MÁRCIO FALCÃO
BRENO COSTA
DE BRASÍLI
O governo acertou na segunda-feira (18) o afastamento do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes), Hideraldo Caron. O diretor é o único indicado pelo PT na direção do órgão comandado pelo PR desde o governo Lula.
Ontem, o ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) voltou ao Planalto para uma nova reunião com a presidente Dilma Rousseff. Ficou acertado que ele fará uma lista com nomes técnicos para substituir os dirigentes afastados do ministério e do Dnit.
Segundo assessores do Planalto, Dilma quer anunciar a reestruturação no órgão já com os novos titulares.
Lula Marques-16.jul.2011/Folhapress |
Ministro Paulo Sérgio Passos (foto) vai elaborar uma lista com nomes técnicos para substituir os dirigentes afastados |
Caron é o responsável administrativo pelos aumentos nos valores de contratos de obras rodoviárias em andamento. O suposto descontrole na liberação de recursos adicionais para obras foi criticado pela presidente.
O Dnit tem sete cadeiras e é um órgão colegiado. As diretorias de Administração e Finanças e de Infraestrutura Aquaviária já estavam vagas antes da crise no órgão.
Já o diretor-geral, Luiz Pagot, um dos alvos das denúncias de superfaturamento e pagamento de propina no ministério, está em férias até o início de agosto. O Palácio do Planalto afirma que ele não retoma o cargo. O Planalto espera, ainda, que Caron e Pagot peçam demissão.
AFASTAMENTO
O diretor-executivo José Henrique Sadok de Sá, que substituía Pagot, foi afastado quando se soube que sua mulher, Ana Paula Araújo, é dona da Construtora Araújo, que assinou contratos para obras por meio de convênios com o próprio Dnit.
A presidente ainda precisa definir o novo secretário-executivo do Ministério dos Transportes, que era ocupada por Passos, e o novo presidente da Valec (estatal de obras ferroviárias).
Ontem o governo publicou resolução que permite que um servidor técnico seja indicado para o lugar de Pagot enquanto o futuro diretor-geral do órgão não for sabatinado no Senado. O texto diz que "em caso de impedimento ou vacância do diretor executivo, a indicação do substituto interino do diretor-geral será feita pelo ministro dos Transportes".
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