quarta-feira, 2 de maio de 2012

Escritura de venda de casa traz problemas a Perillo



Escritura de venda de casa traz problemas a PerilloFoto: Edição/247

EXCLUSIVO: 247 PUBLICA A ESCRITURA DE VENDA, PELO GOVERNADOR MARCONI PERILLO, DA CASA EM QUE CARLINHOS CACHOEIRA FOI PRESO; VALORIZAÇÃO É INÉDITA; HÁ CONTRADIÇÕES ENTRE O DOCUMENTO E DECLARAÇÕES DO CHEFE DO EXECUTIVO

02 de Maio de 2012 às 15:18
247 – A obtenção e divulgação com exclusividade por 247 da escritura de venda da casa do governador Marconi Perillo, no condomínio Alphaville Flamboyant, em Goiânia, para a empresa Mestra Administração e Participações Ltda., em abril deste ano, cria um novo problema para o titular do Executivo de Goiás.
Perillo declarou em seu imposto de renda de 2010, divulgado junto ao registro de sua candidatura ao governo, o valor de R$ 400 mil para residência, mas o valor de venda, um ano depois, foi registrado como sendo de R$ 1,4 milhão. Não se tem notícia de igual valorização de imóvel na capital do Estado, o que levanta a suspeita de ter ocorrido, para efeito do recolhimento de impostos, subfaturamento no preço do imóvel. Foi na casa que pertencia a Perillo que ocorreu a prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira, em fevereiro. Ele vivia ali com a nova mulher.
Outro problema para Perillo, surgido com a divulgação da escritura, está na contradição entre suas próprias palavras e o que indica o documento. Em entrevista ao jornal O Popular, de Goiânia, em março, o governador afirmou ter vendido a propriedade ao empresário Walter Paulo Santiago, proprietário da Faculdade Padrão. Walter confirmou a compra. Mas a escritura registra a empresa Mestra Administração e Participações Ltda., representada pelo sócio Ecio Antônio Ribeiro, como sendo a compradora. Ou Walter e Marconi mentiram ou Ecio é laranja de Walter.
Além disso, Perillo declarou ter recebido o valor da venda em três cheques – cujas cópias não mostrou ainda –, mas a escritura registra que o pagamento foi “em moeda corrente do país”. Esse pagamento foi feito antes mesmo da assinatura do documento de venda no 1º Tabelionato de Notas e Registro de Imóveis da comarca de Trindade, em Goiás. É igualmente misterioso por que o registro da transferência foi feita nesta cidade e não em Goiânia, cidade onde fica o confortável imóvel de 454 metros quadrados de área construída, com quatro suítes e piscina. Por que?
A Mestra, que comprou a casa, era composta por três sócios: Sejana Martins Guimarães, Fernando Gomes Cardoso e Écio. Sejana saiu da sociedade em 15.07 do ano passado, e Fernando, um pouco depois, dia 1o de dezembro.

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