quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

FGTS socorre mico de Eike Batista com R$ 1 bilhão



FGTS socorre mico de Eike Batista com R$ 1 bilhãoFoto: DIVULGAÇÃO

EMPRESÁRIO QUE LANÇA LIVRO DE AUTOAJUDA NA PRÓXIMA SEMANA, ACABA DE SER AJUDADO PELO FUNDO DE GARANTIA; R$ 1 BILHÃO DOS TRABALHADORES ESTÃO SENDO DIRECIONADOS PARA A EMPRESA LLX, CUJAS AÇÕES CAÍRAM 37,4% NO ANO; O MERCADO DESCONFIA DO EMPRESÁRIO, MAS O GOVERNO APOSTA ALTO

01 de Dezembro de 2011 às 21:17
247 – No jargão do mercado financeiro, uma ação que derrete nas mãos dos investidores é chamada de “mico”. Um desses papéis é o da empresa LLX, do bilionário Eike Batista. Esta empresa constrói no Rio de Janeiro o Porto do Açu e suas ações já caíram 37% no ano, enquanto a queda do Índice Bovespa é de 16,9%. No mercado, os negócios de Eike Batista são vistos com desconfiança crescente pelos investidores, mas o mesmo não pode ser dito pelos gestores do FI-FGTS, um fundo administrado pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério do Trabalho, que aplica recursos dos trabalhadores. Nesta semana, o FI-FGTS socorreu a LLX com uma operação de R$ 1 bilhão, que acaba de sair do forno. É um empréstimo subsidiado, muito abaixo da taxa Selic.
Nesta semana, o Brasil 247 publicou diversas reportagens sobre o que vem sendo feito com o FGTS. Nos últimos três anos, foram desembolsados R$ 17 bilhões pelo FI-FGTS, dos quais quase R$ 4 bilhões foram direcionados à Odebrecht. Neste caso, não foram nem sequer empréstimos. Usando dinheiro dos trabalhadores, o governo comprou participações minoritárias em vários negócios da empreiteira baiana (leia mais aqui). O FI-FGTS também foi usado para comprar ações de empreendimentos da Alusa, do empresário Paulo Godoy, que se notabilizou pelo episódio dos dólares na cueca (leia mais aqui). Agora, com Eike Batista, é mais um empresário próximo ao poder que acessa os cofres do FGTS – o bilionário carioca, além de financiar o filme “Lula, o filho do Brasil”, também pagou milhões por um terno de Lula, num leilão beneficente organizado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia.
O xis da questão
Embora recorra com frequência a favores oficiais, Eike Batista decidiu lançar um livro de autoajuda. Nesta segunda-feira, será lançado, no Rio de Janeiro o livro “O X da questão – A trajetória do maior empreendedor do Brasil”, escrito por seu assessor de imprensa Roberto D´Ávila e publicado pela editora Sextante.
O livro é destinado a futuros empreendedores e traz lições de Eike. Uma delas seria aplicar o chamado “stop loss”, ou seja, ter coragem para realizar os prejuízos quando um determinado investimento não traz os resultados esperados. Os negócios de Eike, que ainda são promessas, até agora não geraram lucros. Mas o bilionário carioca não precisou realizar o prejuízo porque encontrou guichês abertos no governo federal, seja no BNDES, seja no FI-FGTS.
Procurada pela reportagem do Brasil 247, a empresa do grupo EBX limitou-se a dizer que "A LLX não contratou nenhum financiamento com o FI-FGTS". A Caixa não se manifestou a respeito até o fechamento da edição. O financiamento de R$ 1 bilhão foi pedido e aprovado.

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