Cinco anos antes do mensalão do DEM, telegrama fazia um perfil de diversos parlamentares brasilienses envolvidos em escândalos
Por Marcus V F Lacerda, especial para a Pública
Um telegrama de agosto de 2004 descreve a cassação do mandato do deputado distrital Carlos Xavier (PMDB), o primeiro a perder o mandato na história da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Escrito por John Danilovich, embaixador americano no Brasil até 2005, o telegrama, intutulado “um malandro a menos na galeria” é irônco e pessimista. O diplomata considera a sentença um feito, “dada a notoriedade da Assembleia em ser um refúgio de canalhas”.
Deputado distrital por três mandatos, Carlos Xavier já havia sido acusado de subornar duas adolescentes a não depor contra o seu irmão em um caso de estupro em 1998. Em 2001, foi investigado pelo envolvimento em um esquema de grilagem de terras públicas que chegaram a valorizarem-se 50 vezes.
No entanto, o que culminou em sua cassação foi o assassinato de um menor. Segundo o telegrama, o jovem trabalhou na campanha de Xavier de 2002 e havia mantido um caso sexual com a esposa do político.
Para Danilovich, era difícil saber se a medida era um primeiro impulso contra a impunidade ou se “meramente serviu para desenhar uma linha: que assassinos, pelo menos, não serão tolerados na Assembleia Distrital”.
Além dos casos de corrupção, Danilovich observa a baixa qualidade do trabalho da Assembleia. “Só nos primeiros três meses de 2004, o governador Roriz vetou 40 das matérias da assembleia por serem claramente inconstitucionais”, relata o embaixador.
Segundo ele, a casa passou meses discutindo a substituição do peixe Pirá-Brasília como animal símbolo do DF devido à descoberta da pratica de hermafroditismo na espécie. “Eu não tenho intenção de ficar aqui. Este lugar é uma não-instituição”, teria dito Érika Kokay, atualmente deputada federal do PT então no seu primeiro mandato de dois na Assembleia Distrital.
Por Marcus V F Lacerda, especial para a Pública
Um telegrama de agosto de 2004 descreve a cassação do mandato do deputado distrital Carlos Xavier (PMDB), o primeiro a perder o mandato na história da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Escrito por John Danilovich, embaixador americano no Brasil até 2005, o telegrama, intutulado “um malandro a menos na galeria” é irônco e pessimista. O diplomata considera a sentença um feito, “dada a notoriedade da Assembleia em ser um refúgio de canalhas”.
Deputado distrital por três mandatos, Carlos Xavier já havia sido acusado de subornar duas adolescentes a não depor contra o seu irmão em um caso de estupro em 1998. Em 2001, foi investigado pelo envolvimento em um esquema de grilagem de terras públicas que chegaram a valorizarem-se 50 vezes.
No entanto, o que culminou em sua cassação foi o assassinato de um menor. Segundo o telegrama, o jovem trabalhou na campanha de Xavier de 2002 e havia mantido um caso sexual com a esposa do político.
Para Danilovich, era difícil saber se a medida era um primeiro impulso contra a impunidade ou se “meramente serviu para desenhar uma linha: que assassinos, pelo menos, não serão tolerados na Assembleia Distrital”.
Além dos casos de corrupção, Danilovich observa a baixa qualidade do trabalho da Assembleia. “Só nos primeiros três meses de 2004, o governador Roriz vetou 40 das matérias da assembleia por serem claramente inconstitucionais”, relata o embaixador.
Segundo ele, a casa passou meses discutindo a substituição do peixe Pirá-Brasília como animal símbolo do DF devido à descoberta da pratica de hermafroditismo na espécie. “Eu não tenho intenção de ficar aqui. Este lugar é uma não-instituição”, teria dito Érika Kokay, atualmente deputada federal do PT então no seu primeiro mandato de dois na Assembleia Distrital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário