Crescimento de Dilma, decisão do PPS de apoiar Eduardo
Campos e desistência de Serra levam o senador tucano a ser o
primeiro candidato ao Planalto a apresentar o esboço de seu
programa de governo
Claudio Dantas Sequeira
MUDANÇA
“Experiências do PT têm custado caro ao Brasil”, disse
Aécio Neves, pré-candidato do PSDB ao Planalto
Às vésperas do Réveillon de 2012, Aécio Neves reuniu em seu apartamento um grupo de especialistas para avaliar os rumos da economia, que já davam sinais de estagnação. Muitos cobraram do senador um pronunciamento público contra o governo Dilma Rousseff, mas Aécio achou que não era hora de falar. Quando, em maio passado, articulou sua eleição para a presidência do PSDB, o político mineiro foi pressionado a dar solução ao racha que se abria com o grupo do ex-governador José Serra. Na ocasião, Aécio também optou por esperar. De lá para cá, o cenário político mudou em três pontos fundamentais: a presidenta Dilma retomou o crescimento de sua popularidade, o PPS decidiu se bandear para a chapa PSB-Rede, capitaneada por Eduardo Campos, e Serra anunciou a desistência de concorrer ao Planalto, o que liberou o grupo político ligado a ele no PSDB a marchar com Aécio. Os três fatos convenceram o tucano a alterar a estratégia, que até então primava pela discrição. Na terça-feira 17, Aécio tornou-se o primeiro pré-candidato a apresentar um pré-programa de governo. Com duras críticas à condução do País pelo PT, assumiu definitivamente o papel que lhe era reservado: o de líder da oposição. E o fez com o apoio integral do partido. “O PSDB se coloca de forma coerente e unido”, comemorou Aécio.
FORA DO PÁREO
Na segunda-feira 16, Serra disse que o PSDB deveria
lançar a candidatura de Aécio sem demora
O anúncio de Serra dizendo que o PSDB deveria lançar a candidatura de Aécio “sem demora” ocorrera na segunda-feira 16, o que foi aplaudido publicamente pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Com o grupo de Serra mais à vontade para apoiar o projeto de Aécio, o nome do senador Aloysio Nunes (SP) ganhou força para ser o vice do mineiro numa eventual chapa “puro-sangue”. “Acho um nome forte. O PSDB não precisa e não deve ficar esperando outros partidos para fazer coligações”, avalia o deputado Sérgio Guerra (PE), ex-presidente da legenda.
Com 20 páginas, o documento elaborado pelo PSDB traz 12 diretrizes e se apoia no tripé “confiança, cidadania e prosperidade”. Ele será usado como ponto de partida para uma série de debates nos diretórios estaduais da legenda. O texto foi fruto de impressões e sugestões colhidas pela equipe de Aécio em suas viagens por 20 Estados nos últimos seis meses. A economista Elena Landau foi uma das responsáveis pelo diagnóstico da gestão petista e pela estruturação de propostas, que tiveram importante contribuição do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A compilação de todas as sugestões foi feita pelo ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, que é diretor de estudos e pesquisas do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política do PSDB. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos principais apoiadores da candidatura de Aécio, revisou todo o documento também deu sugestões.
Uma das estratégias do tucanato é justamente mostrar que o partido está organizado e possui quadros qualificados e propostas viáveis para o País. “Quero mostrar que existe uma oposição organizada e capaz de promover uma mudança real e segura. Basta dessas experiências do PT que têm custado caro ao Brasil”, disse o senador mineiro. Ele reitera as críticas à política econômica, ao baixo crescimento do PIB e a volta da inflação, ataca o aparelhamento da máquina pública e os gastos correntes do governo, o abandono da “lei de responsabilidade fiscal” e a adoção de uma “contabilidade criativa” para fechar as contas públicas. Também critica o regime de concessões que, segundo ele, repete a fórmula das privatizações tucanas tão criticadas pelo PT. Na lista de ressalvas aos governos petistas, o tucano cita os gargalos na infraestrutura e promete expor aos eleitores o que chama de “imenso cemitério de obras inacabadas” deixadas pelo País afora.
Com 20 páginas, o documento elaborado pelo PSDB traz 12 diretrizes e se apoia no tripé “confiança, cidadania e prosperidade”. Ele será usado como ponto de partida para uma série de debates nos diretórios estaduais da legenda. O texto foi fruto de impressões e sugestões colhidas pela equipe de Aécio em suas viagens por 20 Estados nos últimos seis meses. A economista Elena Landau foi uma das responsáveis pelo diagnóstico da gestão petista e pela estruturação de propostas, que tiveram importante contribuição do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A compilação de todas as sugestões foi feita pelo ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, que é diretor de estudos e pesquisas do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política do PSDB. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos principais apoiadores da candidatura de Aécio, revisou todo o documento também deu sugestões.
Uma das estratégias do tucanato é justamente mostrar que o partido está organizado e possui quadros qualificados e propostas viáveis para o País. “Quero mostrar que existe uma oposição organizada e capaz de promover uma mudança real e segura. Basta dessas experiências do PT que têm custado caro ao Brasil”, disse o senador mineiro. Ele reitera as críticas à política econômica, ao baixo crescimento do PIB e a volta da inflação, ataca o aparelhamento da máquina pública e os gastos correntes do governo, o abandono da “lei de responsabilidade fiscal” e a adoção de uma “contabilidade criativa” para fechar as contas públicas. Também critica o regime de concessões que, segundo ele, repete a fórmula das privatizações tucanas tão criticadas pelo PT. Na lista de ressalvas aos governos petistas, o tucano cita os gargalos na infraestrutura e promete expor aos eleitores o que chama de “imenso cemitério de obras inacabadas” deixadas pelo País afora.
Foi justamente o programa de TV em que Aécio mostra o abandono de um trecho da transposição do São Francisco que acendeu a luz amarela no Palácio do Planalto. A propaganda política, aliás, foi da lavra do marqueteiro Renato Pereira, que foi dispensado pelo PSDB na mesma terça-feira 17. Um cacique tucano elogia o trabalho do publicitário, mas diz que Aécio precisa de alguém com mais estatura para comandar uma campanha nacional. Questionado sobre os boatos de que estaria negociando com Duda Mendonça, responsável pela eleição de Lula em 2002, o mineiro desconversa. “É especulação. O PT é que dá muita importância para marqueteiro. Eu não.”
fotos: Adriano Machado/agência istoé; Fernando Amorim/ag. a tarde/folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário