No depoimento que prestou hoje na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado, o ministro do Turismo, Pedro Novais, foi contraditório e não informou os motivos que o levaram a manter o secretário-executivo Frederico Silva da Costa e outros gestores da Pasta (presos na Operação Voucher, da Polícia Federal), mesmo depois de ser informado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre irregularidades no convênio com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), a ONG de fachada do Amapá que encabeçava o esquema.
"Antes do TCU se pronunciar, já tinham sido adotadas providências indicadas pelo órgão, como a suspensão do convênio, o bloqueio de recursos da Caixa Econômica Federal e o pedido de transferência dos recursos para o Ministério", disse, enfático. Já ao responder à indagação do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) sobre o escândalo do Ibrasi, Novais disse que se tratava de um outro convênio, da mesma ONG de fachada, e não o que foi investigado pela Operação Voucher.
"O Ministério recebeu do TCU um ofício em que pedia algumas informações sobre um convênio do Ibrasi", revelou. "Esse pedido de informações foi para a secretária nacional de programa de desenvolvimento de turismo", contou Novais sobre o alerta recebido pelo Ministério antes da operação Voucher. Mas disse que não tomou conhecimento porque se tratava de um "ato de rotina" e que a operação da PF visava outro convênio da mesma ONG, sobre o qual não recebeu nenhum ofício.
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