28/06/2012 - 16h38
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) foi preso hoje (28) pela Polícia Federal (PF) sob acusação de desviar R$ 5,4 milhões destinados à instituição. Junto com Edson Ary Fontes, foram presos, preventivamente, mais três acusados de envolvimento na fraude. A denúncia e o pedido de prisão foram feitos pelo Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA). Os quatro tiveram os bens bloqueados. A polícia também apreendeu documentos nos escritórios e residências dos acusados.
A investigação do MPF deu origem a uma auditoria extraordinária da Controladoria-Geral da União (CGU), que identificou diversas fraudes em licitações, desvios de recursos e repasses irregulares de verbas da União. De acordo com o Ministério Público, “durante a auditoria testemunhos e provas surgiram comprovando que havia uma quadrilha formada no IFPA para desviar recursos públicos", diz a nota divulgada pelo órgão.
Segundo o MPF, o reitor Edson Ary era o chefe do esquema e responsável por repassar recursos à entidade de apoio Funcefet, por meio de onde eram desviados recursos para ele próprio e os outros envolvidos nas fraudes. Além disso, ele teria distribuído bolsas de estudo a seus parentes de forma irregular e comprado passagens áreas com recursos da instituição para membros de sua família. No total, a denúncia envolve 12 funcionários do instituto.
De acordo com depoimento da ex-mulher do diretor da Funcefet, Alex Daniel de Oliveira, o grupo teria comprado diversos bens como carros e até apartamentos em outras cidades com recursos da instituição. O dinheiro teria sido utilizado inclusive para financiar uma escola de samba paraense. O MPF disse que existem comprovantes de depósito bancário que atestam a transferência de recursos do IFPA para a escola de samba. Os acusados podem ser condenados pelos crimes de peculato, formação de quadrilha e dispensa indevida de licitação.
A reportagem da Agência Brasil procurou a direção do IFPA para prestar esclarecimento sobre as acusações, mas não conseguiu contato até a publicação desta reportagem. O Ministério da Educação (MEC) também informou que por enquanto não vai se pronunciar.
Edição: Fernando Fraga
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