Foto: Edição/247
PRESIDENTE NACIONAL DO PT LIGA PARA O ESCOLHIDO COMO CANDIDATO DO PARTIDO EM BH E RECONHECE O ERRO DE APOIAR A COLIGAÇÃO QUE JUNTOU O PSB DE MARCIO LACERDA E O PSDB DE AECIO NEVES. RUI FALCÃO E ROBERTO CARVALHO MARCARAM UMA REUNIÃO PARA ESTA QUARTA-FEIRA, EM SÃO PAULO
Minas 247 - O candidato do PT indicado pela convenção municipal no último sábado, o vice-prefeito Roberto Carvalho, recebeu na manhã desta terça-feira uma ligação importante de São Paulo. Do outro lado da linha, estava o presidente nacional da legenda, Rui Falcão. Carvalho não poderia dizer que o que ouviu ao telefone foi ruim, pelo contrário: Falcão garantiu que não há possibilidade de intervenção do diretório nacional no PT de Belo Horizonte - seja para retomar a aliança com o PSB e o PSDB, pela reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB), seja para forçar uma candidatura alternativa à do próprio Carvalho (a do ex-ministro e ex-prefeito Patrus Ananias, por exemplo).
Mas o melhor recado viria depois. O presidente do PT nacional parabenizou o vice-prefeito de Belo Horizonte por ter insistido na tese de candidatura própria. “Belo Horizonte mostrou que uma aliança com os tucanos não dá mais”, afirmou Falcão. É praticamente unânime entre as diversas correntes petistas, mesmo entre os que antes defendiam o alinhamento a Lacerda (levando junto o PSDB), que a estratégia foi equivocada. O próprio presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, até o último fim de semana o mais ardoroso defensor da coligação, fez um mea-culpa e admitiu o erro: “Foi um erro a aliança feita em 2008. Uma aliança antagônica. Houve um ajuntamento, nunca houve entrosamento político”, afirmou Lopes, que também é deputado federal.
A avaliação que ganha adeptos no PT é que a aliança com os tucanos na Prefeitura de Belo Horizonte deu mais munição ao adversário do que ao próprio Partido dos Trabalhadores. Por adversário, leia-se Aécio Neves, senador tucano, ex-governador de Minas e, até o momento, o mais provável e forte adversário da presidenta Dilma Rousseff em 2014. O próprio Marcio Lacerda admitiu, na segunda-feira, que a decisão de não aceitar a coligação proporcional para vereador com os petistas - principal motivo do rompimento -, partiu de uma reivindicação pessoal de Aécio. “Considerei justo esse pedido”, disse Lacerda.
O PT não aceitou essa posição, por dois motivos: o primeiro é que o prefeito de BH sabia que isso significaria o fim da aliança na capital mineira; o segundo é que ele passou a impressão de passar recibo nesse desfecho, ao optar por exonerar do cargo seu ex-secretário de governo, Josué Valadão, do PP - era a alternativa de Lacerda para ocupar a candidatura a vice-prefeito, escolha que afinal acabou se consolidando.
Na conversa com Roberto Carvalho, Rui Falcão combinou um encontro entre os dois para esta quarta-feira, em São Paulo. O petista não sabe exatamente o conteúdo do colóquio, mas teve a garantia que não passará por intervenção - o diretório nacional do PT teme um desgaste semelhante ao ocorrido em Recife (PE) e teria dificuldades legais, uma vez que não há denúncia de irregularidades na escolha feita no sábado à noite pela executiva municipal de BH.
Há a possibilidade de Falcão pedir a formação de uma chapa liderada pelo ex-ministro Patrus Ananias, o que levaria para a campanha petista o grupo hoje derrotado, chefiado pelo ministro Fernando Pimentel. Mas essa possibilidade esbarra em dois problemas no partido: a militância próxima a Carvalho já começou a campanha, tentando dar a sua candidatura como fato consumado; e existe, em parte da militância petista na capital, o sentimento de que o grupo de Pimentel não ajudou, ao boicotar a reunião da executiva de sábado e, pelo contrário, ter prestigiado a convenção do PSB no mesmo dia.
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