segunda-feira, 27 de junho de 2011

Rio de Janeiro mergulhado em corrupção da grossa nos governos Cabral/Paes

        

Será que ninguém vai terminar atrás das grades?
Será que ninguém vai terminar atrás das grades?


Quem acompanha o blog há mais tempo vai se lembrar. Durante um bom tempo, no início de 2010, se especulou quando seria desencadeada no Rio de Janeiro, a Operação Caixa de Pandora II, versão I foi realizada no Distrito Federal, quando a PF desbaratou a quadrilha do governador José Roberto Arruda e o seu mensalão. O jornalista Cláudio Humberto teve informações em Brasília, que o caso do Rio era pior do que o de Brasília, e que a Polícia Federal ia entrar em ação em pouco tempo. Mais de um ano se passou e tudo foi abafado dentro da Polícia Federal.

Como eu, na época, afirmei no blog era sabido que autoridades graúdas do governo Cabral, e bota graúdas nisso, tinham caído nas escutas da Polícia Federal. Um empresário que tinha contrato com Estado prestou longo depoimento no Rio, sobre as falcatruas no governo Cabral e contou tudo. Logo depois, estranhamente ele se refugiou no interior de São Paulo e nunca mais se falou nele.

No início do ano, foi deflagrada a Operação Guilhotina que revolveu o mar de lama na Segurança Pública. Atingiu a cúpula da Polícia Civil, inclusive o chefe Allan Turnowski e seus tentáculos chegaram à prefeitura de Eduardo Paes. Turnowski não aceitou cair sozinho e em público fez ameaças veladas de contar tudo o que sabia sobre o secretário Beltrame. O secretário com medo, de acusador de Turnowski virou, pasmem, testemunha de defesa voluntária. Depois afastaram o superintendente da Polícia Federal do Rio e o delegado que comandou a Operação Guilhotinha. Foram mandados para longe do Rio. Todos os acusados foram soltos e tudo foi abafado mais uma vez.

É bom relembrar que nesse episódio o delegado Allan Turnowski acusou e apresentou provas contra o delegado Cláudio Ferraz, da DRACO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado) revelando um esquema de extorsão a prefeituras envolvidas em fraudes e foi citado o caso da prefeitura de Rio das Ostras. Como foi contado no blog, o inquérito contra a prefeitura de Rio das Ostras, que está nas mãos de um amigo de Cabral, Carlos Augusto (PMDB) foi aberto num dia e arquivado por ordem de Cláudio Ferraz, sem qualquer apuração, menos de 48h depois. Revelei aqui a história de um telefonema que foi gravado pelo pessoal de Turnowski, onde uma alta autoridade do Estado, de forma arrogante e prepotente, manda Ferraz arquivar o inquérito imediatamente ou vai se dar mal.

Esses dois casos da Caixa de Pandora II (que não aconteceu) e da Operação Guilhotina já eram mais do que suficientes para uma devassa no nosso Estado. São fatos gravíssimos que foram jogados para baixo do tapete para preservar o governador Sérgio Cabral e seu vice Pezão.

Agora estamos diante de uma avalanche de denúncias que atingem o governador e seus auxiliares mais próximos, de enriquecimento ilícito, de compra de mansões e imóveis de luxo, de desvio de dinheiro, de contratos milionários sem licitação, de superfaturamento, de relações promíscuas do governador com grandes empresários, de uma farra de viagens no governo, de fraudes em documentos, de sonegação fiscal.

Como já disse e volto a repetir. O presidente Collor e o governador José Roberto Arruda sofreram o impeachment, o segundo foi até preso, por muito menos do que já foi revelado do mar de lama do governo de Sérgio Cabral. É um festival de improbidade administrativa. O Rio de Janeiro está se transformando no paraíso da corrupção.

Neste e nos próximos anos, o Rio de Janeiro vai receber verbas bilionárias, como nunca aconteceu antes, por conta das obras necessárias para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Não tenham dúvidas de que se nada for feito agora, centenas de milhões de reais serão desviados, repartidos entre os sócios das negociatas e os que estão à frente desses eventos, Cabral, Paes e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e seus amigos. O legado da Copa e das Olimpíadas não ficará para o povo do Rio de Janeiro. Irá para o bolso de um bando de corruptos.

Cabe aos parlamentares do Rio de Janeiro (eu e minha filha Clarissa e mais uma meia-dúzia estamos fazendo a nossa parte), honrarem os votos que receberam e cumprirem o seu papel de fiscalizar, no lugar de fechar os olhos a tudo, em troca de vantagens pessoais. Cabe ao Ministério Público também cumprir o seu papel e investigar e denunciar o mar de lama que está à vista de todos. Cabe à Polícia Federal deixar de agir como polícia política e exercer sua função de combater os crimes do colarinho branco.

Mas não basta isso. É preciso que a sociedade civil organizada, as entidades representativas assim como em outras épocas abraçaram a campanha “Ética na política”, agora façam a sua parte, não se calem, saiam da inércia em que se encontram e digam em voz alta: “Chega de corrupção no Rio de Janeiro!”. Só assim a mídia vai parar de blindar Cabral, por que, se sentir que a sociedade está mobilizada, vai ser como no movimento dos bombeiros, chega a uma hora que muda de lado para não ter a população contra.

A grande verdade é que ou se faz alguma coisa agora, para dar um basta em toda essa bandalheira, ou então, é melhor pedir logo uma grande pizza e todo mundo ir festejar no carnaval, na marcha da maconha, nas paradas gays, nas micaretas, em muitos shows na praia, afinal Cabral e Paes gostam de festas, como os romanos antigos “pão e circo para deixar o povo feliz”. Chegamos ao ponto daquela velha máxima do Barão de Itararé: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”. A situação do Rio de Janeiro é muito grave!

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