Foto: Edição/247
CAMPANHA DO CANDIDATO TUCANO À PREFEITURA DE SP JÁ DÁ MOSTRAS DE COMO SERÁ O SEU GOVERNO; CENTRALIZADOR E PERSONALISTA; PSDB SE SUBMETE AOS DESÍGNIOS DO PSD; SAÍDA NÃO CONSUMADA DO COORDENADOR EDSON APARECIDO É EMBLEMÁTICA: GOVERNADOR ALCKMIN MANDOU FICAR E AINDA ASSINOU CONVÊNIO DE R$ 40 MILHÕES PARA FAZER CRECHES NO MUNICÍPIO
247 – A campanha do candidato tucano José Serra à Prefeitura de São Paulo já da mostras de como será um eventual segundo governo José Serra na maior cidade do país: centralizado na figura do alcaide, distante do partido e com forte influência do atual prefeito, Gilberto Kassab. Essas características provocaram no final da semana mais uma forte crise no comando da campanha, detonada pela decisão do secretario licenciado de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, de deixar seu posto de coordenador da candidatura. Foi preciso a intervenção direta do governador Geraldo Alckmin, a quem Aparecido é ligado, para que ele voltasse atrás, ao menos temporariamente.
"O Edson tinha expectativa também de vice", justificou Alckmin, lembrando que seu secretário foi preterido na chapa serrista pelo aliado de Kassab, o ex-secretário Alexandre Schineider. Ato contínuo, além de apagar o princípio de incêndio, o governador assinou ontem convênio de R$ 40 milhões para a construção de 22 creches na capital paulista – o assunto já é tema de campanha, com o adversário petista Fernando Haddad apontando o setor como praticamente abandonado pela atual gestão municipal.
A atitude de Alckmin como bombeiro político, inicialmente, e gestor atento aos temas da eleição, a seguir, mostra que Serra, apesar das reclamações dentro de seu partido, amplia cada vez mais seus poderes no campo do PSDB. Mesmo com reclamações abertas de líderes do partido como o secretário de Energia José Aníbal, o maior crítico da decisão tomada por Serra de se coligar oficialmente com o PSD e, com isso, reduzir as chances de ampliação da bancada tucana na Câmara Municipal, o ex-governador segue fazendo somente o que quer.
Além de Kassab, Serra elegeu, mais uma vez, o marqueteiro Luiz Gonzales, da produtora de televisão GW, como seu principal conselheiro, e não da sinais de que adotará uma postura mais aberta em relação aos tucanos. Ele sabe que, com seus 30% nas preferências do eleitorado, enquanto os principais adversários Haddad e Gabriel Chalita, do PMDB, patinam abaixo em torno dos cinco pontos porcentuais, o PSDB, mesmo se rebaixando aos desígnios do pessedista Kassab, não tem outra alternativa. O único que poderia se posicionar contra essa postura, na visão de um tucano de descontente, "não está fazendo nada": o governador Alckmin.
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