sexta-feira, 4 de maio de 2012

Marconi espera saída já. Secretários dão de ombros



Marconi espera saída já. Secretários dão de ombrosFoto: Divulgação

THIAGO PEIXOTO, ALEXANDRE BALDY E JOÃO FURTADO NETO ESTÃO ENTRE OS QUE O GOVERNADOR GOSTARIA QUE PEDISSEM PRA SAIR, MAS ATÉ AGORA NADA; HÁ OUTROS NOMES. MEDO DOS MARCONISTAS É QUE OPOSIÇÃO CRESÇA COM DESMORALIZAÇÃO DO GOVERNO

04 de Maio de 2012 às 16:39
Vassil Oliveira_Goiás 247 – No círculo mais próximo ao governador Marconi Perillo (PSDB), a informação é de que ele ainda não fez a esperada reforma do secretariado porque espera que os que foram citados no caso Carlinhos Cachoeira e outros, que já foram citados publicamente em veículos ligados ao governo, peçam para sair. Como ninguém pede, ele está ficando irritado. Diz que só vai afastar quem tiver envolvimento provado, porém quer dizer que os citados já deveriam ter pedido o boné.
E por que não pede para que saiam? A avaliação é de que o pedido ou a demissão direta pode fragilizar o governo, acusando o golpe das denúncias envolvendo o governador. E é justamente isso o que Marconi não quer passar no momento em que a CPI do Cachoeira tem início em Brasília. “O governo está insistindo que não tem nada com o caso. Como é que então faz uma reforma no secretariado tirando justamente quem está envolvido? Não dá”, argumenta uma fonte, preocupada em ajudar a buscar uma solução para o impasse.
Vários expedientes já foram usados para comunicar aos secretários incômodos que eles deveriam solicitar a saída. Desde aviso indireto via outros auxiliares até matérias em jornais com nomes escritos diretamente. Entre os que o governador gostaria que pedissem o boné estão o secretario de Indústria e Comércio, Alexandre Baldy – considerado o “menino de ouro” de Carlinhos Cachoeira, como mostrou recente matéria do Jornal Opção (leia mais aqui) –, e o secretário de Segurança Pública, João Furtado Neto.
Também entra na lista o secretario de Educação, Thiago Peixoto, que é deputado federal licenciado. Em relação a Thiago, há questões políticas envolvidas diretamente. Thiago foi tirado do PMDB e vive uma das situações de desgaste mais flagrantes do governo, com greve de professores e enfrentamentos em uma área na qual Marconi sempre reinou. Há mais nomes.
Entre eles o de um grupo que tem pouco de político mas muito de operacionalização financeira, e que, por conta disso, é a ponta de lança de outro grupo, este sim político e que tem projetos definidos e poder de pressão sobre o governo: o sustentado no Estado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba, e pelo deputado estadual Helder Valin (ambos do PSDB), ex-presidente da Casa e já candidatíssimo a suceder Jardel. O grupo tem resistência dos mais próximos do governador, mas por terem as costas quentes, permanece. A vontade do governador era de vê-los bem longe dele, hoje, tal o estrago que provocaram em sua imagem – palavras de marconistas de carteirinha.
Reportagem do Goiás 247 já apontava também o desejo do governador de fazer uma mudança na equipe para sinalizar um novo momento. Isso seria feito “na hora certa”. A hora, porém, já está esgotada faz tempo, avalia a fonte consultada pelo 247. Ou seria o caso de se avaliar que o tempo da mudança já “passou da hora”. “E agora, com a CPI, que fazer?” – eis a questão, pondera a fonte.
A reclamação para a urgência da mudança é uma só: o governo está parado, os grupos que disputavam poder estão cada dia mais fechados e poucos se animam a fazer a defesa intransigente do governador, como seria a exigência dele. O receio é que isso piore. Com um governo sem credibilidade, desmoralizado, a tendência é que a oposição cresça, perdendo o medo do enfrentamento.
E aí?

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