Compare esta reportagem que saiu na Istoé dessa semana com outra abaixo cujo personagem principal é Leonardo Attuch que na época dos fatos narrados era jornalista com emprego na Istoé. Se Carone é chamado de pseudojornalista acusado pela boca de um promotor que não apresenta provas do que afirma e nem permite que os advogados do acusado tenham acesso ao teor do inquérito policial para que faça sua defesa, Attuch e a Istoé são o quê? Registre-se que a Carone não foi dado pelo repórter Mário Simas o direito ao contraditório, de apresentar sua versão dos fatos, diferentemente do Correio do Brasil que deu voz a Attuch e foi auscultá-lo sobre sua versão dos fatos. Nessa régua de Simas se Carone é pseudojornalista, membro de uma organização criminosa, porta voz de bandido, Policarpo Jr é o quê? A Veja é o quê, já que teve como informante contumaz de suas matérias Carlos Cachoeira bandido condenado pela justiça. No caso Policarpo/Cachoeira a mídia deu AO PRIMEIRO ampla proteção, cobertura total, invocando seu trabalho "jornalístico" NEGANDO-SE inclusive a aceitar que Policarpo comparecesse a uma CPI sob a legação de que isto feria a liberdade de imprensa, tese acampada pelos pseudosjornalistas tipo Mário Simas e outros. No Caso Carone estão todos a linchá-lo, a execrá-lo como se bandido mesmo fosse embora as acusações ainda não tenham sido provadas e estejam em sede de investigações.
Um achacador na cadeia
Justiça de Minas enfrenta quadrilha de falsários, determina a prisão de empresário que usava site para extorsões e polícia encontra documentos que podem ligá-lo a atentado contra um promotor
Mário Simas Filho
A Justiça de Minas Gerais deu um importante passo para pôr fim a uma quadrilha especializada em falsificar documentos, extorquir políticos e empresários e ameaçar delegados, promotores, juizes e desembargadores. Na segunda-feira 20, por determinação da juíza Maria Isabel Fleck, da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, o empresário Marco Aurélio Carone foi para a cadeia. Ele é proprietário do site Novo Jornal, que, segundo o Ministério Público, é usado para achacar os alvos do grupo e denegrir a imagem daqueles que se opõem ao esquema criminoso. “Esse grupo de delinquentes vem agindo há algum tempo. Eles têm como líder o falsário Nilton Monteiro e como relações públicas o indivíduo que se passa por jornalista virtual de nome Marco Aurélio Flores Carone, responsável pelo site Novo Jornal, que nada mais é senão um balcão para os negócios do bando”, diz o promotor André Garcia de Pinho, um dos responsáveis pelas investigações e pelo pedido da prisão de Carone.
SENTENÇA
A juíza Maria Isabel Fleck está convencida de que o empresário Carone
é uma ameaça à sociedade e usa o site Novo Jornal para extorquir
A juíza Maria Isabel Fleck está convencida de que o empresário Carone
é uma ameaça à sociedade e usa o site Novo Jornal para extorquir
Nilton Monteiro é um velho conhecido da Polícia Federal e da Procuradoria da República. Ele é acusado de falsificar a lista de Furnas – uma relação com o nome de diversos políticos mineiros que teriam recebido recursos irregulares para suas campanhas – e está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Agora foi a vez de Carone ir para a prisão. Segundo a juíza, está “evidenciado que Carone utiliza seu jornal para ameaçar qualquer cidadão que esteja cumprindo os seus deveres”. Maria Isabel Fleck determinou a prisão do empresário por entender que, em liberdade, ele representa uma “ameaça à sociedade” e intimida as testemunhas. Entre as vítimas dos ataques feitos pelo Novo Jornal estão, segundo a juíza, o desembargador José do Carmo Veiga, o ex-procurador geral de Justiça Jarbas Soares Júnior, o juiz de direito atualmente em Nova Serrana, Christiano de Oliveira Cesarino, e o delegado chefe do Departamento de Investigações, Márcio Nabak. Todos eles com alguma participação nas investigações de crimes atribuídos à quadrilha liderada por Nilton Monteiro.
A prisão de Carone não encerra as investigações promovidas pelo Ministério Público, mas os documentos apreendidos com o empresário e pseudo-jornalista na segunda-feira 20 poderão ajudar a responder a duas perguntas que vêm há algum tempo desafiando os promotores especializados em combater o crime organizado em Minas Gerais. A primeira é saber qual é a origem dos recursos usados por Carone para manter o Novo Jornal no ar. O Ministério Público já descobriu que o site não tem receita publicitária e que umas poucas propagandas que chegou a veicular eram frias. Agora, em posse de parte da papelada apreendida na segunda-feira, inclusive extratos de contabilidade, os promotores esperam encontrar alguma pista que leve ao financiador do grupo. “Esse grupo evidentemente recebe algum financiamento clandestino e isso nós vamos descobrir”, diz um dos delegados que participaram da apreensão dos documentos. “Quem financia atividade criminosa também comete crime.”
A segunda pergunta feita pelo Ministério Público diz respeito a um atentado sofrido pelo promotor André Garcia de Pinho no fim do ano passado. Pinho é um dos responsáveis pelas investigações contra Nilton Monteiro e também contra o Novo Jornal. No meio do ano passado, o promotor recebeu alguns recados ameaçadores. E, por fim, em dezembro de 2013, um dos carros de Pinho foi incendiado. Na ocasião, o promotor afirmou que tanto as ameaças quanto o atentado poderiam ter relação com as investigações que conduzia contra um líder de uma quadrilha “que está preso na Penitenciária Nelson Hungria”. O promotor, é claro, se referia ao grupo de Monteiro. Com os documentos apreendidos com Carone, essas suspeitas se reforçam. Isso porque na agenda do empresário foram encontrados manuscritos contendo o endereço do promotor e as placas dos carros usados por ele. Segundo o delegado Guilherme da Costa, da 4ª Delegacia de Investigação de Falsificação, Sonegação Fiscal e Crimes Contra o Patrimônio Público, o Ministério Público apontou que as anotações na agenda pessoal de Carone são indícios de que o atentado contra o promotor teria a autoria da quadrilha de Nilton Monteiro. “O que nos foi passado pelo Ministério Público é que nos manuscritos da agenda estavam as placas dos carros e o endereço do
promotor atacado no ano passado”, disse o delegado.
"O site Novo Jornal nada mais é senão um
balcão de negócios para o bando"
André Garcia Pinho, promotor
balcão de negócios para o bando"
André Garcia Pinho, promotor
Foto: Samuel Aguiar/O Tempo/Folhapress
http://istoe.com.br/reportagens/344813_UM+ACHACADOR+NA+CADEIA
Guerra na blogosfera levanta denúncias contra Daniel Dantas e a comunicação do Planalto
24/11/2013 18:42
Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro
Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro
A falta de transparência na aplicação dos recursos bilionários da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República e o pesado jogo econômico nos bastidores das empresas de mídia e telecomunicações no Brasil deflagraram, nas últimas horas, uma guerra de grandes proporções entre segmentos do conjunto de informativos existentes na internet brasileira, conhecido como ‘blogosfera’. Alvo das multidões durante os últimos protestos contra a corrupção no Brasil, que tomaram as ruas do país, a Rede Globo ganha, neste episódio, a companhia tanto de novos quanto dos já tradicionais meios de comunicação, nas suspeitas de negociações transversas com o dinheiro público.
Após denúncias publicadas na página do jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA), editor do blog Conversa Afiada, contra o também jornalista Leonardo Attuch, editor do site Brasil 24/7, veículos de comunicação como a revista semanal de ultradireita Veja e os diários conservadores paulistano Folha de S. Paulo e carioca O Globo passaram a ser apontados como vetores de campanhas voltadas aos interesses de grandes conglomerados econômicos nacionais e do exterior. Seria o poder da mídia por detrás de um jogo de interesses políticos e econômicos, inconfessáveis à Opinião Pública e à Justiça, patrocinado com recursos da Secom da Presidência da República, ocupada atualmente pela jornalista Helena Chagas.
Em meio a uma série de acusações, Amorim divulga, em sua página, a escuta telefônica realizada pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça, de um telefonema entre Attuch e o empresário Naji Nahas que, junto com o banqueiro Daniel Dantas, estão envolvidos em volumosos processos por crimes contra a ordem financeira do país, entre outros. Segundo denuncia Amorim, Attuch seria “ou é funcionário” do dono do banco Opportunity, em “um site na internet que se esconde com a identificação ‘247“, especialista em “reproduzir textos não autorizados e (que), como Dantas, dissimula a origem das informações que publica”. Seria uma “versão ‘esquerdista’ de Dantas”, acrescenta Amorim. O blog Conversa Afiada, por sua vez, é chancelado por anúncios da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil (BB), entre outras empresas públicas.
Ainda segundo PHA, Attuch seria responsável por “publicar textos de esquerdistas, trabalhistas, nessa nova versão pink de Dantas” e lembra que o banqueiro teria sido dono de “uma publicação, No Mínimo, onde pagava salários incompatíveis com o mercado brasileiro: era a publicação mais cara das Américas”, diz o blogueiro, em uma tentativa de “controlar a imprensa”.
“A ponto de, num interrogatório na PF, o Delegado Protógenes (Queiróz, deputado federal do Partido Comunista do Brasil por São Paulo) sugerir que, quando saísse da cadeia, deixasse de ser banqueiro para ser dono de jornal”, acrescentou.
Leia, adiante, o que diz Amorim sobre Attuch:
“De certa forma, ele conseguiu realizar o sonho de Protógenes – Dantas conta com 100% de blindagem no Partido da Imprensa Golpista (PiG, que reuniria a imprensa conservadora) e em outros falsos retratos do Brasil. Alguém no Palácio do Planalto – ou ali perto – convenceu a presidenta a dar essa suposta entrevista. O que comprova que a presidenta entende tanto de ‘imprensa’ quanto o ansioso blogueiro de Taxa Interna de Retorno.
“O editor do Conversa Afiada Murilo Silva reuniu um material sobre essas personalidades que engrandecem o jornalismo brasileiro: Dantas e seu ‘jornalista’.
“Em tempo: o ansioso blogueiro já tentou diversas vezes entrevistar a presidenta. Não conseguiu. Provavelmente porque não tem as credenciais do Attuch. Talvez, se tivesse o apoio do Dr. Kalil, do Ministro Mercadante ou do ex-Ministro Palocci isso teria sido possível. Nesse caso, porém o ansioso blogueiro prefere não fazer a entrevista que jamais faria.
“Em tempo 2: de resto, a entrevista ao ‘braço do Dantas’ resultou inútil. Não teve e menor repercussão. É daquelas entrevistas que beneficiam o entrevistador – em prejuízo do entrevistado e do leitor/espectador, que não leva nada para casa.
(…)
“Leonardo Attuch foi o homem de Daniel Dantas na mídia durante os momentos conturbados da vida do banqueiro, na ‘maior disputa comercial da história do capitalismo brasileiro’ e pouco antes das duas prisões no âmbito da Operação Satiagraha (que o presidente Barbosa, breve, legitimará).
“Trata-se da disputa acionária pelo controle da Brasil Telecom, que se consumou na fusão da Brasil Telecom a Oi, a BrOi, uma patranha – com o dinheiro do FAT, sob a guarda do BNDES e que rendeu US$ 2 bilhões a Dantas.
“Em interceptação telefônica feita pela Polícia Federal, na Operação Chacal, Attuch aparece com o megainvestidor Naji Nahas – encarcerado com Dantas na Satiagraha –, que, então, costurava um acordo entre Daniel Dantas e a Telecom Itália.
“Na conversa, Attuch aconselha Naji a processar jornalistas – a quem chama de f… da p … – que ‘incomodavam’ o grupo, entre eles Mino Carta e Paulo Henrique Amorim”.
“Attuch liga:
“Naji: Alô.
“Attuch: Naji? É o Leonardo (Attuch), dá para falar um pouquinho?
“Naji: Dá.
“Attuch: Só pra te falar, você tá vendo essas notícias lá da Itália?
“Naji: É loucura o Daniel me colocar nesse negócio porra, não são eles que estão lá na Itália? Ele e o Diglesias (?) e tal fazendo essa campanha?
“Attuch: Não, não. Não é o Daniel, não. Isso é coisa de Paolo Dal Pino (Presidente da Telecom Itália no Brasil), aquela turma lá. (…)
“Naji: Ahn.
“Attuch: O que tá acontecendo é o seguinte: a mídia não tem como voltar atrás e admitir que errou nessa coisa de Telecom Itália e àquela coisa toda.
“Naji: Mas tão dizendo que eu corrompi a Comissão de Ciência (Ciência e Tecnologia da Câmara – em pró da BrT)… Eu nunca corrompi ninguém rapaz.
“Attuch: É loucura, eu acho que… (interrompido)
“Naji: Esse Mino Carta, eu vou mandar processar ele já, hoje.
“Attuch: Você deveria fazer isso, deveria fazer isso com urgência. Pelo seguinte, esses caras querem fazer a bomba cair no teu colo, e não tem nada a ver.
“Quem corrompeu foi a turma do Carmelo (Carmelo Furci, vice-presidente da Telecom Itália para AL), que fez o trabalho sujo, que você sabe muito bem como funcionava a coisa ali.
“Então, honestamente, eles que contrataram o Demarco, o Paulo (inaudível), esse pessoal todo. Agora, eu acho que você deveria se mexer aí.
“Naji: O que você quer se eles dizem que eu corrompi, eles tem que provar que eu corrompi, p..
“Attuch: Pois é, mas como toda essa turma… A Veja tá comprometida nessa história, a Folha (de S. Paulo) tá comprometida. Inclusive, hoje, a Elvira Lobato lá da Folha, ligou para o Opportunity, ligou lá para o Daniel querendo… Não sei, se ela queria falar com ele.
“Naji: Ela ligou e ele não atendeu.
“Attuch: Isso, ele não atendeu. Mas ela veio com uma conversinha mole, de querer entender o que está acontecendo. Quer dizer, qualquer pessoa com dois neurônios entende que se (inaudível) foi preso, é porque, p…, veio pra cá e montou a Operação Chacal.
“Naji: Sei.
“Attuch: Agora, acho que a própria Folha quer entrar nesse conto da carochinha…
“Naji: É, mas o que que tem a ver? Eu sempre trabalhei para fazer o acordo entre os dois.
“Attuch: Eu sei, eu sei. Mas como eles não podem dizer que a Operação Chacal foi comprada, porque deixaria toda a imprensa mal na história, eles vão tentar distorcer e colocar no seu colo, entendeu?
“Naji: Por no meu colo é o que eles tentam, mas eles vão ver o que vai acontecer.
“Attuch: Pois é, mas você tem que fazer isso rápido.
“Naji: Mas o que você quer que eu faça?
“Attuch: Não, eu acho que você tem que começar a se mexer com essa turma de Mino Carta, de Paulo Henrique Amorim, esse bando de fdp (…)
“Naji: Vou processar, vou processar todos! É a única coisa que eu posso fazer…
“Attuch: Pois é… Porque realmente o negócio está esquisito. Você andou conversando por lá? Chegou a ver essas coisas?
“Naji: Não, não hoje que eu falei com ele. Ele tá achando um absurdo esse negócio. Mas tudo bem, vamo lá.
“Attuch: Esse negócio é uma loucura. Eu vou levantar informação desse negócio e eu te mando.
“Naji: Tá, me manda.
“Fim da ligação.
Ouça, aqui, a conversa gravada entre Attuch e Nahas:
“Contudo, o papel de Attuch nessa história antecede as negociações de paz entre Telecom Itália e Daniel Dantas.
“Trechos do inquérito da Operação Chacal, realizada em 2004, comprovam que as relações entre Attuch e o grupo de Daniel Dantas eram próximas, e que o jornalista (?) se prestou a ser instrumento do grupo na disputa comercial bilionária que se travava.
“A Chacal investigou como a ‘quadrilha’ de Daniel Dantas (assim qualificada pela Polícia Federal) promovia espionagem industrial contra seus sócios: a Telecom Itália e Fundos de Pensão.
“O grupo de Dantas monitorou inclusive autoridades do Governo Federal, destacadamente, o ministro Luiz Gushiken.
“Numa dessas tentativas de grampear Gushiken, Dantas grampeou Paulo Henrique Amorim, sua ex-mulher e sua filha.
“Para isso, o Grupo de Dantas contou com os serviços da Kroll Associates, contratada da Brasil Telecom – operadora de telefonia, então, administrada pelo Grupo Opportunity, de Daniel Dantas – e, não, pelo Dantas pessoalmente.
“Ou seja, os sócios – fundos de pensão e Citibank – pagavam a Kroll para trabalhar para Dantas.
(PHA cita, em reproduções de trechos de investigações federais, entre elas a Operação Chacal, realizada em 2004 “como o espião português da Kroll, Thiago Verdial, explica à mãe como usava Attuch para publicar matérias de interesse da organização na revista Isto É Dinheiro”.
“As relações entre o ‘jornalista’ Leonardo Attuch e a cúpula da Brasil Telecom, então sob a batuta de Daniel Dantas, eram tão próximas que motivaram a CEO da companhia, Carla Cicco – indiciada pela Polícia Federal na Operação Chacal e condenada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – a indicar os serviços do ‘jornalista’ à Kroll Associates. Multinacional americana da ‘área de inteligência’, a Kroll sofreu uma devassa total na ocasião, feita pela Polícia Federal. Computadores foram apreendidos e funcionários da companhia presos (2004).
Em outro fac-símile divulgado, em inglês, PHA segue com a tradução de uma mensagem eletrônica, assinada por lcgcfc@yahoo.com.br: “Como eu lhe disse durante a nossa teleconferência de hoje, durante a sua estadia no Rio, você deve atender a um jornalista. Seu nome é Leonardo Attuch, e seu número de contato é (+55-11-36184289 e celular. +55-11-8224-4402).
Eu acho que seria melhor se você chamá-lo diretamente para confirmar a reunião na sexta-feira, no Rio (ele em de São Paulo, mas ele vai para o Rio) e para encontrá-lo para fora do lado Brasil Telecom Office. Eu acho que você vai entender porquê. Durante nossa reunião na manhã de sexta-feira eu vou lhe dizer o que e quanto a dizer! Obrigado, até breve”.
Em novas reproduções, PHA revela que “o e-mail lcgcfc@ era de Carla Cicco, presidente da Brasil Telecom, segundo a PF. Charles Carr era o chefão da Kroll na Itália. Em maio, ele responde enviando uma espécie de currículo de Attuch (resume), que , como se percebe, é um dos repórteres ‘investigativos’ em atividade no Brasil”.
Attuch responde
Na página do site Brasil 24/7, sempre na terceira pessoa, o jornalista Leonardo Attuch responde ao editor do blog Conversa Afiada:
“O jornalista Paulo Henrique Amorim, responsável pelo site Conversa Afiada, demonstra, neste sábado, sua imensa dor de cotovelo e a pequenez de seu espírito. Ao comentar a entrevista exclusiva concedida pela presidente Dilma Rousseff ao 247, afirma que ‘jogaram a presidenta nos braços do Dantas’, referindo-se ao empresário Daniel Dantas.
“Em determinado trecho, age como uma criança mimada que não conseguiu seu doce. ‘Em tempo: o ansioso blogueiro já tentou diversas vezes entrevistar a Presidenta. Não conseguiu. Provavelmente porque não tem as credenciais do Attuch’, diz ele, referindo-se ao jornalista Leonardo Attuch, responsável pelo 247.
“Em outro, minimiza o impacto do depoimento da presidente, na véspera do leilão dos aeroportos de Galeão e Confins, onde ela previu – com acerto – que haveria forte competição pelos dois terminais. ‘Em tempo 2: de resto, a entrevista ao ‘braço do Dantas’ resultou inútil. Não teve e menor repercussão. É daquelas entrevistas que beneficiam o entrevistador – em prejuízo do entrevistado e do leitor/espectador, que não leva nada para casa’, diz ele.
“Paulo Henrique Amorim tem razão quando faz o seu primeiro ‘em tempo’. De fato, ele não tem as credenciais do 247. A ele, faltam trabalho, seriedade e, sobretudo, caráter.
“No que diz respeito ao segundo ‘em tempo’, ele está redondamente enganado. Além da repercussão no próprio 247 e nas redes sociais, onde, segundo o Facebook, a entrevista foi vista por mais de 598,5 mil pessoas, ela mereceu destaque nos jornais Valor Econômico (Dilma reafirma compromisso com meta fiscal), Estado de S. Paulo (2014 não terá ‘gastança’, diz Dilma) e em jornais parceiros do 247, como o Diário da Costa do Sol, de Macaé, no Rio de Janeiro (‘Quem torce contra, perde’, afirma a presidenta Dilma Rousseff em entrevista exclusiva’). No grupo Estado, a entrevista foi também distribuída pela Agência Estado, a maior do país, o que fez com que chegasse a centenas de jornais e sites espalhados pelo país.
“Paulo Henrique Amorim, no seu ‘chororô’, também insiste em outra mentira. Afirma que Leonardo foi ou é empregado de Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity. Antes do 247, Attuch trabalhou nas redações de Veja, Exame, Correio Braziliense, Istoé e Istoé Dinheiro. Na cobertura da chamada “guerra das teles”, denunciou ilegalidades das operações Chacal e Satiagraha – já confirmadas pela Justiça – e foi duramente atacado por personagens como Amorim.
“Naquele tempo, o blogueiro do Conversa Afiada exaltava a figura de Joaquim Barbosa e dizia que Dantas ainda teria um encontro marcado com ele. Barbosa já demonstrava seu estilo, quando batia boca com Gilmar Mendes, em pleno Supremo Tribunal Federal, e o incitava a “sair às ruas’. Reinaldo Azevedo, por sua vez, batia firme em Barbosa e o condenava por defender o ‘direito achado na rua’. Hoje, as posições se inverteram. Amorim condena Barbosa, Reinaldo o defende – e as convicções dos editores do 247 são as mesmas de antes. Sobretudo, a de que nenhum tipo de arbítrio, contra quem quer que seja, deve ser tolerado.
“Em relação ao 247, a empresa pertence exclusivamente ao jornalista Leonardo Attuch e todos os documentos societários são públicos. Estão arquivados na Junta Comercial de São Paulo e podem ser consultados por qualquer pessoa.
“Em tempo: um inquérito no Supremo Tribunal Federal, sob responsabilidade do ministro Dias Toffoli, investiga se houve patrocínio privado para campanhas de difamação na imprensa movidas por jornalistas como Paulo Henrique Amorim”, afirmou.
Comprometimento
Na tarde deste domingo, o Correio do Brasil perguntou ao jornalista Leonardo Attuch a que nível de comprometimento da Veja e da Folha nos fatos ele, especificamente, referia-se na ligação grampeada pela PF. Folha de S. Paulo e Veja, segundo Attuch, moviam-se sob motivações alheias ao interesse jornalístico:
“A Veja, no meu entendimento, também tinha um engajamento estranho na história. E havia vários grupos de interesse, que eu resumiria assim:
1) fundos de pensão, que queriam retomar o controle da telefonia privatizada,
2) (Daniel) Dantas, que pretendia continuar com a Brasil Telecom,
3) Telecom Italia, que pretendia assumir o controle da Brasil Telecom, no lugar de Dantas e
4) sócios privados da Telemar (Andrade Gutierrez e [o senador do PSDB Tarso] Jereissati) que pretendiam assumir o comando do barco.
“Os fundos de pensão e a Telecom Italia moveram uma guerra intensa, mas, no fim, quem venceu foram os sócios privados da Telemar. E a tal supertele acabou entregue aos portugueses da Portugal Telecom (donos do diário popular carioca O Dia e do diário especializado Brasil Econômico), recentemente.
“Lembrando que, à época, o jornalista Ricardo Boechat foi demitido após denúncia de um suposto envolvimento com o Daniel Dantas, O Globo estaria, de alguma forma, comprometido? Se sim, para qualquer dos casos, o que significaria esse comprometimento?”, perguntou o CdB.
“O Boechat foi demitido por outra razão: era um ‘grampo’ em que ele aparecia falando com Paulo Marinho, que trabalhava para o Nelson Tanure (proprietário do Jornal do Brasil), contra Dantas”, respondeu Attuch. Procurado, o jornalista Ricardo Boechat também não foi imediatamente localizado para responder à reportagem.
Por telefone, também na tarde deste domingo, a jornalista aposentada Elvira Lobato, da Folha, negou que tivesse algum tipo de comprometimento com qualquer dos lados na disputa empresarial, que girava em torno das ações de companhias telefônicas no país.
– Se alguém tem que explicar isso é ele (Attuch) ou a Folha de S. Paulo. Eu era repórter e estava fazendo o meu trabalho – disse Lobato. Da Folha, Veja e O Globo, após várias tentativas da reportagem do CdB, não houve retorno às ligações.
Attuch afirmou, ainda, ao jornalista Renato Rovai, editor da revista Fórum, ao negar qualquer envolvimento com o banqueiro Daniel Dantas, que também apenas fazia seu trabalho como jornalista:
“Paulo Henrique apresenta uma série de documentos e uma gravação vinculando você ao Dantas, qual a sua relação com Daniel Dantas no passado e atualmente?”, pergunta Rovai, por mensagem em uma rede social. E Attuch responde:
“Caro Rovai, (…) no passado, como editor da Istoé Dinheiro, fiz a cobertura da disputa na telefonia, onde ele era um dos protagonistas, a quem entrevistei em diversas ocasiões. Hoje, nenhuma”.
“Por que na ligação para Naji Nahas você tenta convencê-lo a processar jornalistas como Mino Carta e Paulo Henrique Amorim e os chama de ‘bando de f… da p…’? Você falava em nome de Dantas naquele telefonema?”, questiona.
“Qualquer conversa, ouvida fora de contexto, pode dar margem a várias interpretações. Conheço Naji Nahas há vários anos e também o entrevistei para a Istoé Dinheiro. Ele se sentia perseguido pelos dois jornalistas e tinha o direito de processá-los. Claro que não falava em nome de Dantas. Aliás, naquele caso da telefonia, ele o Naji não atuavam de forma alinhada. Pelo contrário”, respondeu.
“Qual a sua relação com a Carla Cicco para ela indicar você à Kroll e por que a reunião entre você e o representante da Kroll tinha de ser realizada fora da Brasil Telecom?”
“A Carla Cicco era outra personagem daquela disputa. Entrevistei algumas pessoas da Kroll naquele episódio, porque achei que eram boas fontes. Inclusive o fundador da Kroll, Jules Kroll”.
“Você diz que há um inquérito sob responsabilidade do ministro Tofolli de que Paulo Henrique teria participado de campanhas de difamação com patrocínio privado, ao que você se refere? Pode explicar melhor o caso?”
“Depois da Satiagraha, o juiz Ali Mazloum levantou indícios de abusos cometidos naquela operação. Entre eles, o de que a Telecom Itália teria patrocinado a ação da Polícia Federal, promovendo, inclusive, uma campanha difamatória nos meios de comunicação. Este caso subiu para o Supremo Tribunal Federal e está sob a responsabilidade do ministro Dias Toffoli, conforme já foi noticiado por outros meios de comunicação”.
Procurados pela reportagem do CdB, os jornalistas PHA e Mino Carta não retornaram. A ministra Helena Chagas, a quem o Correio do Brasil também procurou em busca de uma entrevista exclusiva com a presidenta Dilma Rousseff, não respondeu à solicitação até o fechamento desta matéria.
http://correiodobrasil.com.br/noticias/politica/guerra-blogosfera-levanta-denuncias-contra-daniel-dantas-comunicacao-planalto/664852/
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