Autor: Miguel do Rosário
O recado de Lula é o recado de alguém que conhece a democracia por dentro. De alguém que tem a democracia em seu próprio DNA. Seu prestígio vem do voto. Lula falou uma verdade dura, que nenhum colunista da grande mídia tem coragem de falar aos ministros do STF. Juiz não pode ser político. Juiz tem de ser imparcial, moderado, sábio. Não deve falar sobre causas que está julgando ou irá julgar, o que fere o Código de Ética da Magistratura. Não deve também tomar posições partidárias ou falar mal de partidos (o que dá na mesma), porque isso é vetado na Constituição. Um juiz deve contribuir para a democracia, respeitar suas regras, e não avacalhá-la com invenctivas demogagócias contra as instituições, como costuma fazer Joaquim Barbosa.
Quando a Gilmar Mendes, seu ataque rasteiro aos cidadãos que contribuíram para a campanha dos petistas presos, por acreditarem se tratar de uma injustiça, não merece sequer comentários. É autodesmoralizante. Espero que a interpelação judicial do PT instigue ao menos um debate dentro do STF sobre o assunto.
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Saiu há pouco, no Globo:
Em recado a ministros do STF, Lula diz ‘mostre a cara’
Criticando atuação no julgamento do mensalão, ex-presidente disse que ministro de suprema corte que quer falar o que pensa na imprensa deveria entrar para um partido
RIBEIRÃO PRETO (SP) – Sem citar nomes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez neste sábado duras críticas à atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão. Ele disse que, se um ministro de suprema corte quer falar o que pensa na imprensa, que entre para um partido e “mostre a cara”.
- O grande papel de um ministro de uma suprema corte é falar nos autos do processo. Se quer fazer política, entre para um partido. Mostre a cara – _ afirmou o ex-presidente em discurso no interior de São Paulo durante a abertura das caravanas que o PT fará para apresentar seu pré-candidato ao governo estadual, ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.
Não ficou claro se Lula estava se referindo ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, ou o ministro Gilmar Mendes, que nesta semana colocou em dúvida a procedência de doações feitas para condenados do mensalão pagarem as multas aplicadas pela corte. (…)
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