Edgard Catoria
O site de CartaCapital postou em 11 de abril um texto em que eu levantava questão sobre eventual preconceito racial no Poder Judiciário, em entrevista com a juíza Ivone Caetano, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca do Rio de Janeiro.
Em certo trecho da matéria, ela, que é negra, contou que no início de sua carreira, depois de fazer nove concursos para um cargo público do judiciário, uma funcionária do lugar, com ar consternado e solidário, aconselhou-a a parar de tentar, porque alí as pessoas não queriam negros.
Por isso ela desistiu de sua meta, prestou concurso para juíza e, aprovada, galgou todas as etapas para chegar ao cargo importante que ocupa hoje.
No final da matéria, eu perguntava se hoje, depois de quatro décadas, ainda existiria este tipo de preconceito dentro do judiciário.
Algum magistrado, no entanto, respondeu minha questão postando um texto na Lista da ABM – Associação dos Magistrados Brasileiros – que vem a ser caixa postal eletrônica dos associados.
Em destaque, sem fazer qualquer revisão, reproduzo o texto distribuído aos senhores juízes e desembargadores de todo o país:
Como vai o julgamento das cotas raciais?
SE QUEREM INCLUIR NEGROS,POR QUÊ NÃO SE INCLUIR ANOEZINHOS,INDIOS,PORTADORES DE URRICE,GAGUINHOS,BICHAS,LESBICAS,CALHORDAS,SINDROME DE DOWN,PORTADORES DE DEFEITOS NA COLUNA,PARAPLÉGICOS,ABOBADOS,BÊBADOS, VICIADOS EM CRACK. PELES VERMELHAS, AMARELOS , LEPROSOS, ETC.. SÓ OS “COLORED” ISTO QUE É DISCRIMINAÇÃO. POR QUÊ SÓ BLACK IS BEAUTIFUL… TÁ NA CARA QUE É A MAIORIA VOTANTE DO PAÍS. ETA GOVERNO POPULISTA…. QUE SE ENSEJEM COLÉGIOS PÚBLICOS, EMPREGOS, AUXILIO ALIMENTAÇÃO, PASSE ESCOLAR, LIVROS E MATERIAL ESCOLAR GRATUITOS E TUDO SERIA RESOLVIDO. ASSIM TODOS (BRANCOS E NÃO BRANCOS) TERIAM A MESMA CHANCE DE INGRESSAREM EM FACULDADES, DEPENDENDO DO ESFÔRÇO DE CADA UM. CHEGA DE PRIVILÉGIOS
Qualquer magistrado inscrito na “lista” poderá conferir e se deleitar com essa pérola postada por um de seus colegas.Ou seja, este é o texto real, preconceituoso e discriminatório do e-mail, num ambiente restrito de uma associação de magistrados, o que se leva à presunção de que os participantes sejam, pelo menos, JUIZES, pertencentes a uma classe que deveria pautar-se pela Justiça e por uma conduta ao menos equilibrada. Mas, como tudo no Brasil, a cabeça de alguns doutores da lei não é bem assim.
Qualquer magistrado inscrito na “lista” poderá conferir e se deleitar com essa pérola postada por um de seus colegas.Ou seja, este é o texto real, preconceituoso e discriminatório do e-mail, num ambiente restrito de uma associação de magistrados, o que se leva à presunção de que os participantes sejam, pelo menos, JUIZES, pertencentes a uma classe que deveria pautar-se pela Justiça e por uma conduta ao menos equilibrada. Mas, como tudo no Brasil, a cabeça de alguns doutores da lei não é bem assim.
Resumo da história: não é concebível que uma lista deste nível contemple pessoa que exponha seu caráter de forma tão violenta e desequilibrada.
Como diria minha avó Manoelinha, “o negócio é mesmo ir se queixar ao bispo”.O site de CartaCapital postou em 11 de abril um texto em que eu levantava questão sobre eventual preconceito racial no Poder Judiciário, em entrevista com a juíza Ivone Caetano, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca do Rio de Janeiro.
Em certo trecho da matéria, ela, que é negra, contou que no início de sua carreira, depois de fazer nove concursos para um cargo público do judiciário, uma funcionária do lugar, com ar consternado e solidário, aconselhou-a a parar de tentar, porque alí as pessoas não queriam negros.
Por isso ela desistiu de sua meta, prestou concurso para juíza e, aprovada, galgou todas as etapas para chegar ao cargo importante que ocupa hoje.
No final da matéria, eu perguntava se hoje, depois de quatro décadas, ainda existiria este tipo de preconceito dentro do judiciário.
Algum magistrado, no entanto, respondeu minha questão postando um texto na Lista da ABM – Associação dos Magistrados Brasileiros – que vem a ser caixa postal eletrônica dos associados.
Em destaque, sem fazer qualquer revisão, reproduzo o texto distribuído aos senhores juízes e desembargadores de todo o país:
Como vai o julgamento das cotas raciais?
SE QUEREM INCLUIR NEGROS,POR QUÊ NÃO SE INCLUIR ANOEZINHOS,INDIOS,PORTADORES DE URRICE,GAGUINHOS,BICHAS,LESBICAS,CALHORDAS,SINDROME DE DOWN,PORTADORES DE DEFEITOS NA COLUNA,PARAPLÉGICOS,ABOBADOS,BÊBADOS, VICIADOS EM CRACK. PELES VERMELHAS, AMARELOS , LEPROSOS, ETC.. SÓ OS “COLORED” ISTO QUE É DISCRIMINAÇÃO. POR QUÊ SÓ BLACK IS BEAUTIFUL… TÁ NA CARA QUE É A MAIORIA VOTANTE DO PAÍS. ETA GOVERNO POPULISTA…. QUE SE ENSEJEM COLÉGIOS PÚBLICOS, EMPREGOS, AUXILIO ALIMENTAÇÃO, PASSE ESCOLAR, LIVROS E MATERIAL ESCOLAR GRATUITOS E TUDO SERIA RESOLVIDO. ASSIM TODOS (BRANCOS E NÃO BRANCOS) TERIAM A MESMA CHANCE DE INGRESSAREM EM FACULDADES, DEPENDENDO DO ESFÔRÇO DE CADA UM. CHEGA DE PRIVILÉGIOS
Qualquer magistrado inscrito na “lista” poderá conferir e se deleitar com essa pérola postada por um de seus colegas.Ou seja, este é o texto real, preconceituoso e discriminatório do e-mail, num ambiente restrito de uma associação de magistrados, o que se leva à presunção de que os participantes sejam, pelo menos, JUIZES, pertencentes a uma classe que deveria pautar-se pela Justiça e por uma conduta ao menos equilibrada. Mas, como tudo no Brasil, a cabeça de alguns doutores da lei não é bem assim.
Qualquer magistrado inscrito na “lista” poderá conferir e se deleitar com essa pérola postada por um de seus colegas.Ou seja, este é o texto real, preconceituoso e discriminatório do e-mail, num ambiente restrito de uma associação de magistrados, o que se leva à presunção de que os participantes sejam, pelo menos, JUIZES, pertencentes a uma classe que deveria pautar-se pela Justiça e por uma conduta ao menos equilibrada. Mas, como tudo no Brasil, a cabeça de alguns doutores da lei não é bem assim.
Resumo da história: não é concebível que uma lista deste nível contemple pessoa que exponha seu caráter de forma tão violenta e desequilibrada.
Como diria minha avó Manoelinha, “o negócio é mesmo ir se queixar ao bispo”.
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