Parte preponderante dos blogueiros ditos progressistas, aqueles que se alinharam na defesa do governo Lula e continuam com a mesma determinação de assim procederem no governo Dilma, cairam na armadilha de blindar Palocci.
Desde a revelação da Folha de que o ministro da casa civil teria aumentado por vinte seu patrimônio, sem justificativa aparente, partiram para sua defesa incondicional e jamais se pronunciaram no sentido de Palocci vir a público manifestar-se sobre as graves denúncias que pesam sobre ele.
Tentaram e continuam a fazê-lo desconstruir as denuncias, sob a alegação de que outros também fizeram o mesmo que ele, como se um erro justificasse o outro.
Partiram para um ataque Kamikzi e se perderam na tentativa de defender o indefensável. Nem mesmo o partido de palocci chegou a tanto.
Aliás nem o próprio presidente Lula. São mais realistas do que o rei. A mídia no latinfúndio que lhe cabe, age para fomentar na opinião pública a percepção de que nesse governo, o de sempre estará presente. Há quem enxergue seletividade nas escolhas que a mídia faz quando o que está em jogo são os desvios éticos de alguns membros do governo e da base aliada.
Os blogueiros do lado de cá usam do argumento de que não existe a mesma sanha moralista quando o mal feito é praticado por governos da oposição, notadamente os do PSDB nos Estados que comanda.
O fato é que já não dá mais para racionalizar os recorrentes casos de corrupção, tráfico de influência, exploração de prestígio, no âmbito do mesmo espaço de poder, a casa civil. Algo precisa ser urgentemente feito a bem do interesse público.
Não é mais possível a convivência harmoniosa com os escândá-los cada vez mais banalizados por aqueles que se utilizam da posição que ocupam para enriquecerem ilicitamente.
Enquanto quem acompanha o desenrolar do caso Palocci com a sobriedade que deve haver em situações tão sensivelmente delicadas quando a reputação de uma pessoa está sob ataque, nem absolvendo e muito menos condenado, outros simplesmente tomaram o caminho da defesa incondicional, deixando passar de soslaio, a gravidade das acusações assacadas contra o ministro.
Os últimos dias foram pródigos em traduzir o sentimento da opinião pública, refletido nas declarações de membros do governo que percebem que não poderão colocar Palocci numa redoma e ignorar o que as ruas estão a dizer sobre a tibieza da presidenta em insistir manter seu ministro na casa civil.
A senadora Gleisi, em reunião da qual participou o presidente Lula, fez questão de salientar ao ex-presidente que o mensalão havia sido um erro em nome de um projeto coletivo do partido. O enriquecimento de palocci era um projeto pessoal.
O senador Suplicy disse que ouviu de Palocci que sua consultoria havia faturado 1.000,000,00 em apenas um contrato.
Depois que deu essa declaração a imprensa, foi ameaçado de perder a disputa pela vaga ao senado nas eleições de 2014.
Uma retaliação vil que afronta a dignidade do ilustre senador.
Gilberto Carvalho questionado sobre o caso Palocci, afirmou que é um momento delicado, mas o governo continua firme.
O secretário geral de comunicação do PT, André Vargas exigiu que Palocci se explicasse publicamente.
A presidente Dilma em solenidade declarou que o governo não deveria ficar refém do medo, em clara alusão a Palocci.
O presidente Lula e a presidenta Dilma disseram pessoalmente a palocci que ele tinha que se defender para que essa crise terminasse.
O exposto acima dá a dimensão da irracionalidade de alguns radicais esquerdistas, defensores de Palocci, que não têm a noção do papel deprimente que estão a desempenhar neste episódio lamentável. O planalto, os aliados, o próprio PT perceberam que Palocci tem mutio a dizer e seu silêncio só o incrimina.
Eles porém não enxergam nada disso. Acham que tudo vai muito bem, que tudo está perfeitamente normal.
Entre me render a estas opiniões doentias, sigo naquilo que acredito desde o começo e que agora o próprio planalto começa a perceber. Os defensores de palocci não.
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