunfo Participações, Carlo Botarelli, do consórcio Aeroportos Brasil, que levou Viracopos por R$ 3,8 bilhões.

O apoio do BNDES está limitado a 80% do investimento total e 90% dos itens financiáveis, de acordo com suas políticas operacionais. O banco aprovou as condições em janeiro.
Os aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Brasília terão prazo de 15 anos. O aeroporto de Campinas terá financiamento de 20 anos.

"Qualquer grupo que ganhasse essas concessões seria financiado pelo BNDES, talvez a única fonte de recursos de longo prazo que opera infraestrutura, indústria e comércio", afirmou o ministro Wagner Bittencourt (Secretaria de Aviação Civil).

Gustavo Rocha, presidente da Invepar, do consórcio que ficou com Guarulhos por R$ 16,2 bilhões, também confirmou o uso do crédito. "Temos um desafio muito grande porque Guarulhos será a principal porta de entrada no Brasil. Temos que ter muito foco para entregar o terminal a tempo da Copa do Mundo", disse.

DEBÊNTURES

Rocha acrescentou que poderá utilizar também debêntures (títulos privados) de infraestrutura. Esse instrumento, recentemente anunciado, oferece benefícios fiscais para financiar investimentos.

O novo mecanismo de captação de dinheiro garante redução de impostos e estimula os investimentos privados.

"Acho que será uma opção importante para financiar a infraestrutura no longo prazo. Se for interessante para a gente, com certeza vamos usar. Talvez nessa primeira fase (até 2014), dado que a gente tem um prazo até 2014, a gente vá para os recursos do BNDES. Mas com certeza, no médio prazo, vamos olhar a oportunidade das debêntures", disse Gustavo Rocha.

Os outros consórcios vencedores disseram que irão avaliar a opção de debêntures.

Grevistas utilizam quinze crianças como escudo humano na Bahia


Do iG


Objetivo dos policiais é impedir a entrada do Exército na Assembleia Legislativa; Justiça concedeu liminar para que crianças sejam retiradas do local

Cintia Kelly, especial para o iG, em Salvador 06/02/2012 17:41
Policias Militares em greve na Bahia utilizam 15 crianças como escudo humano na Assembleia Legislativa. O objetivo é impedir a entrada de soldados do Exército que tentam cumprir 11 mandados de busca e apreensão contra líderes do movimento.
Cerca de 1.000 homens, entre soldados do Exército, da Força Nacional e da Polícia Federal cercam a Assembleia, utilizada como base pelos grevistas desde o início da greve, há sete dias.
Todos os agentes que cercam a Assembleia utilizam metralhadoras, fuzis, pistolas e bombas de efeito moral. A tropa afastou a imprensa do local e fechou as ruas de acesso ao Centro Administrativo da Bahia (CAB).
As quinze crianças utilizadas como escudo humano são filhos e filhas dos grevistas. Diante da situação, o Ministério Público Estadual acionou o Tribunal de Justiça, que concedeu liminar para que as crianças sejam retiradas da Assembleia Legislativa.O Conselho Tutelar deve ir à Assembleia ainda nesta segunda-feira para retirar as crianças do local.
Por uma questão de segurança, o TJ não funcionou nesta segunda-feira (6). A sede do Judiciário baiano está localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde as tropas federais e o Exército fazemo  cerco aos grevistas.

O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) também pediu para que as crianaças sejam liberadas.  "No mínimo, existe um equívoco dos responsáveis em levar crianças para um ambiente de conflito. Expondo essas crianças para a possibilidade de um confronto", afirmou o advogado e subcoordenacor do Cedeca, Waldemar Oliveira.

Waldemar acrescentou, ainda, que as crianças estão expostas a um ambiente hostil, sem higine, água e comida, e expostas a um clima de tensão, o que é proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "As crianças não optaram estar lá. Elas foram conduzidas, diferente dos adultos que escolheram participar da manifestação. Isso é uma irresponsabilidade", protestou.

Presidente de tribunal de SP defende 'auxílio-tablet' para juízes


FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, defendeu nesta segunda-feira a implantação de um auxílio para a compra de notebooks, netbooks e tablets para os juízes do Estado, revelada pela Folha no último sábado.
Criado na forma de reembolso, o benefício apelidado por servidores de "auxílio-tablet" foi fixado em R$ 2.500 a cada três anos.


Eduardo Anizelli - 2.jan.2012/Folhapress
Presidente do TJ-SP, Ivan Sartori
Presidente do TJ-SP, Ivan Sartori
Se utilizado pelos mais de 2.500 magistrados do Estado, poderá resultar em uma despesa de R$ 6,2 milhões.

"Na gestão passada foi concedido um crédito para aquisição desses dispositivos, pode ser tablet, pode ser computador. Isso é essencial ao trabalho dos juízes. Isso entendeu na época o presidente do tribunal. Já estava orçado, já estava ordenada a despesa e eu estou simplesmente cumprindo aquilo que foi decidido pelo presidente anterior".

A resolução que criou o auxílio foi editada em dezembro, ainda na gestão do desembargador José Roberto Bedran, para entrar em vigor em janeiro.

Segundo Sartori, "os juízes têm que receber uma tecnologia mais adequada ao trabalho, afinal de contas esse trabalho é bastante massificante, difícil e árduo. Nós devemos facilitar a informatização do tribunal com a aquisição de computadores ou tablets, é até um bem para o jurisdicionado".

Hoje à tarde ocorreu a posse solene de Sartori para o próximo biênio, com a presença do vice-presidente da República Michel Temer, do governador Geraldo Alckmin, do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Cezar Peluso e do ministro do STF Ricardo Lewandowski.

Greve faz EUA recomendarem que americanos adiem viagem à Bahia




A Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil publicou comunicado em seu site recomendando aos cidadãos americanos que adiem viagens "não essenciais" à Bahia devido à greve dos policiais militares.

De acordo com o comunicado, os cidadãos devem acompanhar a cobertura da greve pela imprensa e adiar as viagens "até que as condições de segurança estejam estabilizadas".
Segundo o texto, assinado pelo Consulado dos EUA no Rio e publicado na sexta-feira (3), ainda não foram relatados atos de violência contra cidadãos americanos no Estado.
O Consulado recomenda que os americanos se cadastrem em um programa do Departamento de Estado que envia informações atualizadas sobre segurança e torna mais fácil o contato caso de emergência.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
O deputado estadual Sargento Isidoro (PSB), que defende a greve dos PMs, protesta em frente à Assembleia Legislativa
O deputado estadual Sargento Isidoro (PSB), que defende a greve dos PMs, protesta em frente à Assembleia

GREVE

A greve dos PMs da Bahia começou na semana passada. Eles reivindicam aumento salarial e a incorporação de gratificações aos salários.

O governador Jaques Wagner (PT) disse à Folha que não pagará nada acima do reajuste já concedido ao funcionalismo do Estado.

A Assembleia Legislativa foi invadida pelos grevistas e está cercada por homens do Exército desde a madrugada. A luz foi cortada no local.

Na manhã de hoje, diversos focos de tumulto ocorreram no local. Um deles começou quando alguns familiares e PMs que estão do lado de fora da Assembleia tentaram invadiro prédio. Eles foram contidos por homens do Exército, que usaram balas de borracha e bombas de efeito moral.

Em seguida, houve um novo princípio de tumulto, quando homens da Força Nacional imobilizaram um soldado da PM sob suspeita dele estar portando arma. Outros policiais reagiram e houve disparo de balas de borracha e gás pimenta para a dispersão do grupo. Após a revista, foi constatado que o PM não estava armado.

Com a greve, foram registrados arrastões e o número de assassinatos chegou a 93 na região metropolitana de Salvador desde quarta-feira (1º).

Defensoria representará ao MPE contra Hospital Municipal de SJC


No último sábado (4/2), voluntário do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) localizou uma das pessoas que desaparecera durante a operação de reintegração de posse do terreno ocupado pela comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos.
Ivo Teles dos Santos, de 69 anos, desde o dia 22 de janeiro esteve internado na UTI do Hospital Municipal daquela cidade, em estado de coma.  Segundo informações fornecidas por sua ex-esposa, Osorina Ferreira de Souza – que também é sua procuradora -, ele fora internado como vítima de agressão.
O registro dessa informação constaria, segundo Osorina, do Boletim de Atendimento de Urgência (BAU) que todos os hospitais têm que fazer para quem recorre ao pronto-atendimento. Tal informação, aliás, coaduna-se com depoimentos de dezenas de testemunhas que afirmam que assistiram ao idoso ser espancado pela polícia militar.
Sabendo disso, parlamentares, advogados, defensores públicos e membros da OAB que integraram a força-tarefa que no último sábado esteve pela segunda vez em SJC, dirigiram-se, naquele mesmo dia, ao hospital, de forma a confirmarem a informação da ex-esposa de Santos.
O hospital, porém, na pessoa de seu administrador, Marcelo Guerra, recusou-se a apresentar à força-tarefa – e até à ex-esposa de Santos, sua procuradora – o Boletim de sua internação, no qual constaria que foi causada por agressão. Guerra atribui sua recusa a ordem do Secretário de Saúde de SJC, Danilo Stanzanni.
Parlamentares que ficaram esperando até o fim da noite de sábado pelo BAU e não foram atendidos, naquele mesmo dia informaram ao blog que se a recusa do hospital em apresentar o documento à responsável pelo idoso fosse mantida seria lavrado um boletim de ocorrência.
Hoje, através de um dos advogados dos moradores do Pinheirinho, doutor Antonio Donizeti Ferreira, este blog obteve informação de que em vez de registrar o caso na polícia, optou-se por deixar que a Defensoria Pública represente ao Ministério Público Estadual de SJC para que exija do hospital a apresentação do documento.
O estado de Santos, segundo o advogado, é grave. Continua na UTI e o hospital persiste na tese de que ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), rejeitando a causa que a sua ex-esposa – e procuradora – afirma que viu registrada no BAU quando o localizou naquela instituição: agressão física.

http://www.blogcidadania.com.br/2012/02/defensoria-representara-ao-mpe-contra-hospital-municipal-de-sjc/

Fábrica produz cerca de 6.000 máscaras de Dilma para Carnaval


A campeã de pedidos de máscaras de políticos para o Carnaval 2012 é a presidente Dilma Rousseff, com cerca de 6.000 encomendas, mesmo número do ano passado, segundo informou a fábrica fluminense Condal.

Este ano, no entanto, houve uma queda nos pedidos da seara política em relação ao ano passado, quando o campeão foi o deputado federal eleito Francisco Everardo de Oliveira (PR-SP), o palhaço Tiririca, com 8.000 máscaras produzidas.

Divulgação
Máscaras da presidente Dilma e do ex-presidente Lula
Máscaras da presidente Dilma e do ex-presidente Lula
Este ano, segundo a diretora da fábrica fluminense Condal, Olga Valles, o número de rostos do parlamentar caiu para 2.000.

Dilma já ganhou três versões de máscaras, mas a deste ano será igual a do ano passado. Na primeira versão, em 2008, ela ainda usava óculos e cabelo comprido.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também aparecem na lista de pedidos de 2012, com cerca de 5.000 máscaras cada um.

Há oito anos, foram fabricados 15 mil rostos do então presidente. Neste ano, a imagem de Lula será a mesma do ano passado, a fábrica não fará uma versão dele sem barba.

Polícia identifica mais dois suspeitos de agredir jovem no RJ


A polícia do Rio identificou mais dois suspeitos de teremespancado um jovem de 21 anos que tentou impedir que um mendigo fosse agredido na Ilha do Governador, zona norte do Rio.

Segundo o delegado Deoclécio Filho, da 37ª DP (Ilha do Governador), o quarto acusado, ouvido nesta segunda-feira, negou que tenha participado do espancamento de Vítor Suarez Cunha.

O delegado pediu a prisão temporária dos dois suspeitos. Os outros três agressores, identificados ainda na semana passada, já foram presos. O grupo foi indiciado por tentativa de homicídio.

Segundo o delegado, dois dos cinco suspeitos já tem passagens anteriores pela polícia por agressão e ameaça.

O crime ocorreu na madrugada de quinta-feira (2), na praça Jerusalém, no Jardim Guanabara. Segundo o irmão de Vítor, Vinícius, 28, o estudante de desenho industrial estava com um amigo, identificado como Kleber, quando viu o grupo bater no morador de rua. Kleber correu para defender o homem e acabou sendo agredido também.
Vítor teve o rosto desfigurado e permanece internado na CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Santa Maria Madalena.
Paulo Alvadia - 4.fev.12/Ag. O Dia
Vítor Suarez Cunha foi agredido após tentar defender mendigo na Ilha do Governador, no RJ
Vítor Suarez Cunha foi agredido após tentar defender mendigo na Ilha do Governador, no RJ

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1044800-policia-identifica-mais-dois-suspeitos-de-agredir-jovem-no-rj.shtml

A PRIVATARIA PETISTA



030212_privatizaaoaeroportos12Brasil de Fato - [Leonardo Wexell Severo] Banco anuncia que financiará privatização com dinheiro público


Como se não bastasse a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) exigir a presença de operadores estrangeiros nos consórcios que aspiram participar do leilão de "concessão" dos aeroportos internacionais de Brasília (DF), Campinas (SP) e Guarulhos (SP) – os maiores e mais lucrativos do país -, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou dia 19 de janeiro, que financiará até 80% do investimento total das empresas contempladas pelo martelo privatista.

Marcado para o dia 6 de fevereiro, o leilão entregará ao capital privado – nacional e transnacional – o controle de três terminais que, juntos, respondem por 30% do fluxo de passageiros e 57% da carga movimentada no país.

"Esta é uma decisão vergonhosa e inadmissível. Se já não bastasse a privatização de um patrimônio estratégico para o nosso desenvolvimento, agora anunciam o uso de um banco de fomento para estimular o capital estrangeiro", condenou Celso Klafke, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac). Com a experiência de quem congrega aeroviários (trabalhadores das companhias aéreas e de serviços auxiliares que atuam em terra), aeronautas (pilotos, comissários e mecânicos de voo) e aeroportuários (funcionários da Infraero, que administram os aeroportos), Klafke denuncia a política de "privatizar o filé e estatizar o osso".

Mercado vitaminado


O filé, aliás, é mais do que suculento, pois além do mercado interno vitaminado, temos ainda pela frente a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. De olho nesta maciez, a estadunidense ADC & HAS e a espanhola OHL são algumas das transnacionais que se associaram a empresas brasileiras para candidatar-se ao butim. Vale lembrar que os três terminais em voga realizaram juntos, apenas nos nove primeiros meses do ano passado, cerca de 40 milhões de embarques e desembarques de passageiros.

Conforme projeções da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), só o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, fechou 2011 com movimento de 7,6 milhões de passageiros de voos domésticos e internacionais, 28,5% maior que o do ano anterior, quando 5,43 milhões de pessoas passaram pelos terminais de embarque e desembarque. Em sete anos, o movimento no aeroporto de Campinas cresceu 1.025%.

"Por estas e outras razões somos contra o governo abrir mão do controle dos aeroportos brasileiros e, portanto, da Infraero como empresa pública. Esse modelo de concessão e privatização já demonstrou ao longo da década de 1990 que traz imensos prejuízos à população, tanto em termos de tarifa como de qualidade dos serviços prestados", declarou Artur Henrique, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Condenando a decisão do BNDES, Artur questionou a irracionalidade do modelo. "Fica a pergunta: se o BNDES pode emprestar 80% para o setor privado, por que não para a Infraero? Eu não sei. Imagino, mas não sei".

O dirigente cutista também alertou que o edital não aponta para a necessidade do controle da torre de pousos e decolagens – do fluxo aéreo – permanecer nas mãos do Estado, o que atenta contra a segurança dos usuários, que ficarão à mercê da lógica e do interesse das empresas. "Mais do que um problema, é o fato de abrir mão da Infraero", sublinhou, já que a empresa é responsável por toda a infraestrutura aeroportuária, desde a terraplanagem para a construção de pistas de pouso até o próprio controle aéreo dos aeroportos.

Campanha midiática


O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Francisco Lemos, condenou o estímulo do BNDES à desnacionalização como "uma aberração e uma imoralidade financeira que precisam ser barradas pela Justiça". Lemos denunciou a "postura facciosa da grande mídia, que partindo do princípio que uma administração privada é mais eficiente do que a pública, manipula as informações". Mas bem diferente da propaganda privatista, lembrou, a realidade se impõe com "as tampas de bueiros voando nas avenidas do Rio de Janeiro, as panes nos serviços da internet e nos apagões nos serviços de energia elétrica". Em sua campanha desinformativa, frisou, os conglomerados de comunicação "escondem do grande público que 85% dos aeroportos em todo o mundo são públicos, inclusive nos Estados Unidos".

Contra o formato


Lemos destaca que em nenhum momento os trabalhadores – representados pela CUT e pelo SINA – foram contra a parceria com o setor privado. "O que sempre questionamos é o formato da concessão/privatização, ainda mais agora que aponta para uma desnacionalização turbinada com recursos públicos.

Entendemos que as atividades fim – operações, segurança aeroportuária, carga aérea, manutenção especializada e navegação aérea – dos três aeroportos em processo de concessão devem permanecer sob a responsabilidade da Infraero". E sobram argumentos para essa defesa. "Na história da aviação, 98% dos acidentes aéreos ocorreram nos processos de pouso e decolagem e apenas 2% em cruzeiro. Significa dizer que os aeroportos são a parte mais sensível e que a operação dos mesmos não pode ser entregue a quem não tem experiência, através de terceirização e até quarteirização da atividade", acrescentou.

Além dos seus 38 anos de experiência, a Infraero é reconhecida internacionalmente pela sua competência na operação da infraestrutura aeroportuária. Lemos destaca que "a Infraero é a guardiã da soberania nacional". Afinal, esclareceu, "pelos aeroportos – além de passageiros – trafegam cargas de alto valor agregado, infecto-contagiosas, vivas, explosivas, radiativas, numerário da Casa da Moeda, além de condenados pela Justiça do Brasil de outros países".

http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=24022:bndes-financiara-em-80--privatizacao-dos-aeroportos-brasileiros&catid=233:reportagens&Itemid=156

PMs cercados por Exército apelam para arcebispo



PMs cercados por Exército apelam para arcebispoFoto: LÚCIO TÁVORA/ AGÊNCIA ESTADO

ARCEBISPO DE SALVADOR E PRIMAZ DO BRASIL, D. MURILO KRIEGER VIROU PERSONAGEM DO MOVIMENTO QUE COMPLETA SETE DIAS; ELE RECEBEU AS ASSOCIAÇÕES DE PMS NA SEDE EPISCOPAL; ACORDO NÃO FOI ALCANÇADO; 93 HOMICÍDIOS JÁ FORAM REGISTRADOS DURANTE A PARALISAÇÃO; FORÇA NACIONAL ISOLA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ONDE GREVISTAS ESTÃO ACUADOS; MOVIMENTO PODE VIRAR NACIONAL

06 de Fevereiro de 2012 às 17:44
247 - Até o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, se tornou hoje personagem da greve da Polícia Militar da Bahia, Estado que, durante o movimento que completa agora sete dias, registrou 93 homicídios, numa elevação sem precedentes dos niveis de violência. Na tentativa de negociar com o Exército o fim ao cerco feito por 600 homens à Assembleia Legislativa, onde muitos PMs e suas famílias estão acampados, cinco associaçóes de classe marcaram uma reunião com o comandante da operação na casa do arcebispo. Mas não se chegou a nenhum resultado concreto. Nos início da tarde, os grevistas recusaram uma proposta de reajuste salarial de 6,5%, oferecido pelo governo do Estado, e resolveram manter a greve.
A imprensa foi afastada do entorno da Asembleia, onde os acampados estão cercados. Perto do meio-dia, houve dispartos de bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha. um PM ficou gravemente ferido no rosto. Também outro soldado e um cinegrafista foram atingidos.
Paralisação nacional?
Raphael Coutinho_PE247 – Três integrantes da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE) viajaram, nesta segunda-feira (6), para Salvador com o objetivo de acompanhar de perto o movimento grevista que ocorre em toda a Bahia. Solidários com a manifestação no Estado vizinho, seguiram para a capital baiana o coordenador da associação, Renílson Bezerra, o diretor José Carlos dos Santos e o advogado Adalberto Neto. Segundo a própria ACS-PE, existe uma possibilidade de movimento nacional, articulado pela Associação Nacional de Praças (Anaspra). Ainda esta semana haverá uma reunião com associações de todo o País.
No próprio site da ACS-PE (www.acspe.com.br), existe um comunicado informando que “a qualquer momento a Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS – PE) estará convocando uma Assembleia Geral para discutir assuntos de interesse da tropa, especialmente sobre as escalas de trabalho “escravizantes”, a falta de previsão das promoções e outras reivindicações que não foram atendidas, o que vem gerando grande insatisfação entre PMs e BMs (Bombeiros Militares)”.
NÚMEROS
O número de assassinatos contabilizados durante a greve da PM na Bahia é mais da metade dos 172 homicídios registrados em todo mês de fevereiro de 2011. Também foram contabilizados 235 veículos roubados entre 31 de janeiro e hoje.
Em fevereiro de 2011 foram 346 carros subtraídos. As informações são do jornal A Tarde. A proposta do governador foi de 6,5%, um reajuste que apenas corrige o salário de acordo com a inflação.

União investiga origem da escritura de Pinheirinho



Do Brasilianas.org: União investiga origem da escritura de Pinheirinho
Por Lilian Milena, no Brasilianas.org
Da Agência Dinheiro Vivo
O governo federal irá investigar a origem da titularidade do terreno de Pinheirinho, pertencente à massa falida da Selecta S/A, do investidor Naji Nahas. A dúvida quanto à idoneidade da escritura (se é grilada ou não) surgiu a partir de uma entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo, no último dia 29, com Benedito Bento Filho, empresário do ramo imobiliário, que vendeu o terreno à Selecta, em 1981.
Na entrevista, Bento Filho, 75, também conhecido como Comendador Bentinho, conta que adquiriu o terreno onde fica Pinheirinho, com cerca de 1,3 milhão de metros quadrados, de Reston Lahud e Salim Lahud Neto, em junho de 1978. O que chamou atenção do governo federal foi o fato de Bento Filho dizer que a Chácara Régio, que pertencia à família de alemães Kubitzky, nunca esteve dentro de Pinheirinho.
Os irmãos Kubitzky, Hermann Paul, Arthur Moritz, Erma Erica e Frida Elza, a mais nova com 68 anos e o mais velho com 76 anos, foram assassinados no dia primeiro de julho de 1969, por quatro jovens - um de 23 anos, e outros três menores de idade. Como não tinham herdeiros, e nem foram casados, tanto o terreno - onde ficava a Chácara Régio, com 30 mil metros quadrados, dentro da área de Pinheirinho -, quanto seus demais bens financeiros ficaram com o Estado.
"Eu tinha 16 anos quando esses quatro irmãos foram assassinados e lembro perfeitamente do caso. O bairro onde Pinheirinho se insere chama-se Campo dos Alemães, onde a Chácara Régio ficava. É um dever nosso investigar se toda essa passagem é correta", afirmou o secretário Nacional de Articulação Social da Presidência, Paulo Maldos, que participou junto com representantes do Ministério das Cidades, Secretaria de Patrimônio da União e Advocacia Geral da União, de reunião para encontrar soluções para as seis mil famílias que ficaram desalojadas após a reintegração de posse do terreno, realizada no domingo 22 de janeiro, às 6 horas da manhã.
O repórter Igor Carvalho, da Revista Fórum, publicou recentemente parte de levantamento do histórico de titulares do terreno. Através da certidão retirada em cartório, verificou que o terreno onde se encontra Pinheirinho se chamava Bairro do Rio Comprido e pertencia a Bechara Lahud, passando em fevereiro de 1962 para Paulo Lahud e Reston Lahud. Foi vendido em junho de 1978 para Benedito Bento Filho. E em dezembro de 1982 para a Selecta S/A.
Como não é impossível registros em cartórios serem adulterados, Maldos explica que as investigações serão feitas não apenas pela matrícula do imóvel. O levantamento deverá ser entregue em uma próxima reunião entre secretarias, prevista para o dia 14 de fevereiro.
Pouco tempo depois do assassinato dos Kubitzky a imprensa divulgou que o terreno deveria ficar mesmo com o Estado, possivelmente com a Universidade de São Paulo (USP). Mas, segundo assessoria da Advocacia Geral da USP, o terreno não ficou com a instituição.
Possível futuro das famílias de Pinheirinho
Possível futuro das famílias de Pinheirinho
Maldos explicou que, além das investigações quanto à titularidade do terreno de Pinheirinho, o encontro entre secretarias e AGU serviu para estruturarem proposta para realojar as famílias. Uma delas é aproveitar a divida que a própria Selecta S/A tem com a União, hoje calculada em R$ 11 milhões de impostos atrasados. A ideia é transformar o débito em parte física do terreno, que corresponda a esse valor, e construir unidades de moradia verticalizadas, ou seja, colocar todos em prédios. Entretanto, o secretário afirma que como a empresa está falida, juridicamente os trabalhadores prejudicados teriam que ser contemplados antes dos ocupantes do bairro. "Segundo informações que nós temos, o núcleo inicial de ocupantes de pinheirinho é exatamente dos trabalhadores com quem a massa falida tem dívidas", completa.
A segunda proposta abordada na reunião é levantar outras empresas em situação de falência e endividadas com a União para construir conjuntos habitacionais. O objetivo é analisar localizações próximas ao centro de São José dos Campos, assim como era Pinheirinho, para não deslocar ainda mais as famílias. A terceira proposta será aproveitar os terrenos da União que fazem parte da Rede Ferroviária Federal S.A., nos trechos desativados, e que passam pela cidade. Tudo isso vai depender, também, da situação jurídica e da importância atual desses espaços para a rede.
A reintegração de posse de Pinheirinho prejudicou 20 mil pessoas acomodadas em alojamentos cedidos pela prefeitura. Parte ainda está morando em casa de amigos, parentes ou até mesmo nas ruas. Um dos ex-ocupantes de Pinheirinho é Vanderlei, de 37 anos, que teve uma costela quebrada por um policial da ROCAM durante a ação de despejo, ao tentar ajudar um jovem jornalista que estava sendo espancado pelo PM.
Vanderlei, que morava há quatro anos no Pinheirinho, e que tem uma esposa e filha de dez meses, conta que a situação nos alojamentos é ruim e humilhante, com pessoas dividindo banheiros, crianças tendo que tomar mamadeira estragada, e assistentes sociais oferecendo passagens para as famílias voltarem para as regiões Norte ou Nordeste do país. "Os abrigos da prefeitura parecem verdadeiros campos de concentração. Ninguém pode mais entrar ou sair depois das dez horas da noite".
Há sete anos a situação do terreno é de litígio. As famílias começaram a ocupar Pinheirinho depois de esperarem por casas da CDHU prometidas pela prefeitura e Estado durante anos. Como nunca eram entregues, decidiram construir com as próprias mãos, e assim deram origem ao bairro, em 2004. A decisão de reintegração de posse foi finalmente dada pela Justiça Estadual, em janeiro de 2012. A 18ª Vara Cível de São Paulo pediu a suspensão da ação por 15 dias, contados a partir do dia 18 de janeiro, até que se discutisse uma saída para os moradores que ficariam desalojados. O que não foi acatado pelo estado. No domingo, 22 de janeiro, dois mil soldados, entre policiais militares e Guarda Civil Metropolitana, invadiram o bairro e retiraram de surpresa as seis mil famílias.
Edição Folha de S.Paulo, de 30 de Agosto de 1969