quarta-feira, 7 de março de 2012

Gerentes de nove postos são presos por preço abusivo em SP




Os gerentes de nove postos de combustíveis foram presos nesta quarta-feira em São Paulo sob suspeita de estarem vendendo álcool e gasolina a um preço muito acima do praticado ontem (6).

Eles foram levados ao DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania) e devem responder por crime contra a economia popular. Os nove prestaram depoimento e foram liberados em seguida. A pena para esse crime é de até dois anos de prisão.

Os donos dos estabelecimentos também vão responder, já que determinaram o aumento.
Até a noite de hoje o Procon já havia recebido 178 denúncias sobre postos que estavam praticando preços acima do normal. O órgão ainda não tem o balanço de quantos estabelecimentos foram autuados.

O aumento ocorre após motoristas correrem aos postos com medo de ficar sem combustível. Segundo o Sincopetro (sindicato dos postos), a maioria dos estabelecimentos já está sem gasolina.

O desabastecimento é provocado por boicote dos caminhoneiros contra as restrições à circulação de veículos pesados na marginal Tietê, cujas multas começaram na segunda-feira. Caminhões-tanque não fazem transporte de combustíveis desde anteontem.

O Procon alerta que aumentos abusivos são infração ao Código de Defesa do Consumidor. A orientação é exigir a nota fiscal quando abastecer, para provar o aumento, e denunciar os postos.
Fabio Braga-6.mar.12/Folhapress
Policiais Militares escoltam caminhão de combustível; abastecimento é prejuicado por paralisação de caminhoneiros
PMs escoltam caminhão de combustível; abastecimento é prejuicado por paralisação de caminhoneiros

JUSTIÇA

O Sindicam (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens do Estado) informou que vai acatar a decisão da Justiça que determinou ontem a retomada da distribuição de combustível em São Paulo.

O sindicato afirmou que já encaminhou uma cópia da liminar (decisão provisória) para as bases de caminhoneiros para que todos retornem ao trabalho, mas destacou que eles têm autonomia para acatar ou não. A multa diária pelo descumprimento da decisão, cobrada do sindicato, é de R$ 1 milhão.

Em outra decisão, também da noite de ontem, a Justiça concedeu uma liminar ao Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) que garante o direito de livre trânsito de caminhões-tanque e que eles tenham escolta policial para isso. Nesse caso, a multa ao sindicato foi fixada em R$ 5.000.

Na manhã de ontem, caminhões que tentaram sair de uma distribuidora em São Caetano do Sul (Grande SP) foram apedrejados. Manifestantes pró-paralisação arrancaram as chaves dos veículos e as jogaram no rio Tamanduateí, na avenida dos Estados, segundo a distribuidora. O sindicato da categoria disse que não incentivou vandalismo.

A Polícia Militar instalou um gabinete de gerenciamento de crise para monitorar a situação e está escoltando caminhões-tanque para o abastecimento de serviços essenciais, como hospitais, bombeiros, transporte público e aeroportos.
Arte/Folhapress

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