segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Palavra de Frequentador do Palácio




Desde 2003 os comunistas não largam este osso. Primeiro, com Agnelo Queiróz, que se tornou ministro do Esporte na cota do PC do B, e hoje é governador de Brasília pelo PT. Depois, com Orlando Silva, seu secretário-executivo, promovido a ministro quando o outro saiu para se candidatar.
O que mais me impressiona nesta história das novas maracutaias denunciadas no Ministério do Esporte é que todos os envolvidos, tanto os acusados como os acusadores, pertencem ao mesmo partido, o venerando Partido Comunista do Brasil, mais conhecido por PC do B.
Só assim mesmo para a gente ficar sabendo do destino dado às gordas verbas do programa "Segundo Tempo", destinado à "inclusão social pelas atividades esportivas", ou seja, oferecer esporte e comida a crianças carentes.

Não é pouca coisa: em cerca de 200 convênios assinados pelo governo federal com ONGs para cuidar do programa, entre 2003 e 2008, já foram destinados mais de R$ 221 milhões.
Por uma estranha coincidência, a maioria destas entidades é ligada a membros do PC do B, o que me faz perguntar: de onde vem esta paixão do PC do B pelo esporte? Sempre pensei que os comunistas tivessem outras preocupações na vida.
Pelas denúncias publicadas na imprensa neste final de semana, a começar pela revista "Veja", em que Orlando Silva é acusado por um militante do PC do B de receber dinheiro de propina na garagem do Ministério do Esporte, a paixão deles é outra.
Desde 2005, o Tribunal de Contas vem investigando o programa "Segundo Tempo". Vira e mexe, saem denúncias de desvio de dinheiro público. Alguns correligionários de Silva já foram em cana, a exemplo do soldado da PM que o denunciou, João Dias Ferreira, mas o jogo segue como se nada estivesse acontecendo de errado no ministério que cuida da organização da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Rio.
Outro ponto que me chama a atenção é a absoluta falta de controle sobre a aplicação das verbas entregues às ONGs e repassadas a fornecedores de equipamentos esportivos e alimentos, sem licitação nem fiscalização do poder público. Fala-se em milhões daqui e dali como se fosse dinheiro de pinga.
Só a ONG Pra Frente Brasil, da ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, eleita vereadora pelo PC do B de Jaguariúna, no interior de São Paulo, recebeu R$ 8,5 milhões do Ministério do Esporte, em 2008, segundo o TCU.
Outros R$ 5,2 milhões foram entregues à Confederação Nacional das Associações de Moradores, que tem a sorte de ser presidida por Wander Geraldo, que por outra mera coincidência pertence ao Comitê Central do PC do B.
Será que as crianças estão mesmo recebendo estas toneladas de lanchinhos que constam dos milhões de reais do "Segundo Tempo" previstos nos convênios? Se fosse verdade, já deveriam estar todas gordinhas, sem condições de praticar esporte.
Parece que agora a farra pode estar chegando ao fim. A se confirmarem todas as previsões sobre o seu provável destino, Orlando Silva seria o sexto ministro demitido pela presidente Dilma Rousseff em menos de dez meses _ o quinto herdado do governo Lula.
Só espero que para o lugar dele não seja indicado outro camarada do PC do B. Chega de cotas.

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