3 de outubro de 2014 | 20:45 Autor: Fernando Brito
Hoje, alguns leitores que (com todo o direito e que peço que respeitem) apoiam Marina Silva se irritaram quando leram que eu escrevi que ela havia se tornado um nada.
É obvio que isso não é um juízo sobre pessoa Maria Osmarina, mas uma avaliação política da candidatura Marina Silva.
Se era preciso uma prova concreta disso, ela veio hoje com a melancólica “carreata” da candidata na Tijuca, um dos bairros de classe média no Rio onde tem mais apoio.
Quase ninguém, entusiasmo algum, agitação mais por conta do grande número de repórteres e fotógrafos, muitas vezes maior que o de populares e militantes.
Nenhum candidato do PSB apareceu, apenas o candidato do PSOL Pastor Jefferson Barros, ligado ao grupo da deputada Janira Rocha, acusada de extorquir dinheiro dos funcionários de seu gabinete na Assembléia e excluída, por isso, como Barros, dos programas de TV do partido.
Romário, candidato favoritíssimo ao Senado pelo PSB – tem quase 50% nas pesquisas – não deu as caras. Miro Teixeira, seu aliado de primeira hora, escafedeu-se.
Quem quiser, pode ler, nos jornais, antes só simpatia marinista, o relato do desânimo marinista.
É por isso que disse que era o nada, não por desprezo à pessoa de Marina.
Foi por sentir que isso não é na Tijuca, não é no Rio, é em toda parte.
Marina, fora do segundo turno, será impiedosamente massacrada pelos políticos – a começar dentro do PSB – e solenemente ignorada pelo eleitorado, que vai fazer ele próprio suas escolhas, pois não reconhece nela uma liderança orgânica, capaz de fazer alianças – às quais ela se orgulha, aliás, de maldizer – que façam vingar um projeto político.
Já disse aqui, certa vez, que ela pode ficar atrás de Aécio não por uma arrancada do mineiro, mas por sua própria decadência.
Que é, tristemente, quase tão veloz quanto sua ascensão.
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