Do Diário de São Paulo
‘Serra veio até minha casa pedir apoio’
Maluf afirma que um dos motivos de o tucano ter perdido eleições foi por criticar a aliança com PP
CRISTINA CHRISTIANO
O deputado federal Paulo Maluf (PP) disse ontem, em entrevista ao DIÁRIO, que o candidato tucano à Prefeitura, José Serra, perdeu as eleições por ter usado o horário eleitoral para criticar o apoio do Partido Popular ao petista Fernando Haddad. “As pessoas que são devotas a mim e não tinham se ligado dessa aliança foram alertadas”, comentou. Maluf contou que Serra esteve duas vezes em sua casa pedindo apoio, apontou erros cometidos pelo tucano e falou da expectativa no novo prefeito.
DIÁRIO_ Domingo o senhor subiu ao palanque do PT para festejar a vitória de Fernando Haddad junto com pessoas que o hostilizaram no passado. Isso não o deixou constrangido?
PAULO MALUF _ Não. Fui muito bem recebido e abraçado por todos. A mídia estranha porque acha que na classe política não existe ética, mas é ético o Serra ir duas vezes à minha casa pedir apoio e depois criticar a minha aliança com o PT?
Por que o senhor escolheu apoiar Fernando Haddad?
Foi por amor a São Paulo. Estou há 45 anos no mesmo partido porque não imponho o que penso, mas imponho o que meus amigos pensam. Essa escolha foi por coerência. Estamos (PP) muito bem representados no governo pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. As pessoas ainda se surpreenderam porque o Lula e o Haddad foram à minha casa e a imprensa só percebeu após o almoço, quando abri o portão para anunciar o apoio.
Fala-se em oportunismo?
Quando decidimos apoiar o Haddad ele estava com 3% das intenções de votos. A Soninha tinha 4%, o Paulinho da Força, 5%, e o Chalita, 7%. Russomanno tinha 22% e o Serra, 30% ou 32%. Se quiséssemos ser oportunistas íamos apoiar o sexto colocado? O casamento do PP com o PT foi de véu e grinalda, na catedral,apoiado por bispos e cardeais. Tudo às claras, coisa rara hoje na política, porque os acordos são feitos em hotéis, porões, escondido. Foi decisão consciente, sem impor nada.
O senhor acha que a cidade vai melhorar com Haddad?
Na minha visão, precisamos de alguém que resolva os problemas de São Paulo. A cidade precisa de recursos. O Serra foi candidato a presidente em 2010 e perdeu para a Dilma. Então, com toda a certeza, se o Serra fosse prefeito muito provavelmente os recursos que agora virão com o Haddad não viriam. Ele já foi a Brasília, está renegociando a dívida. É aquilo que eu esperava do prefeito de São Paulo. Que fosse o prefeito e não usasse a Prefeitura como trampolim para alcançar outras campanhas. Além disso, o fato de vir a São Paulo fazer campanha para Haddad torna a presidente Dilma avalista da cidade.
Como vê o futuro de Serra?
Na vida pública ninguém morre. O Serra não morreu. Ele ainda pode ser deputado federal, senador. Não tem morte morrida na política porque, muitas vezes, quem elege o candidato são as circunstâncias e não o seu passado ou futuro.
Acha que as circunstâncias também elegeram Haddad?
O Kassab não foi mau prefeito administrativamente, mas ficou com a imagem ruim que a mídia deu de formador de partidos. Fixou a ideia de que não queria administrar a cidade e não é verdade. Já o Serra foi eleito prefeito e saiu 1 ano e 3 meses depois. Foi governador, ficou 3 anos e 3 meses e também saiu para concorrer a presidente. Quando perdeu, disse que não era candidato e foi. O eleitor não entende e daí surgiu a rejeição. Foi o que o matou.
Houve outros erros?
Em sua defesa, o Serra começou a dizer que ia cumprir os 4 anos de mandado e ficou rememorando no eleito a renúncia. Ele também criticou o meu apoio ao PT e muitas pessoas que não se lembravam acabaram ficando ligadas. Se tivesse conseguido pelo menos 350 mil desses eleitores não perderia.
‘Serra veio até minha casa pedir apoio’
Maluf afirma que um dos motivos de o tucano ter perdido eleições foi por criticar a aliança com PP
CRISTINA CHRISTIANO
O deputado federal Paulo Maluf (PP) disse ontem, em entrevista ao DIÁRIO, que o candidato tucano à Prefeitura, José Serra, perdeu as eleições por ter usado o horário eleitoral para criticar o apoio do Partido Popular ao petista Fernando Haddad. “As pessoas que são devotas a mim e não tinham se ligado dessa aliança foram alertadas”, comentou. Maluf contou que Serra esteve duas vezes em sua casa pedindo apoio, apontou erros cometidos pelo tucano e falou da expectativa no novo prefeito.
DIÁRIO_ Domingo o senhor subiu ao palanque do PT para festejar a vitória de Fernando Haddad junto com pessoas que o hostilizaram no passado. Isso não o deixou constrangido?
PAULO MALUF _ Não. Fui muito bem recebido e abraçado por todos. A mídia estranha porque acha que na classe política não existe ética, mas é ético o Serra ir duas vezes à minha casa pedir apoio e depois criticar a minha aliança com o PT?
Por que o senhor escolheu apoiar Fernando Haddad?
Foi por amor a São Paulo. Estou há 45 anos no mesmo partido porque não imponho o que penso, mas imponho o que meus amigos pensam. Essa escolha foi por coerência. Estamos (PP) muito bem representados no governo pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. As pessoas ainda se surpreenderam porque o Lula e o Haddad foram à minha casa e a imprensa só percebeu após o almoço, quando abri o portão para anunciar o apoio.
Fala-se em oportunismo?
Quando decidimos apoiar o Haddad ele estava com 3% das intenções de votos. A Soninha tinha 4%, o Paulinho da Força, 5%, e o Chalita, 7%. Russomanno tinha 22% e o Serra, 30% ou 32%. Se quiséssemos ser oportunistas íamos apoiar o sexto colocado? O casamento do PP com o PT foi de véu e grinalda, na catedral,apoiado por bispos e cardeais. Tudo às claras, coisa rara hoje na política, porque os acordos são feitos em hotéis, porões, escondido. Foi decisão consciente, sem impor nada.
O senhor acha que a cidade vai melhorar com Haddad?
Na minha visão, precisamos de alguém que resolva os problemas de São Paulo. A cidade precisa de recursos. O Serra foi candidato a presidente em 2010 e perdeu para a Dilma. Então, com toda a certeza, se o Serra fosse prefeito muito provavelmente os recursos que agora virão com o Haddad não viriam. Ele já foi a Brasília, está renegociando a dívida. É aquilo que eu esperava do prefeito de São Paulo. Que fosse o prefeito e não usasse a Prefeitura como trampolim para alcançar outras campanhas. Além disso, o fato de vir a São Paulo fazer campanha para Haddad torna a presidente Dilma avalista da cidade.
Como vê o futuro de Serra?
Na vida pública ninguém morre. O Serra não morreu. Ele ainda pode ser deputado federal, senador. Não tem morte morrida na política porque, muitas vezes, quem elege o candidato são as circunstâncias e não o seu passado ou futuro.
Acha que as circunstâncias também elegeram Haddad?
O Kassab não foi mau prefeito administrativamente, mas ficou com a imagem ruim que a mídia deu de formador de partidos. Fixou a ideia de que não queria administrar a cidade e não é verdade. Já o Serra foi eleito prefeito e saiu 1 ano e 3 meses depois. Foi governador, ficou 3 anos e 3 meses e também saiu para concorrer a presidente. Quando perdeu, disse que não era candidato e foi. O eleitor não entende e daí surgiu a rejeição. Foi o que o matou.
Houve outros erros?
Em sua defesa, o Serra começou a dizer que ia cumprir os 4 anos de mandado e ficou rememorando no eleito a renúncia. Ele também criticou o meu apoio ao PT e muitas pessoas que não se lembravam acabaram ficando ligadas. Se tivesse conseguido pelo menos 350 mil desses eleitores não perderia.
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