quarta-feira, 11 de julho de 2012

"Não acabem com a minha vida", apela Demóstenes



Foto: Antônio Cruz/ABr

DA TRIBUNA, SENADOR SE DEFENDEU POR 35 MINUTOS; "AS PROVAS CONTRA MIM NÃO PROVARAM NADA", DISSE TORRES, ANTES DE SE COMPARAR A CRISTO; "EU FUI BRAÇO POLÍTICO DAS CRIANÇAS DO BRASIL"; RELATOR HUMBERTO COSTA PEDIU DIREITO DE RESPOSTA; SENADORES COMEÇARÃO A VOTAR, SECRETAMENTE, A SUA CASSAÇÃO; LINK

11 de Julho de 2012 às 12:45
247 – Com 35 minutos para sua defesa, o senador Demóstenes Torres iniciou de forma agressiva. "Chamar uma mulher de vagabunda é algo que prejudica a vida dessa mulher para o resto da vida", comparou ele. "Aqui foi ofendido com uma série de qualificativos, como bandido, pilantra, psicopata, desonesto, braço político, que tem dupla personalidade e despachante de luxo", enumerou. "Eu vim aqui me defender dos fatos, não dos boatos".Após dez minutos, Demóstenes atacou diretamente o senador Humberto Costa, relator da Comissão de Ética, lembrando que ele fora acusado de corrupção passiva no tempo em que foi ministro da Saúde. "Ele hoje é um homem honrado, que pode se defender. Por que eu não posso ter o mesmo direito? Por que a minha cabeça tem de rolar?", perguntou. "Todos os procuradores disseram que Demóstenes não é membro da quadrilha". Ele chegou a citar Cristo e sua crucifixação como exemplo de julgamento feito em meio ao clamor público, o que criticou. "Eu não posso ser julgado porque seis governadores se relacionaram com Carlinhos Cachoeira", comparou. "Quero um direito isonômico, quero fazer a minha defesa".
Demóstenes enveredou por uma seara filosófica. "Protágoras é o pai do relativismo", iniciou. "Todo fato tem diversas versões. Provei que o senador Humberto Costa errou no relatório que fez sobre mim, mas nem por isso ele tem de ser cassado. Ele fez deduções, o que é legítimo a um parlamentar, mas errou contra mim".
"Todos os ministros do Supremo me procuravam para resolver os problemas, mas pergunte a qualquer ministro se alguma vez eu pedi algo de errado", afirmou. "Eu sou pai do Ministério Público". Ele acrescentou ter sido injustiçado pela mídia. "A imprensa do Brasil me deve um pedido de desculpas", demarcou. "Sou um senador com um patrimônio ridículo depois de tudo o que fiz na vida, com um imóvel financiado e vinte por cento de uma faculdade em Minas que nunca me deu um centavo na vida", disse.

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