quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Presidente do Datafolha se junta a tucanos para discutir rumos da campanha de Aécio


Além de Marcos Paulino, subprocurador participa de debate em restaurante fino de São Paulo sobre candidatura do PSDB. Um dos coordenadores será ex-secretário suspeito de comandar caixa dois
por Helena Sthephanowitz publicado 30/01/2014 13:10, última modificação 30/01/2014 13:11
Joel Rodrigues/Frame/Folhapress 
 
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Aécio deve lançar candidatura já em março para iniciar campanha contra Dilma Rousseff
Dois tucanos se destacavam na reunião realizada por caciques do PSDB na última terça-feira (28) no restaurante Ici, em Higienópolis, um dos mais caros de São Paulo. Um, Marcos Paulino, presidente do Datafolha. O outro, o subprocurador-geral estadual de Justiça  Arnaldo Hossepian – convenhamos que há um trensalão de motivos para tornar inconveniente a aproximação excessiva com o tucanato paulista neste momento.

Do outro lado  de Fernando Henrique Cardoso, o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG), o ex-embaixador Rubens Barbosa e o ex ministro das Relações Exteriores Celso Lafer, que vai para moldar o discurso a ser apresentado a empresários.

Participaram também o ex-presidente nacional do PSDB e deputado Sérgio Guerra (PE), o ex-senador Tasso Jereissati (CE) e o vereador paulistano Andrea Matarazzo. Matarazzo, recorde-se, ex-secretário de Energia do Estado, elaborou planilhas eletrônicas do comitê financeiro do PSDB que deveriam abastecer o caixa dois da campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à reeleição, em 1998. As estatais de energia eram os principais clientes da Alstom no governo de São Paulo. Em 1998, Matarazzo acumulou o cargo de secretário com o de presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), justamente uma das principais clientes da Alstom.

Ao som de músicas francesas e muito vinho, os tucanos trataram da  campanha presidencial, discutiram programa de governo de Aécio e também as manifestações populares que vêm ocorrendo em diversas cidades. De acordo com o jornal Valor Econômico, alguns expressaram suas opiniões sobre a cobertura jornalística dos acontecimentos do país. Um deles, e tudo leva a crer que tenha sido o presidente do Datafolha, comentou que "há um antipetismo" na imprensa brasileira.

Apertados em um sofá vermelho, os tucanos falaram sobre a crise econômica da Argentina, apontaram problemas no Mercosul e criticaram a "contaminação" da política externa brasileira por questões "ideológicas". Aécio pretende fazer com que Rubens Barbosa e Celso Lafer colaborem com a construção de suas propostas na área de política externa. O coordenador do programa de governo deve ser o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB).

Entre um vinho e outro, os tucanos comentaram que o partido precisa ter estratégias diferentes de Dilma Rousseff para conquistar o eleitorado das capitais e do interior.
Rapidamente e sem exatidão, também falaram sobre como tentar compensar a diferença de votos em relação à presidenta. Aécio propôs a Tasso Jereissati que se lance a uma nova candidatura para o Senado, no Ceará, para reforçar o palanque dos tucanos no Nordeste este ano. Tasso, no entanto, não deu certeza de que aceitará a sugestão.

Um dia antes da comilança, na noite de segunda- feira, Aécio Neves se encontrou com o  governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e com o ex-governador José Serra (PSDB) para negociar o vice na chapa – e Serra surgiu como um dos mais cotados.

Em sua passagem pela capital paulista, Aécio acertou detalhes do lançamento oficial da pré-candidatura, que deve ser feito até março, em São Paulo. Com isso, deve pôr fim às especulações de uma eventual candidatura de Serra à Presidência. No próximo mês, o senador planeja montar palanque pelo interior de São Paulo. As articulações políticas no estado estão sob comando de Matarazzo, ex-ministro e caixa dois de FHC.

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