EUA não precisam da "ficha limpa"
Se há alguma lei da qual os estadunidenses prescindem é a da impugnação dos candidatos de ficha suja, porque eles mesmos, os candidatos, se encarregam de divulgar publicamente as sujeiras do adversário.
Mas se engana quem pensa que essa lavagem de roupa suja se dá entre os candidatos de partidos adversários. Nada disso. O que o eleitor dos EUA está testemunhando é uma batalha quase campal entre os pré-candidatos republicanos, que aspiram à indicação do partido ao pleito presidencial de novembro.
Basta ver que há quatro ou cinco meses, quando começou a corrida republicana, eram dez os pré-candidatos, todos conservadores, uns mais outros menos radicais. Hoje são apenas quatro, dos quais dois lideram com folga sobre os demais. Os seis outros pularam do barco à medida que seus podres iam sendo divulgados pelos próprios “companheiros” de partido.
O desgaste dos candidatos republicanos nesse interminável período pré-eleitoral é evidente. As ofensas pessoais, que no início eram divulgadas por baixo dos panos pelos assessores, agora são ditas cara a cara pelos candidatos e nos anúncios de TV, numa absurda campanha de mídia.
Na última semana, o circo republicano foi montado para as primárias no Estado da Flórida. Um Estado que tem sido decisivo nas últimas eleições, por ter o terceiro maior colégio eleitoral do país e por ter um eleitorado instável, que ora vota democrata, ora republicano.
Sabendo disso, Mitt Romney e Newt Gingrich, os dois que lideram a corrida neste momento, não pouparam munição. Os dois se acusam, nos comerciais na TV, de possuírem fortunas adquiridas ilicitamente, e até dão nome aos bois, isto é, como foram construídas. O negócio é tão sério que até cabia uma investigação federal para apurar tais denúncias.
Gingrich, que há alguns dias foi acusado pela segunda esposa de propor a ela um “casamento aberto”, depois de confessar que estava apaixonado por outra mulher, que viria a ser sua terceira esposa, é acusado por Romney de embolsar alguns milhões prestando serviços de consultoria a empresas que regulam o mercado imobiliário, graças ao prestígio da posição que tinha, como “speaker” (presidente) da Câmara dos Deputados.
Romney, o milionário ex-governador de Massachussets, levou o troco. Gingrich o acusa de multiplicar sua fortuna de maneira ilegal, com negócios suspeitos no mercado financeiro, graças a contatos privilegiados junto a banqueiros e ao pessoal de Wall Street.
Nesta terça, os eleitores republicanos da Flórida estão votando nas primárias do Estado. As pesquisas indicam vantagem de 13 pontos percentuais de Romney sobre Gingrich.
Mas é bom explicar, especialmente aos que não conhecem o sistema eleitoral dos EUA, que essas primárias republicanas servem como avaliação dos pretendentes ao trono da Casa Branca e confirmam o favoritismo dos pré-candidatos em cada Estado. Nelas só votam eleitores republicanos e mesmo assim o voto não é obrigatório. O adversário de Obama será escolhido pela Convenção Nacional do Partido Republicano que deverá acontecer depois do meio do ano.
Depois do que leu aqui, você compraria um carro usado de um dos candidatos republicanos à presidência dos EUA?
http://www.diretodaredacao.com/noticia/eua-nao-precisam-da-ficha-limpa
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