sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Não há hipocrisia maior de quem fala de corrupção do PT e vota em Aécio do PSDB.



O PT e seus filiados, dirigentes e militantes passaram anos sendo execrados pela mídia como um antro de corrupção. Até o STF fez parte do simulacro de justiça para contribuir com o avacalhamento de uma instituição séria ao marcar um julgamento que não poderia ter a precedência em relação a um outro que chegou primeiro aquela corte e tinha os mesmos personagens para interferir claramente na opção de voto do eleitor durante as eleições municipais de 2012.

Com transmissão ao vivo das sessões assistimos ao mais degradante espetáculo de justiçamento de pessoas que tinham uma história de luta pelas causas do povo. Suas reputações foram jogadas na lama. Condenados contra todas as provas dos autos, foram presos e humilhados em um feriado da República para a histeria coletiva de uma claque de celerados que não sabem o que é Estado Democrático de Direito e nem garantias constitucionais e pouco se diferencia de um quadrúpede.

Apesar disso o PT sempre acreditou que o brasileiro em geral seria capaz de discernir que aquele julgamento farsesco era parte de uma jogada eleitoral para criminalizar o partido, desgastá-lo, desacreditá-lo e enfraquecê-lo com vista a tirar-lhe o poder de continuar a presidir o país.

Essa leitura mostrou-se pouco tempo depois um gravissímo erro. Não demorou muito e as ruas foram tomadas por protestos organizados única e exclusivamente contra o partido e sua presidenta. As mudanças que supostamente exigiam os manifestantes eram apenas mera desfaçatez comprovada com a reeleição de Geraldo Alckmin que não obstante governar com seu partido o estado mais rico da federação por quase 20 anos chegará ao 24 anos quando terminar o mandato que acaba de ganhar nas urnas. Alternância de poder neste caso não é uma urgência como a que reclamam que aconteça com o governo federal.

E nem vou me deter a falar do descalabro administrativo que ocorre em São Paulo que ora passa por uma grave crise hidríca.

Mas não parou aí. O golpe em marcha se revelou ainda com mais força durante a organização do maior evento esportivo mundial em solo pátrio quando uma onda de pessimismo exagerado tomou conta do brasileiro atingindo o ápice na partida inaugural na qual um setor do estádio do Maracanã gritava a plenos pulmões "Ei Dilma Vai Tomar No Cu". Contra todo pessimismo, porém, a Copa se mostrou um sucesso de público, renda e organização.

Na campanha insana do vale tudo para levar o PT a derrota nas eleições presidenciais conseguiram de um bandido a delação premiada em pleno período eleitoral e com a conivência de um juiz, do ministério público e membros da PF, o conteúdo dos depoimentos do delator vazaram na imprensa, logo após a vitória de Dilma no primeiro turno.

Os candidatos da oposição sem um discurso propositivo que convença o eleitor de não votar pela continuidade mas pela mudança se apropiaram da delação premiada do bandido e fizeram disso mote de ataque a candidata da situação que acuada, mesmo demonstrando que naquilo que dependeu dela todas providências foram tomadas e que não tem como impedir que alguém em posição de comando de uma empresa estatal cometa desvios ético e morais, não viu outra saída que não fosse a de partir para o contra-ataque já que o denuncismo seletivo colou como teflon na imagem do governo, sobretudo naquela parcela do eleitorado que se informa muito mal ao dá credibilidade a um noticiário partidarizado, de oposição, que não prima pela objetividade dos fatos e é faccioso.

Rompendo o cerco midiático que protege a candidatura de Aécio, a presidenta usa agora o único espaço democrático que ainda possui, a propaganda eleitoral e os debates. No da Band confrontou Aécio e mostrou por A mais B que esse candidato não tem estofo e nem estatura moral para falar de corrupção. Ontem foi definitivamente para o pugilato do jogo aberto e bateu, bateu muito, bateu até abaixo da linha de cintura. Desmacarou perante a nação o Playboy de rabo preso com o nepotismo, com o uso de drogas, com a censura que amordaça jornalistas que o denunciam, com a exposição da prática de impobridade administrativa na construção de dois aeroportos em terras de familiares cujas chaves em um deles fica sob a guarda de um familiar, bateu em seu comportamento pouco recomendável para um homem público, senador da república que anda sob efeito de álcool com a CNH vencida e se negando a fazer o teste do bafômetro.

Quem pensa que a vida pregressa de Aécio se limita a isso apenas, está redondamente enganado. Ainda tem mais, muito mais. Pode-se dizer sem nenhum temor do exagero que a vida de Aécio é uma caixa de Pandora que começou a ser aberta. A presidenta fez o que tinha de ser feito para que essa nação de falsos moralistas não discursem sozinhos sobre um tema que é caro e pertence a homens e mulheres decentes e não pode andar na boca de quem não tem o menor exemplo a oferecer como parâmetro de vida pessoal embora exija isso dos outros.

Não há hipocrisia maior de quem fala de corrupção do PT e vota em Aécio do PSDB. É uma piada de salão associar Aécio a lisura, a honestidade, a moral e a ética. Somente quem não o conhece poderia fazê-lo. Quem o conhece e ainda assim o faz é um tremendo de um canalha.

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