Foto: ELZA FIUZA AGENCIABRASIL-ABr
No Ceará, diante da greve dos professores, o governador diz que os docentes deveriam trabalhar por amor. E que quem quisesse aumento, que fosse para o setor privado. Resultado: está no ar uma campanha para que ele governe por amor
Os professores do estado estão parados desde o dia 5 de agosto em protesto por um reajuste salarial, melhores condições de trabalho e eleições diretas para a direção das escolas. “A declaração do governador só fez jogar combustível na greve. A adesão no interior nunca foi tão grande”, disse ao Brasil 247 o secretário-geral do Sindicato Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (Apeoc), Juscelino Linhares. “A declaração é ainda mais infeliz se levarmos em conta que as escolas privadas do estado pagam ainda menos que o governo”, completou o professor.
Levantamentos nacionais apontam o salário dos docentes cearenses como o quinto ou sexto menor do país – dependendo dos cálculos. A remuneração inicial para um profissional que vai passar 40 horas por semana dentro da sala de aula por lá está em torno de R$ 1,3 mil por mês, menos da metade do que ganha um professor em Brasília ou no Maranhão. A Secretaria de Educação do Estado argumenta, contudo, que a maioria dos quase 13 mil professores efetivos já recebe em média R$ 2,24 mil, devido às gratificações acumuladas com o tempo.
Se o problema não é dinheiro, como sugere o governador, fica a sugestão para que o próprio Cid Gomes abra mão de sua remuneração enquanto administrador do estado e comande o Ceará por gosto, ou, pelo menos, pelo dever cívico, em nome do país ou coisa que o valha. É o que brasileiros por todo o país veem pedindo via Twitter e Facebook e campanha que o Brasil 247 lança: Doe seu salário, governador. Em nome da educação do Ceará.
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