sexta-feira, 20 de julho de 2012

Defesa de réus do mensalão mira Gurgel



Defesa de réus do mensalão mira GurgelFoto: Divulgação

ADVOGADOS DOS ACUSADOS, COMO ROBERTO JEFFERSON E JOSÉ DIRCEU, TENTARÃO DESQUALIFICAR O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AO STF; DEFESA DO DELATOR DO CASO USARÁ METADE DO TEMPO PARA ISSO; ESTRATÉGIA COMUM SERÁ RESGATAR O CASO DA OPERAÇÃO VEGAS, QUE FOI RETIDO POR GURGEL

20 de Julho de 2012 às 10:52
247 – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, será um dos alvos principais dos advogados dos 38 réus do mensalão, que começa a ser julgado no próximo dia 2 pelo Supremo Tribunal Federal. A defesa de Roberto Jefferson, representada pelo advogado Luiz Barbosa, por exemplo, deverá dedicar metade de seu tempo disponível para o discurso oral (meia da uma hora a que tem direito) para tentar desqualificar Gurgel e a Procuradoria-Geral da República.
Para defender o delator do maior escândalo do governo Lula, Barbosa vai apontar – mais uma vez – para o fato de a denúncia não ter incluído o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que será acusado por ele de mandante do esquema. Segundo nota publicada na coluna Painel da Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira, outra ideia é mirar no relator do processo no STF, o ministro Joaquim Barbosa, chamado de "zaga do Lula" pelos advogados de Jefferson.
Outros advogados terão Gurgel como alvo e, segundo a jornalista Vera Magalhães, que assina a coluna Painel, há uma estratégia comum: a recente polêmica de que Gurgel manteve retido por três anos o caso da Operação Vegas, da Polícia Federal, que tinha informações sobre a relação do ex-senador Demóstenes Torres com o contraventor Carlos Cachoeira. A ação veio à tona com a divulgação das investigações pela PF, que resultou na prisão de Cachoeira e na cassação do mandato de Demóstenes.
Sobre as críticas, o procurador já havia rebatido em maio que elas vinham de pessoas que estavam "morrendo de medo" do julgamento do mensalão. "É compreensível que algumas pessoas que são ligadas a mensaleiros tenham essas posturas de querer atacar o procurador-geral", afirmou Gurgel, segundo a revista Consultor Jurídico. Segundo suas declarações da época, se os ataques não são orquestrados por réus do mensalão, "há protetores de réus como mentores disso".

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