segunda-feira, 2 de julho de 2012

Escolha de vice evidencia rixa entre Serra e Alckmin



Escolha de vice evidencia rixa entre Serra e AlckminFoto: Divulgação_Folhapress

A INDICAÇÃO DE ALEXANDRE SCHNEIDER DESENTERROU A CRISE ENFRENTADA PELO PSDB EM 2008, QUANDO O ENTÃO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO LIDEROU O MOVIMENTO DE DISSIDÊNCIA NA SIGLA EM APOIO À CANDIDATURA DE KASSAB

02 de Julho de 2012 às 06:50
247 – A relação entre o governador Geraldo Alckmin e o pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, estão por um fio desde a indicação de Alexandre Schneider ao posto de vice. A escolha desenterrou a crise enfrentada pelo PSDB em 2008, quando o então secretário municipal de Educação liderou o movimento de dissidência na sigla em apoio à candidatura de Kassab. Leia na matéria da Folha:
O processo de montagem da candidatura de José Serra à prefeitura reavivou a desconfiança entre serristas e alckmistas em São Paulo.
Enquanto aliados de Geraldo Alckmin reclamam da escolha de um "cooptado" do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para a vice, o ex-secretário de Educação Alexandre Schneider, interlocutores de Serra acusam o governador de leniência na costura de alianças.
Na avaliação de aliados de Serra, a falta de empenho de Alckmin está expressa na chapa final da campanha. Dos partidos que compõem o governo, só o DEM engrossou a aliança na capital paulista.
Ainda assim, o acerto dependeu mais da adesão do PSDB à candidatura de ACM Neto à Prefeitura de Salvador do que de uma ação do Palácio dos Bandeirantes.
Outros aliados do governo --como PSB, PP e PTB-- desembarcaram da candidatura Serra rumo ao PT e até ao PRB, de Celso Russomanno.
Serristas ficaram particularmente contrariados com relato feito pelo presidente estadual do PTB, Campos Machado, ao senador Aloysio Nunes Ferreira e ao deputado Vaz de Lima.
Amigo do governador, Machado disse aos dois que, em nenhum momento, Alckmin pediu taxativamente que apoiasse Serra. Apenas disse que seria "bom". Na visão desses serristas, a atuação de Kassab legitimou a escolha de seu indicado a vice.
Além de desferir o primeiro golpe na candidatura de Fernando Haddad, ao sepultar negociação com o PT para apoiar o tucano, o prefeito trabalhou para levar o PR para aliança de Serra.
A opção por Schneider como vice, porém, desenterrou a crise enfrentada pelo PSDB em 2008, quando o então secretário municipal de Educação liderou o movimento de dissidência na sigla em apoio à candidatura de Kassab.
Ex-tucano, Schneider foi um dos primeiros a se manifestar publicamente em favor da reeleição de Kassab, contra Alckmin, em 2008. Ontem, sua escolha foi alvo de críticas de assessores de Alckmin, inclusive no Twitter.
O secretário estadual José Aníbal (Energia e Saneamento) disse no microblog que "com a indicação do vice de Kassab, o candidato a prefeito do PSDB vai na direção contrária da que queria a militância do partido".
Assessor de Alckmin e tesoureiro do PSDB municipal, Fábio Lepique disse que o líder do partido na Câmara, Floriano Pesaro, e os "membros do diretório municipal que votaram a favor do 'chapão' [de vereadores] prestaram um desserviço ao PSDB. E nem a vice levamos".
"O PSD é um cupim do PSDB", disse Aníbal, afirmando que "quem fica envenenando a imprensa contra o Alckmin é o pessoal do Serra, que vive culpando os outros pelos seus erros". 

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