Ao 247, deputado do PCdoB critica "voluntarismo do governo em comprar briga com o Congresso" e aponta como erros negociações do Código Florestal, definição do valor do salário mínimo e corte de emendas parlamentares
Em entrevista ao 247, Aldo afirmou que tensão na base do governo existiu em todos os governos desde a redemocratização. “Eu não vejo nada que não seja superado pela política, pela capacidade do governo de administrar esses conflitos, fazendo as concessões que sejam razoáveis, mas, ao mesmo tempo, preservando a independência entre os poderes”, disse.
Sua declaração ganha forma, no entanto, quando enumera que concessões seriam essas e acaba apontando erros do governo federal, como nas negociações para votação do Código Florestal na Câmara, do qual era relator; na definição do valor do salário mínimo para 2011, R$ 545, e no corte de emendas parlamentares.
“Essas questões [indisposição com a base] são frutos da inexperiência e voluntarismo do governo de comprar briga desnecessária com o congresso e deixar de fazer conflitos quando são necessários”, opinou.
Para Aldo, a presidente Dilma Rousseff não “teve tantas condições de formar com os quadros que poderia escolher”, o que sinaliza uma grande influência do ex-presidente Lula e dos partidos da coalizão que a elegeu. O deputado aponta que o troca-troca nos ministérios não acabou. “A tendência é a presidenta ajustar o governo, trocar o ministro que não se adapte ao seu estilo, e recuperar um grau de governabilidade razoável para o resto do mandato”, disse.
O comunista acredita que a relação entre o Planalto e o Congresso melhorou depois da substituição da equipe de articulação política, com a entrada de Ideli Salvatti na Secretaria de Relações Institucionais e Gleisi Hoffmann na Casa-Civil. Embora acredite que os partidos governistas estão mais unidos quanto melhor for o desempenho da economia brasileira, Aldo não vê um cenário econômico de muitas dificuldades para o país.
TCU
Em disputa pela vaga da Câmara no TCU, aberta com a aposentadoria de Ubiratan Aguiar, Aldo se articula individualmente com deputados, já que quase todos os partidos têm candidato. Ele não confirma, mas além do PCdoB, ele conta com o apoio da bancada ruralista no DEM e PMDB, e de parte do PSDB.
Sua principal concorrente é a deputada Ana Arraes (PSB-PE), que tem dois grande cabos eleitorais: o seu filho, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, próximo de Aldo; e o próprio ex-presidente Lula. “Não é uma eleição que pode ser definida a partir de um apoio ou manifestação”, cortou Aldo.
Ele negou que haja a tentativa de um acordo para que um dos dois deixe a disputa ou que a liderança do governo no Congresso esteja colocada como prêmio de consolação. “Essa notícia pode surgir por conta da grande proximidade que eu tenho com o governador de Pernambuco. Sobre a liderança do governo, eu não cogitei e nem cogito essa possibilidade, porque já era uma indicação do PMDB, e a tendência é que continue sendo”, disse.
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