Estamos diante de uma reação estapafúrdia que quer inverter a lógica do vencedor e dá ares de vitória a quem foi vencido. É o que temos vistos nessas manifestações organizadas pela direita hidrófoba liderada por setores que não conseguem conviver com o resultado das urnas que lhes foi desfavorável. A intenção é passar à população a idéia de que a vitória da presidenta Dilma não representa nenhum valor e sua significação bastante precária para impor a agenda que foi proposta durante a campanha e saiu das urnas consagrada pela maioria de votos do eleitor.
Assim todos os dias inventam indicações de ministeriáveis para ocupar pastas no próximo governo de Dilma em desalinho com aquilo que ela combateu durante a campanha e os debates na televisão especialmente em relação a candidata Marina que não fazia questão de esconder Neca Setubal e sua proposta de um BC independente, ao trazer a informação não confirmada de que o presidente do Bradesco é cotado para ser o novo ministro da Fazenda, insistentemente publicada nos jornalões de oposição, o Partido golpista que se contrapõe ao governo Dilma como se fora uma oposição legítima, assim definida pelo voto do eleitor.
Isso é somente uma parte da ofensiva, a outra ou outras mais, passa pela recontagem de votos pedida ao TSE por membros do PSDB apoiados pela imprensa golpista. O inusitado da petição não deixa de ser uma certeza que para muitos ainda é dúvidas até que o sistema seja total e tranparentemente auditado mas a convicção demonstrada pelo PSDB ao apresentar o pedido embora esconda-se na suspeita de indivíduos anônimos que lançam dúvidas sobre o sistema de voto eletrônico a partir das redes sociais, é bastante revelador de uma situação única no estado de São Paulo que tem gerado grandes apreensões e diz respeito a votação de Aécio tanto no primeiro quanto no segundo turnos, especialmente no primeiro turno, quando conseguiu uma ultrapassagem jamais alcançada na história das eleições e contra todas as previsões dos institutos de pesquisas para além do que apontava a margem de erro em tais pesquisas.
Paira no ar um quê de mistério sobre como isso foi possível. Há quem desconfie de fraude eleitoral e essa determinação tucana de mandar auditar todo o sistema só desperta ainda mais a curiosidade de quem está com o pé atrás em relação ao resultado das urnas no primeiro turno em São Paulo. Se os tucanos demonstram tanta certeza de que o sistema não é a prova de fraude, teriam eles fraudado as eleições em São Paulo e a partir da fraude no estado exigem a auditagem de todo sistema?
Assim como os tucanos, eu não confio no sistema de votos por meio de urnas eletrônicas e também como eles acho que as eleições passadas foram fraudadas tanto no primeiro quanto no segundo turnos mas pelos tucanos e em São Paulo. Eles não fariam uma petição dessa sem nenhuma base e embora não apresentem nenhum fato específico, até porque não podem revelar um crime cometido e nem dizer onde cometeram tal crime, contudo lançam suspeitas genéricas para que o TSE se intimide e mande em nome da isenção fazer a auditagem de todo o sistema com o acompanhamento exigido na petição tucana. Isso seguramente baterá com o inevitável jamais admitido pela justiça eleitoral, o sistema pode e foi fraudado nessas eleições e uma auditoria em larga escala, sem restrições provaria a existência dessas fraudes em escala gigantesca.
A oposição pauta o pós eleição como se tivesse sido a vitoriosa de 26 Outubro. O gran finale desse primeiro capítulo foi a entrada triunfal de Aécio hoje nas dependências do senado federal. Quem o viu seguido de um coro de vivas, hino nacional, alaridos bajulatórios de presidente, esqueceu-se de que foi derrotado, não obstante o kit completo de apoios dados, das grandes corporações a associações de classes, entidades religiosas, artistas, jogadores de futebol, conselhos médicos, mercado financeiro, grande mídia nacional etc..
O lado vitorioso que nessa narrativa está recolhido a um silêncio que só se explica pela cautela do momento que exige distenção que para os ânimos não fiquem ainda mais açulados aos poucos se reorganiza, se reoxigena, traça estratégias para as próximas batalhas que se avinzinham e que serão tão duras quanto todas as que foram enfrentadas nos últimos quatro anos.
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