sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

País gasta mais de R$ 1 tri em cinco anos com juros da dívida pública

Temos muitas coisas contra as quais protestar. Protestar pelos motivos justos para realmente mudarmos as coisas nesse país que avançou em muitas áreas, mas no passo do pato. Não há nada de mais escandaloso do que os juros extorsivos que são pagos pelos serviços da dívida pública. Um verdadeiro escárnio. Isso mereceria que as ruas desse país fossem todas tomadas pelo povo para dá um basta a tamanha pilantragem. Nunca houve uma auditoria séria e independente na dívida para sabermos quanto de fato o país deve e quanto do montante é maracutaia. União, Estados e Municípios fazem um esforço fiscal, neologismo para corte de gastos em áreas essenciais única e exclusivamente para superávit primário, dinheiro que paga os juros da dívida ao custo de uma situação quase falimentar em setores como saúde, educação, segurança pública, dentre outros para engordar os bolsos dos rentistas, da agiotagem interna e externa que engordam seu caixa e fala mal do Brasil. Isso sim, é uma causa justa, com foco que deveria está no centro do debate e com o povo nas ruas fazendo imensas manifestações e não o besteirol da Copa do Mundo.


O Brasil gastou mais de R$ 1 trilhão nos últimos cinco anos com pagamento de juros da dívida pública, mostram dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, 31.

No total, o setor público brasileiro teve uma despesa de R$ 249 bilhões em 2013 com juros. É o maior valor anual desde pelo menos 2002, quando o BC iniciou o registro desses dados pela metodologia atual. Se atualizarmos pela inflação, no entanto, o maior valor da série é o de 2011 (R$ 265 bilhões).

De 2009 a 2013, os gastos com juros somaram R$ 1,065 trilhão. Corrigido pela inflação, esse valor equivale hoje a R$ 1,190 trilhão.

gastos com juros - legenda

Parte do dinheiro usado para pagar juros vem da arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais com impostos e itens extraordinários (como receita de privatizações e concessões).
Outra parte é obtida por meio da rolagem da dívida – processo em que o governo toma dinheiro emprestado para pagar juros.

No ano passado, União, Estados e municípios destinaram R$ 91 bilhões do seu orçamento para a dívida. Esse esforço fiscal é chamado de superavit primário.

Como os juros somaram R$ 249 bilhões em 2013, ficaram faltando R$ 158 bilhões para pagar os credores. Este último valor, chamado de deficit nominal, ou necessidade de financiamento nominal, corresponde ao que o governo precisou tomar emprestado para honrar seus compromissos.

Gastos do setor público com juros

Item2013 (R$ bi)2009 a 2013, em valores da época (R$ bi)2009 a 2013, em valores atuais (R$ bi)
Parte da arrecadação do governo usada para pagar juros91,3491,4550,0
Dinheiro que o governo tomou emprestado para pagar juros157,5574,3640,1
Total de gastos com juros248,91.065,81.190,1
  • Fonte: Banco Central
Opinião: gasto alto, mas necessário 

Como se pode ver, a maior parte dos juros tem sido paga por meio da rolagem, ou seja, por meio da criação de novas dívidas. O governo toma dinheiro emprestado de uns para pagar outros.

De 2009 a 2013, os juros somaram R$ 1,1 trilhão, como foi dito, mas apenas R$ 491 bilhões foram pagos com dinheiro arrecadado com impostos e outras fontes. Os demais R$ 574 bilhões vieram de novas dívidas.

É verdade que R$ 491 bilhões não são uma quantia desprezível, ao contrário. Há, inclusive, quem argumente que o governo deveria usar parte desse valor para investimentos, programas sociais ou corte de impostos.

O problema é que. se o setor público aumenta a dependência de rolagem da dívida – e isso tem ocorrido nos últimos anos –, o risco de emprestar dinheiro ao governo também sobe. Consequentemente, a taxa de juros que os investidores cobram tende a aumentar também, criando um ciclo vicioso.

Dito de outra forma, a tendência é de que, quanto menos dinheiro de impostos o governo gastar hoje com dívida, mais terá que gastar no futuro. Além disso, existem as consequências de curto prazo. Se os investidores notam que o controle da dívida (e outras responsabilidades do governo) não está sendo levado a sério, eles investem menos no setor produtivo, o que contribui para frear o PIB (produto interno bruto).

Ainda se poderia dizer que a dívida líquida do governo tem diminuído como proporção do PIB, o que é verdade. Mas o problema, neste momento, não é a dívida líquida, e sim a bruta.

A dívida líquida se refere a tudo o que o governo está devendo menos tudo o que estão devendo ao governo. A bruta é a dívida total.

A dívida bruta tem aumentado porque o governo toma dinheiro emprestado, a juros de mercado, e empresta para empresas, a juros mais baixos, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Quando faz essa operação, a dívida líquida não aumenta, pois o mesmo montante que o governo toma emprestado é registrado como uma quantia que o BNDES (ou seja, o próprio governo) tem a receber.
Já a dívida bruta aumenta. Pode parecer que não há problema, mas há. A dívida que o governo contrai precisa ser paga em um prazo menor do que aquela que as empresas contraíram junto ao BNDES.

Além disso, os juros que o governo paga são maiores do que os que ele recebe.

http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2014/01/31/pais-gasta-mais-de-r-1-tri-em-cinco-anos-com-juros-da-divida-publica/

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