Foto: Edição/247
JOESLEY BATISTA DIZ QUE "A CONJUNTURA LEVOU À DESISTÊNCIA", MAS NEGA QUE A A QUEBRA DE SIGILO DA EMPREITEIRA EM ÂMBITO NACIONAL, SOLICITADA PELA CPI DO CACHOEIRA, TENHA AFETADO A DECISÃO; PROFECIA DE CAVENDISH, DE QUE A EMPRESA QUEBRARIA, SE CONFIRMA, MAS E AS OBRAS DO PAC?
247 - A holding J&F, grupo que controla o JBS, desistiu nesta sexta-feira 1º de comprar a Delta Construções, envolvida nos esquemas da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Um contrato preliminar assinado no dia 9 de maio dava direito à holding de Joesley Batista de substituir a estrutura administrativa da empreiteira de Fernando Cavendish, incluindo presidente, diretores e membros do Conselho de Administração.
Uma auditoria na construtora, a ser feita pela KPMG, chegou a ser anunciada, e embasaria a decisão sobre a compra. Em entrevista à imprensa, Joesley disse que a Delta "tem seus méritos, mas a conjuntura levou à desistência" do negócio. "Crise de credibilidade afeta os negócios de qualquer empresa", completou.
Mais cedo, o colunista Guilherme Barros, da Istoé Dinheiro, disse que dois motivos levaram a J&F a reincidir o contrato: a falta de receptividade do governo Dilma Rousseff à operação e a quebra dos sigilos bancário e fiscal da construtora em todo o país, decidida pela CPI do Cachoeira nesta semana. Joesley nega: "(a decisão) não foi provocada pela quebra de sigilo fiscal da empresa, nem pelo estudo da KPMG que ainda não ficou pronto", explicou ele.
Segundo o empresário, o J&F continua analisando outras empresas na área de construção civil. "A Delta foi a terceira empreiteira que olhamos e continuamos olhando outras", disse. Na avaliação de Joesley, a Delta "não tem problema em provar que é idônea", mas vai permanecer sob suspeita e em investigação em longo prazo, o que atrapalha sua operação. "Não achamos que somos a melhor 'pessoa' para administrar uma empresa que vai ter que lutar pela sua sobrevivência", concluiu.
Com a desistência, consuma-se de vez a profecia de Fernando Cavendish: a empresa vai quebrar. Agora é saber como ficam as obras que a empreiteira tocava no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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